domingo, 31 de outubro de 2010

Ectima contagioso ou boqueira

É uma doença contagiosa causada por vírus, que ocorre com mais freqüência nos animais jovens podendo, entretanto, atingir também os adultos.

Inicialmente, aparecem pequenos pontos avermelhados nos lábios. Posteriormente, há formação de pústulas que se rompem, secam e se transformam em crostas, semelhantes a verrugas.

Além dos lábios, pode haver formação de pústulas na gengiva, narinas, úbere e em outras partes do corpo. Os lábios ficam engrossados, sensíveis e os cabritos têm dificuldade de se alimentar, vindo a emagrecer rapidamente.

Para evitar que os animais atingidos por essa doença venham a contaminar o rebanho, os seguintes cuidados devem ser tomados:

  • Isolamento dos animais doentes.
  • Retirada das crostas com cuidado.
  • Uso de glicerina iodada:
  • Iodo a 10% - 1 parte
  • Glicerina - 1 parte
  • Uso de pomadas cicatrizantes.

Linfadenite caseosa ou mal-do-caroço

É uma doença contagiosa, causada por uma bactéria que se localiza nos linfonodos ou landras, produzindo abscessos ou caroços. Os caroços podem aparecer em vários locais e sua presença causa desvalorização da pele e também da carne.

É importante evitar que os abscessos se rompam naturalmente. Portanto, quando o caroço estiver mole, ou maduro, o criador deve fazer o seguinte:

  • Cortar os pêlos e desinfectar a pele, no local do caroço, com solução de iodo a 10%.
  • Abrir o abscesso para a retirada do pus.
  • Aplicar a tintura de iodo a 10% dentro do caroço.
  • Aplicar o mata-bicheiras para evitar varejeiras.
  • Queimar o pus retirado e limpar os instrumentos utilizados.
  • Isolar os animais doentes.

Além do corte do caroço, deve-se examinar os animais no momento da compra, tendo o cuidado para não adquirir aqueles que apresentem tal problema. Quando animais do rebanho apresentarem caroço por duas ou três vezes seguidas, devem ser descartados.

sábado, 30 de outubro de 2010

Verminose

A verminose é uma doença causada por helmintos ou vermes que vivem, principalmente, no abomaso (coalho) e intestinos dos animais, podendo atacar todo o rebanho. Quando acometidos pelos vermes, os caprinos se tornam fracos, magros, com pêlos arrepiados, apresentando diarréia, edema submandibular (papada) e anemia.

A verminose é a doença que mais mata caprinos, sobretudo, os animais mais jovens. Os seus principais prejuízos são:

  • Diminuição dos índices de parição.
  • Diminuição do crescimento dos animais.
  • Diminuição da produção de leite.
  • Aumento do número de mortes no rebanho.

Recomenda-se vermifugar periodicamente todos os caprinos da propriedade, a fim de evitar que animais não medicados venham a contaminar os pastos com os ovos dos vermes presentes nas suas fezes. Pesquisas realizadas sobre o controle da verminose no Estado do Piauí ressaltam a necessidade de se realizar cinco vermifugações por ano, sendo três no período seco e duas no período chuvoso. Na época seca há poucas condições de sobrevivência das larvas dos vermes nas pastagens. A vermifugação, nesse período, reduz a infecção no animal e evita que o mesmo fique com uma carga muito grande de vermes na época das chuvas.

Verificar na embalagem do produto, a quantidade de dias que o produtor deve esperar para utilizar o leite e a carne dos animais vermifugados (carência), se o produto é indicado para o rebanho caprino e qual a quantidade que deve ser aplicada em cada animal. É importante observar, no momento da compra do vermífugo, a validade ao produto.

A dose do vermífugo depende do peso de cada animal. Se o criador estimar o peso do animal de modo empírico (no olho), ele deve ter o cuidado de calcular a dose do produto para um peso superior ao estimado, já que uma dose abaixo das necessidades do animal, além de não controlar os vermes, causa também a resistência destes ao produto.

Os produtos utilizados no controle da verminose dos caprinos são anti-helmínticos com vários princípios ativos (Tabela 17). Recomenda-se mudar o princípio ativo a cada ano, a fim de evitar que os vermes adquiram resistência. O criador poderá optar por produtos que apresentem preços menores ou por produtos que sejam encontrados mais facilmente nos locais de venda.

Tabela 17. Principais anti-helmínticos utilizados no controle da verminose dos caprinos.

A melhor maneira de aplicar vermífugos nos caprinos é por via oral, porque é mais prático e evita o uso de injeções, que podem ajudar a espalhar o "mal-do-caroço" ou outras doenças (Figura 19). Além disso, o vermífugo administrado por via injetável pode provocar intoxicação e matar o animal, se a dose aplicada for maior do que a recomendada.

Figura 19. Forma de aplicação de vermífugo por via oral.

No sistema modelo conduzido na comunidade Boi Manso, a implementação do programa de vermifugação estratégica, com vermifugações nos meses de janeiro, abril, junho, agosto e outubro resultou em redução significativa da carga parasitária nos caprinos, estimada pelo número de ovos por grama de fezes (OPG), obtido antes e após o início das vermifugações (Figura 20).

Figura 20. Representação do ciclo de vida dos principais vermes dos caprinos.

Dentre as medidas que auxiliam no controle da verminose, destacou-se:

  • Limpeza das instalações diariamente (Figura 21)
  • Desinfecção das instalações uma vez por mês, utilizando produtos como: formol comercial a 5%, cal virgem a 40%, Iodophor a 1% e hipoclorito de sódio a 2%.
  • Remoção e manutenção das fezes acumuladas em locais distantes.
  • Vermifugação do rebanho ao trocar de área.
  • Rotação de pastagens.
  • Controle da superlotação nas pastagens.
  • Incorporação ao rebanho de animais adquiridos em outros locais, somente após a sua vermifugação.


Figura 21. Higiene das instalações.

Bahia implanta projeto piloto para sanidade de caprinos e ovinos

Publicada: 05/10/2010 – Tribuna da Bahia

As estratégias para a implantação do Projeto Piloto de Sanidade dos Caprinos e Ovinos no Estado da Bahia serão apontadas em uma reunião técnica a partir de hoje, na Faeb.

Com isso, a Seagri e a Adab consolidam a Câmara Setorial de Caprinos e Ovinos do Estado, que tem como objetivo principal o desenvolvimento sustentável de todos os elos da cadeia produtiva, inserindo o segmento da defesa agropecuária entre as prioridades do setor.

A Bahia ocupa o 1º lugar no ranking nacional na produção de caprinos e o segundo rebanho de ovinos, totalizando mais de quatro milhões de cabeças.

“Trata-se de uma reunião de extrema importância para a atividade no estado, na medida em que deve estabelecer ações  de defesa fundamentais para o desenvolvimento do setor”, explica o secretário da Agricultura, Eduardo Salles, ressaltando que o evento tem a chancela do Ministério da Agricultura.

Estudos realizados avaliam propostas concretas de melhorias para a atividade e já podem contar com o Laboratório de Sanidade Animal e Vegetal da Adab/EBDA para a realização de exames contra enfermidades como Brucelose Ovina, parasitoses gastrointestinais e Artrite Encefalite Caprina, entre outras.

A expectativa é de que, com a união de esforços, novos negócios sejam prospectados no estado. “Já temos uma sinalização de exportação de animais vivos para o mercado venezuelano. Agora, com a implantação do projeto piloto de sanidade, esperamos alcançar novos mercados”, afirma o coordenador do Programa, Antonio Maia.

Pastagem para ovinos e caprinos 10

Prof. Dr. Danilo Gusmão de Quadros

10. Associação de diferentes espécies animais em pastejo


A associação de diferentes espécies animais em pastejo múltiplo é uma prática bem antiga. Entretanto, aspectos como a interação social, a utilização das plantas forrageiras, a distribuição de excrementos na pastagem, os impactos sobre o solo, a sanidade e a produtividade devem ser considerados (CARVALHO e RODRIGUES, 1997).


Os objetivos do pastejo múltiplo, simultâneo ou sucessivo, de diferentes espécies de herbívoros, são: controle biológico de plantas indesejáveis ou tóxicas para uma classe de herbívoros, mas que produzem forragem para outra; aproveitamento de áreas topograficamente inacessíveis; manipulação biológica da vegetação em uma estação, visando favorecer o desenvolvimento de plantas forrageiras na estação seguinte; oferta
de forragem de alto valor nutritivo aos animais em produção, sem prejuízo da eficiência de utilização da pastagem; estabilização natural da vegetação manipulada através de distribuição mais uniforme da pressão de pastejo sobre todos os componentes da vegetação (ARAÚJO FILHO, 1985). Outro objetivo da associação de herbívoros em pastejo é a redução da população de nematódeos (GASTALDI, 1999; AMARANTE, 2001).


O pastejo seletivo pelo animal, somado às áreas de rejeição às dejeções, resulta em mosaico na pastagem, com áreas em que as plantas são submetidas à intensidade de desfolhação diferentes (COOPER et al., 2000). A utilização mais intensiva dos recursos pode ser possível considerando as diferenças anatômicas, fisiológicas, comportamentais e epidemiológicas das espécies envolvidas, utilizando a forragem produzida de maneira complementar (CARVALHO e RODRIGUES, 1997).

O tamanho do animal é uma característica importante na definição da eficiência de consumo e utilização dos alimentos, pois resulta em limitações quantitativas e qualitativas ao atendimento das exigências nutricionais (VAN SOEST, 1994; CARVALHO e RODRIGUES, 1997). BHATTACHARYA (1980) encontrou diferenças marcantes nos padrões morfo-anatômicos do rúmen, retículo, omaso e abomaso dos caprinos e dos ovinos. Esses últimos apresentaram maior proporção de rúmen e menores volumes de omaso e abomaso, considerando que o volume, peso e formato dos compartimentos gástricos variam com a ingestão de alimentos, natureza da dieta e comportamento de consumo alimentar.


A preferência alimentar de bovinos e ovinos lanados é por gramíneas, dos ovinos deslanados por plantas herbáceas e dos caprinos por arbustos (SILVA SOBRINHO, 2001). Essas diferenças na habilidade seletiva caracterizam a evolução das espécies em diversos meios. Devido à grande seletividade no pastejo, os caprinos ingerem preferencialmente as partes mais novas e tenras das plantas e, conseqüentemente, mais nutritivas (MALACHEK e LEINWEBER, 1972). Esse hábito reveste-se de grande importância na sua fisiologia digestiva, minimizando os efeitos negativos da baixa qualidade das forrageiras durante o período seco do ano (LEEK, 1983).

Comparando-se o aparato bucal de ovinos e caprinos, observou-se que a largura do maxilar, em relação ao tamanho do animal, é largo e chato nos ovinos. Nos caprinos é estreito e pontudo (CARVALHO e RODRIGUES, 1997). Os ovinos utilizam os lábios, dentes e língua conjuntamente para a apreensão da forragem, conferindo habilidades seletivas em razão da mobilidade dos lábios superiores, como a realização do pastejo
baixo (SILVA SOBRINHO, 2001).


A escolha das plantas de maneira similar, indica a possibilidade de competição por alimento entre caprinos e ovinos deslanados. A superposição das espécies vegetais escolhidas variou de 43,5 a 66,3%, apesar disso, por si só, não evidenciar uma competição (SQUIRES, 1982). Entretanto, trabalho desenvolvido na região de Inhamuns, Ceará, avaliando a composição botânica da dieta de ovinos e caprinos pastejando associadamente, ARAÚJO FILHO et al. (1996) comprovaram que 71% das espécies botânicas foram consumidas por ambas espécies animais. Na dieta dos ovinos houve uma participação maior de gramíneas e ervas, em relação aos caprinos. A participação de
gramíneas na dieta de ovinos deslanados, mantidos em áreas de caatinga raleada, chegou a 60% nas “águas”, diminuindo para 25% na seca, provavelmente porque muitas gramíneas são anuais, e as perenes apresentam pouco crescimento nessa época, levando o animal a alimentar-se no estrato arbustivo-arbóreo. Esse comportamento repetiu-se quando a taxa de lotação passou de 1,25 cab/ha/ano para 2,5 cab/ha/ano
(PIMENTEL et al., 1992).


Em pastagens exclusivas de gramíneas, possivelmente a superposição das dietas seja maior, devido a monocultura. A preferência alimentar sobre as forragens varia de acordo com a espécie animal, a estação do ano e intensidade de pastejo (ARAÚJO FILHO, 1985).


Os diferentes hábitos de pastejo dos ovinos e caprinos, em pastagens exclusivas de gramíneas, podem interferir no grau de contaminação por nematódeos. Do ponto de vista parasitário, há ocorrência de infecção cruzada das principais espécies parasitos entre a espécie caprina e ovina, o que não traria benefícios diretos, nesse aspecto. Por outro lado, entre bovinos ou equinos e ovinos houve benefícios do pastejo associado,
simultâneo ou sucessivo, para o controle de nematodioses, haja vista a pequena ocorrência de infecção cruzada (GASTALDI, 1999).


Segundo LAMBERT e GUERIN (1989), o pastejo misto permite o controle de endoparasitas em bovinos, ovinos e caprinos através da redução na contaminação da pastagem. Esta prática é baseada na especificidade parasitária dos nematódeos, ou seja, larvas infectantes de ovinos, que forem ingeridas por outra bovinos, serão destruídas, pois não encontrarão ambiente adequado para o seu desenvolvimento no novo hospedeiro.
SANTIAGO et al. (1976) não verificaram ocorrência de infecções cruzadas por espécies dos gêneros Haemonchus, Oesophagostomum, Nematodirus e Bunostomum, sendo que apenas algumas espécies dos gêneros Cooperia e o Trichostrongylus axei apresentaram infecções cruzadas, fato também demonstrado por ARUNDEL e HAMILTON (1975).


Entretanto, com relação ao Trichostrongylus axei, Ross (1970), citado por ARUNDEL e HAMILTON (1975), verificou que cepas adaptadas aos bovinos proporcionaram uma significativa proteção em cordeiros quando desafiados por cepas adaptadas aos ovinos. Segundo GRENET e BILLANT (1995), a quantidade de larvas de Ostertagia e Cooperia presentes na pastagem reduziram à metade em função do pastejo
misto. SOUTHCOTT e BARGER (1975) encontraram redução nas infecções de Haemonchus contortus e Trichostrongylus colubriformis em pastagens de ovinos submetidas ao pastejo prévio com bovinos por 6, 12 e 24 semanas.

Em um dos trabalhos revisados por GASTALDI (1999), a carga parasitária de cordeiros foi reduzida devida a presença de novilhos com mais de 1 ano de idade pastejando concomitantemente, o que resultou em maior ganho de peso. O uso de animais de menor idade proporcionou infecções cruzadas de endoparasitas, não sendo eficaz na descontaminação das pastagens.


Medida fundamental para se prevenir as infecções clínicas por nematódeos gastrintestinais é evitar a exposição dos animais às pastagens contaminadas, sobretudo durante o final da época de pastejo nesta área. Isto pode ser conseguido com a utilização estratégica de anti-helmínticos e com o controle do pastejo.


O pastejo misto ou alternado com bovinos e ovinos proporciona uma remoção mútua das larvas infectantes (L3) pela falta de especificidade entre parasitas e hospedeiros sobre a pastagem, diminuindo, desta forma, a contaminação em ambos hospedeiros e das pastagens. O pastejo misto ou alternado por animais de mesma espécie, mas de diferentes idades, pode produzir efeitos semelhantes, a imunidade dos
animais mais velhos reduzem a contaminação das pastagens que serão oferecidas aos animais mais jovens.


Teoricamente, o sistema de pastejo rotacionado auxilia no controle das nematodioses gastrintestinais pela quebra do ciclo infeccioso entre as pastagens e o hospedeiro durante o período em que estas são descansadas (PARKINS e HOLMES, 1989). Contudo, a longa sobrevivência de larvas L3 e a alta taxa de acúmulo de MS, com acelerada redução da qualidade, levam a inferência que o maior tempo de descanso da
pastagem pode atenuar, porém não resolve o problema.

11. Considerações finais


As pastagens constituem-se na base do sistema produtivo sustentável e econômico de ovinos e caprinos, desde que manejada racionalmente, considerando os aspectos da escolha das plantas forrageiras, incremento da fertilidade do solo, ajuste da pressão de pastejo e controle parasitário, alcançando boas produções por animal e por área, aumentando a rentabilidade do empreendimento.

Fonte: UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM PRODUÇÃO ANIMAL
PROGRAMA DE OVINO-CAPRINOCULTURA DA BAHIA

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Pastagem para ovinos e caprinos 9

Prof. Dr. Danilo Gusmão de Quadros

9.0 Influência das pastagens nas verminoses


Em condições naturais, antes da domesticação, o equilíbrio parasito/hospedeiro permitia a tolerância dos animais a essa enfermidade. Com a domesticação, e conseqüente aumento no número de animais por área, houve desequilíbrio em favor dos parasitos, fazendo com que o principal problema sanitário dos rebanhos ovinos e caprinos seja a verminose (SANTIAGO et al., 1976; VIEIRA et al., 1997; GASTALDI, 1999; AMARANTE, 2001).

As verminoses dos caprinos e ovinos são causadas por parasitos pertencentes às classes Nematoda, Cestoda e Trematoda. Os nematódeos são vermes redondos, que podem se localizar no tubo digestivo (gastrintestinais) ou nos pulmões (pulmonares).

Considerando os cestódeos, são vermes chatos em forma de fita e, finalmente, os trematódeos, vermes chatos em forma de folha (COSTA, 2003). Dentre eles, os nematódeos apresentam-se em maior número e distribuição geográfica, sendo responsáveis pelos maiores prejuízos econômicos. O controle das nematodioses faz-se necessário, caso contrário, a criação tornar-se inviável economicamente, devido à baixa produtividade, à alta mortalidade dos animais e as despesas com mão-de-obra e anti-parasitários (AMARANTE, 2001). Esses problemas
se agravam devido às maiores taxas de lotação, associadas às condições climáticas propícias ao desenvolvimento de larvas, havendo a necessidade de conhecer a dinâmica da população dos nematódeos nas pastagens e nos animais.

Os nematódeos gastrintestinais mais encontrados em caprinos no semi-árido nordestino foram: Haemonchus contortus (abomaso), Trichostrongylus colubriformes (intestino delgado), Oesophagostomum columbianum (intestino grosso) e Strongyloides
papillosus (intestino delgado) (VIEIRA et al., 1997).

A presença de larvas infectantes nas pastagens é importante nos estudos epidemiológicos das nematodioses dos ruminantes, podendo fornecer um índice do risco de exposição dos animais mantidos em pastagens (MARTIN et al., 1990). As observações de GASTALDI (1999) indicaram que, contagens de OPG (ovos por grama de fezes) mais altas, coincidiram com as maiores concentrações de larvas infectantes na pastagem.

As variáveis climáticas que interferem no aumento populacional de nematódeos no ambiente são: temperatura, precipitação pluvial, umidade relativa do ar, evapotranspiração, radiação solar e temperatura do solo (geotermometria), sendo que, dentre esses, a precipitação é a mais importante (ROSA, 1996).

Estudos de epidemiologia de helmintos têm demonstrado que a medicação antihelmíntica nem sempre apresenta a eficácia esperada quando os animais permanecem em pastagens contaminadas. Segundo LAMBERT e GUERIN (1989), o controle das nematodioses passa invariavelmente pela adoção das práticas de manejo que visam a redução da população de larvas infectantes na pastagem. Em pastagens cujas estruturas permitem a penetração de raios solares nas bases das plantas, o número de larvas infectantes provavelmente será reduzido (SANTOS et al., 2002). As alternativas para se reduzir à contaminação das pastagens incluem a rotação dos piquetes, a aração do solo,
o pastejo alternado ou integrado (misto) com outras espécies animais, a aplicação de produtos químicos no solo e o controle biológico (COSTA, 2003).

A idade, o estado nutricional, a ordem do parto, estado fisiológico, raça, espécies de nematódeos, manejo dos animais, época de nascimento e de desmame, superpopulação e a introdução de animais novos no rebanho são fatores que contribuem para aumentar a população de parasitos no organismo do animal (ROSA, 1996). O estado nutricional interfere no grau de defesa imunológica do organismo. O cobre, fornecido através de
cápsulas, contribuiu para redução da reinfecção por H. contortus em ovinos lanados (GONÇALVES e ECHEVARRIA, 2004).


Alia-se ao problema da verminose, a existência, cada vez maior, de resistência a antihelmínticos, principalmente em se tratando do H. contortus (AMARANTE, 2001). Haemonchus spp. foram mais prevalentes na comunidade resistente a todos os anti helmínticos, tanto em ovinos, quanto em caprinos, criados em várias regiões do Ceará, seguido de Trichostrongylus spp. e Oesophagostomum spp. (MELO et al., 2003).

A ocorrência, severidade e o controle das doenças causadas por nematódeos estão diretamente correlacionados a disponibilidade de larvas infectantes na pastagem, que é influenciada pelo nível de contaminação de ovos, condições sazonais e o manejo do pastejo (ANDERSON, 1982). Segundo esse autor, sob condições adequadas, cerca de 20% dos ovos de nematódeos gastrintestinais depositados nas fezes dos animais completam o ciclo como adultos. Todavia, na seca, apenas 1% completa sua fase livre.

GASTALDI (1999), pesquisando a ocorrência de nematódeos gastrintestinais em ovinos pastejando associadamente à bovinos e eqüinos, encontrou maiores quantidades de larvas infectantes recuperadas coincidindo com a época de maior precipitação pluvial, sendo os principais gêneros Haemonchus spp. e Trichostrongylus spp..

As larvas infectantes conseguem sobreviver a uma variação maior de ambiente, em relação aos estádios pré-infectivos, que utilizam as fezes para proteção. O número de larvas infectantes na forragem representa somente uma pequena proporção do total de larvas na fase livre no pasto. Não surpreendente, o número de larvas disponíveis pode crescer mesmo algumas semanas após a retirada dos animais da pastagem, o que torna preocupante o tempo de descanso de 3 a 6 semanas, no sistema rotacionado (ANDERSON, 1982).

Considerando os aspectos parasitológicos, ainda não há evidências concretas de como a estrutura da pastagem influencia a sobrevivência de ovos e larvas de nematódeos gastrintestinais na pastagem. O arranjo espacial da comunidade de plantas que permite a insolação nas partes basais pode alterar o ecossistema e provocar a morte de muitos ovos e larvas (SANTOS et al., 2002). MARTIN NIETO et al. (2003) encontraram
diferenças no grau de infecção de ovelhas mantidas em pastagens formadas com capins diferentes, contudo não foi evidente a influência do hábito de crescimento da planta forrageira na contagem do OPG.

Existem algumas práticas de manejo das pastagens e medidas de controle integrados que podem ser utilizadas no intuito de reduzir os prejuízos dos nematódeos nos animais.

As gramíneas forrageiras cespitosas, pastejadas intermitentemente, com altura póspastejo baixa, pode contribuir para a redução da infecção dos animais (SANTOS et al., 2002). Esse aspecto se deve a maior insolação nos primeiros 15 cm do relvado, faixa de altura que geralmente a maioria das larvas se localizam nas plantas (MISRA e RUPRAH, 1972).

Outra prática que pode ser adotada, é a colocação dos animais na pastagem após a seca do orvalho. Nessa ocasião, as larvas infectantes, que necessitam de íntimo contato com a umidade, provavelmente migram para baixo, numa altura com menor possibilidade de serem ingeridas pelo animal. Entretanto, o tempo de pastejo diário pode ser reduzido, pois as primeiras horas da manhã são preferidas para essa atividade (NEIVA e
CÂNDIDO, 2003).

No trabalho de QUADROS (2004), não foi encontrada diferença quanto à concentração de larvas infectantes, entre os capins estrela-africana (prostrado), andropógon e Tanzânia (eretos), manejados com ovinos (Figura 3).

image

Ovinos Santa Inês mantidos em pastagens dos capins Tanzânia, estrela-africana e andropógon não apresentaram diferenças na contagem de OPG, com média de 1228.

Aparentemente, a utilização de capins cespitosos visando redução da contaminação de nematódeos gastrintestinais em ovinos per si não foi eficaz, quando manejados sob lotação contínua. CUNHA et al. (2000) e SANTOS et al. (2002) alertaram para a autoinfestação, quando os animais permanecem mais de 5 dias no mesmo piquete, ingerindo larvas oriundas de ovos de seus próprios parasitos.

VLASSOF (1982) observou que 80% das larvas infectantes estiveram localizadas no primeiro terço na estrutura da pastagem. Considerando a localização das larvas infectantes de nematódeos em pastagens dos cvs. Tanzânia e mombaça de P. maximum, sob lotação caprina/ovina, o rebaixamento a 15 cm, visando reduzir a quantidade de larvas pela ação da radiação solar, pode ser viável. Entretanto, há possibilidade de
resultar em uma maior ingestão de larvas à medida que a altura do capim diminui.

Ademais, essa altura pode provocar prejuízos na rebrota e persistência das plantas, principalmente em solos de baixa fertilidade (QUADROS, 2004). A interferência do comportamento alimentar no número de larvas infectantes ingeridas é uma hipótese para explicar as diferenças na intensidade de infecção por nematódeos entre espécies e raças (HOSTE et al., 2001).

Em pastagens naturais, a alta habilidade de caprinos selecionarem uma dieta naturalmente com maior variedade botânica, com predominância de plantas com porte arbustivo e arbóreo, os predispõem menos intensamente a ingestão de larvas infectantes, em relação aos ovinos, que são mais dependentes das gramíneas, maior fonte de larvas (HOSTE et al., 2001). Em pastagens exclusivas de gramíneas, o padrão de infecção
encontrado por QUADROS (2004) demonstrou que os caprinos foram mais infectados do que os ovinos, talvez pelo menor convívio com esses parasitos em sua evolução em pastagens naturais.

Fonte: UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM PRODUÇÃO ANIMAL
PROGRAMA DE OVINO-CAPRINOCULTURA DA BAHIA

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Técnica de Alimentação de Ovinos e Caprinos

Zootecnia Apresenta Técnica de Alimentação de Ovinos e Caprinos

Creep-feeding, também conhecida como alimentação exclusiva, é uma estratégia ideal de alimentação para ser usada durante o desmame de ruminantes em geral.Resulta em ganho de peso mais rápido para crias e menos desgaste para as matrizes, na fase de aleitamento. A técnica é muito aplicada para bovinos em várias partes do Brasil. No Ceará, equipe do Núcleo de Ensino e Estudos em Forragicultura (NEEF) do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará é pioneira em experimentos de creep-feeding com ovinos.

O Prof. Magno Cândido, do NEEF, explica que o creep-feeding "consiste na suplementação alimentar, durante a fase de cria, utilizando-se alimentos de alta qualidade (volumosos, concentrados, suplementos minerais e vitamínicos), em um cocho cercado de forma a permitir somente a entrada das crias, ficando as matrizes sem acesso ao mesmo".

Os estudos mostram que os animais que recebem suplementação com alimentos sólidos na fase de aleitamento têm um desenvolvimento mais rápido do rúmen (primeiro compartimento do estômago dos ruminantes), o que possibilita aumento de peso mais rápido e desmame precoce das crias. Com isso, as matrizes sofrem menos estresse durante o aleitamento.

Para o Prof. Magno, a alimentação exclusiva é fácil de ser aplicada pelo criador e demonstrações já foram feitas em atividades de extensão do Núcleo, como nos Dias de Campo.

No NEEF, experimento recente foi realizado pela equipe composta pelo Prof. Magno e os estudantes Diego Fernandes Vieira Bernardes, graduando em Agronomia, e William de Jesus Ericeira Mochel Filho, doutorando em Zootecnia. Eles testaram três suplementos para cordeiros em sistema de creep-feeding.

"A dieta 1 proporcionou ganhos médios diários durante o fornecimento dos suplementos de 96 g; a dieta 2, de 131 g; e a dieta 3, de 134 g, sendo que a dieta 2 também proporcionou a formação de um lote mais uniforme, o que é interessante para o produtor na hora de comercializar os animais", resume o professor.  

Fonte: Portal UFC (2010-08-16)

Ordenha Manual

Kit Embrapa de Ordenha Manual para Caprinos Leiteiros

Lea Chapaval*
Alan Martins Mororó**


A caprinocultura configura-se como uma das alternativas agropecuárias mais apropriadas para gerar crescimento econômico e benefícios reais no âmbito regional, por vários motivos. Para a concretização dessa alternativa na agricultura familiar, as organizações de produtores vêm se mobilizando e têm provocado alterações econômicas, sociais e culturais significativas. A inclusão do leite de cabra em programas institucionais de compras do Governo de estados, tais como Rio Grande do Norte e Paraíba, também representou uma oportunidade para a consolidação do
aglomerado produtivo do leite de cabra e, por conseguinte, para o fortalecimento dos agricultores familiares. No Nordeste do Brasil, a caprinocultura leiteira de base familiar vem se desenvolvendo em pólos de expansão, porém alguns pontos, tais como, a qualidade e quantidade do leite produzido, precisam ser melhorados. A participação dos agricultores em todas as ações de desenvolvimento e adaptação de tecnologias (análise da rentabilidade, seleção das alternativas tecnológicas, desenvolvimento das ações, na construção de novos conhecimentos e na disseminação das inovações) devem ser consideradas como ponto principal para ampliar a capacidade de geração e de disseminação de resultados.

O projeto intitulado “Melhoria do Acesso dos Agricultores Familiares ao Mercado por Meio de Tecnologias que Promovam a Qualidade do Leite de Cabra e Seus Derivados”, liderado pela Embrapa Caprinos e Ovinos, busca promover o desenvolvimento sustentável da caprinocultura leiteira de base familiar na região semiárida de estados brasileiros, como a Paraíba, Rio Grande do Norte e o Ceará, através da disponibilização e apropriação de tecnologias, utilizando a troca de conhecimentos, que incrementem a produção, assegurem a qualidade e melhore a gestão da propriedade leiteira a da agroindústria familiar para sua futura inserção nos mercados. Uma dessas tecnologias é a utilização do Kit Embrapa de Ordenha Manual®, o qual foi desenvolvido e validado pela Embrapa Gado de Leite (CNPGL) e parcerias, para o uso em bovinos, com financiamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA e que está sendo validado para a espécie caprina como uma das ações do projeto liderado pela Dra. Lea Chapaval, da Embrapa Caprinos e Ovinos.


No Brasil, um grande número de produtores rurais, mais de 80%, retira leite através da ordenha manual. A contagem bacteriana, um dos fatores que determinam a qualidade do produto, costuma ser bastante alta neste tipo de ordenha. Isso ocorre devido a procedimentos incorretos, que levam a uma higiene deficiente, tanto dos tetos da cabra quanto das mãos dos ordenhadores e dos utensílios utilizados. O Kit Embrapa de Ordenha Manual®, seja para bovinos, seja para caprinos leiteiros, é uma tecnologia social que visa à melhoria das condições de vida de
produtores de leite de base familiar, pois possibilita a manutenção deles na cadeia produtiva do leite com um produto de qualidade. A criação desse kit representa a soma de esforços entre produtores, instituições públicas e privadas para disponibilizar uma inovação aberta, acessível e aplicável. É constituído por um balde de aço inox semiaberto para ordenha, um balde de plástico para água clorada, cloro comercial, um par de luvas de borracha, detergente em pó, escova ou esponja de cerdas naturais, entre outros acessórios.

Os materiais contidos no Kit já são conhecidos pelos produtores, mas usados de forma incorreta. É de grande importância para a produção de um leite de cabra com qualidade, aspectos como a limpeza do local da ordenha, o uso da água clorada para higiene dos baldes, as mãos do ordenhador que devem estar limpas e com unhas cortadas. Cerca de 80% das contaminações ocorrem nas salas de ordenha, com prejuízos aos produtores. A ocorrência da mastite, por exemplo, pode gerar perdas significativas na produção de leite dos animais.

Em maio de 2009, houve a realização do projeto piloto para adaptação do Kit Embrapa de ordenha manual para caprinos leiteiros® na Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Essa atividade foi coordenada pelo pesquisador Guilherme Nunes de Souza, responsável técnico pelo Laboratório de Qualidade do Leite do CNPGL. Através dos resultados obtidos foi possível detectar o impacto do uso do Kit
em propriedades que não realizam os procedimentos de ordenha de forma correta, ou seja, o Kit realmente melhora a qualidade do leite em relação a contagens de células somáticas e bacteriana total.

A Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral, CE), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, iniciará as ações para validação do Kit Embrapa de Ordenha Manual para Leite de Cabra nos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará no mês de fevereiro de 2010. No projeto, o Kit será destinado a agricultores familiares, com
produção de até 50 quilos de leite por dia.

Um dos desafios para a implantação do kit será sensibilizar os caprinocultores para as vantagens que a adoção das Boas Práticas pode acarretar, inclusive para uma futura certificação dos produtos e sua inserção em mercados nacionais e internacionais. Sendo a busca por alimentos mais saudáveis e seguros, informações como a procedência do leite, vacinação dos animais, quais os procedimentos de ordenha que foram adotados, etc. serão cobradas pelos mercados consumidores. Não há como cumprir essas exigências sem a padronização da produção.

O uso do Kit é somente uma das estratégias de Boas Práticas Agropecuárias que a Embrapa Caprinos e Ovinos tem procurado disseminar na produção no território brasileiro. Essas práticas incluem questões que vão desde o manejo sanitário, nutricional e reprodutivo dos animais até a preservação ambiental e o cumprimento da legislação trabalhista nas propriedades rurais.

Leite de cabra fortalece os ossos

Leite de cabra fortalece os ossos

Ele é rico em vitaminas, sais minerais, proteínas, gorduras de alto valor biológico e é facilmente digerido pelo organismo por ser naturalmente homogeneizado. A gordura do leite de cabra é o seu principal elemento energético”. É o que diz o pediatra Paulo Roberto Lopes, da UTI Neonatal do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, em entrevista na imprensa.


Ainda segundo o médico, as células do leite de cabra são menores e por isso a digestão da gordura é mais fácil. Os elevados teores de cálcio e fósforo do leite de cabra são de fundamental importância para a formação e manutenção dos ossos, ajudando as crianças a crescer saudáveis, como também idosos e mulheres na menopausa a prevenir a osteoporose. O cálcio está muito presente no leite da cabra. O leite caprino possui 40% mais cálcio do que o bovino.

Fonte: APAEB

Pastagem para ovinos e caprinos 8

Prof. Dr. Danilo Gusmão de Quadros

8.0 Comportamento ingestivo de ovinos e caprinos


A estrutura de uma pastagem é tida como a disposição horizontal e vertical em que a forragem apresenta-se aos animais (CARVALHO et al., 2001a). Segundo LACA e LEMAIRE (2000), a estrutura da pastagem é a distribuição e o arranjamento das partes das plantas acima do solo. Ela é variável com o genótipo, idade da planta, época do ano e manejo, influenciando diretamente o comportamento de ingestão de forragem (STOBBS, 1973).

Considera-se que a ingestão de MS pelos animais seja responsável por 60 a 90% das variações no seu desempenho, enquanto de 10 a 40% pode ser explicado pela digestibilidade da forragem (MERTENS, 1994). O alimento apreendido em cada bocado proferido é considerado uma unidade do consumo. A ingestão de MS dos animais em uma pastagem pode ser representada pelo produto da massa do bocado (g MS/bocado) x taxa de bocado (nº bocados/dia) x tempo de pastejo (horas/dia) (GORDON e LASCANO, 1993).

A altura das plantas e as densidades de folhas e colmos têm efeitos diretos no tamanho de bocado, principal componente da ingestão (FORBES, 1988). Os colmos, em plantas cespitosas tropicais, acumulam-se facilmente na fase de maior crescimento e na época de florescimento, tornando parte das folhas inacessível aos animais.

MINSON (1990) revisou os valores de consumo voluntário por ovinos alimentados com gramíneas tropicais e encontrou média de 46 g de MS/kg PV0,75, valor esse bem inferior aos 80 g de MS/ kg PV0,75, considerado como o consumo normal de uma forragem padrão.

HODGSON (1981) encontrou tamanho e taxa de bocado para ovinos pastejando azevém perene de 0,80-1,47 mg MO/kg PV e 38,7-46,7 bocados/minuto, respectivamente.

Todavia, em pastagens tropicais a massa de bocado normalmente é menor, o que pode levar a eventual compensação da taxa de bocado, em curto prazo, e do tempo de pastejo, em longo prazo, visando a não redução do consumo, apesar dessas estratégias apresentarem limite fisiológico.

PENNING et al. (1986) observaram maiores ganhos em cordeiros gêmeos e ovelhas quando aumentaram a disponibilidade de forragem. Com a redução da altura das plantas forrageiras abaixo de 9 cm, a taxa de bocados aumentou significativamente, chegando a 90 bocados/min. Quando a massa de forragem diminui, o tempo de pastejo aumenta em decorrência de período mais longo de procura e seleção de alimentos pelos ovinos e caprinos. Sendo a escassez de forragem muito grande, o animal prefere não pastejar, pois o gasto de energia para a procura de comida será muito grande, em uma situação de extrema fome (HODGSON, 1982).

Pretende-se obter, com o manejo racional de pastagens, uma boa produção de MS e alta densidade de folhas, proporcionando grande massa de bocados. Assim, os animais passariam menos tempo pastejando e mais tempo descansando, ruminando, reproduzindo, ou em atividades sociais, pois já atingiram o ponto de satisfação alimentar.

Conforme GORDON (2000), plantas com folhas muito grandes e largas podem alterar o comportamento ingestivo e reduzir o consumo por animais com área de boca pequena, como ovinos e caprinos. Esse efeito é conhecido como “efeito espagueti”, no qual o animal tem que manipular a folha para a formação do bolo na mandíbula, atrasando a mudança de estação alimentar (CARVALHO et al., 2001a).

O tempo de pastejo é uma estratégia de regulação da ingestão a longo prazo, em relação ao ajuste da taxa de bocado para a manutenção da saciedade alimentar, quando há variações na massa de bocado (GORDON e LASCANO, 1993). Em ovinos, o tempo de pastejo pode variar de 4,5 a 14,5 h/dia, concentrando-se em uma faixa que vai de 7 a 11 h/dia (ARNOLD, 1981).

A profundidade do bocado está positivamente relacionada à altura das plantas forrageiras, todavia negativamente à densidade de forragem, notadamente de folhas (GORDON e LASCANO, 1993). BARTHRAM e GRANT (1984) sugeriram que a profundidade de bocado pode ser limitada pela relutância do animal em adentrar os colmos. A inacessibilidade das folhas verdes pelos colmos maduros é acentuada em espécies forrageiras cespitosas tropicais mal manejadas ou em florescimento. A proporção de tecidos e os constituintes químicos influenciam a força necessária à apreensão e digestão pelos microrganismos do rúmen (EVANS, 1967), além de, provavelmente, a velocidade de redução do tamanho das partículas. O processo de seleção de forragem pelos animais prioriza a qualidade da forragem. Portanto, os atributos químicos, físicos e comportamentais são igualmente importantes.

Fonte: UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM PRODUÇÃO ANIMAL
PROGRAMA DE OVINO-CAPRINOCULTURA DA BAHIA

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Pastagem para ovinos e caprinos 7

Prof. Dr. Danilo Gusmão de Quadros

6.0 Suplementação alimentar para ovinos e caprinos


A sazonalidade da produção forrageira concentra-se em nível superior a 80% na época quente e chuvosa do ano. O inverso observa-se na época seca, quando há acentuada redução quantitativa e qualitativa da forragem. Essa oscilação provoca conseqüências negativas do ponto de vista zootécnico, como altas taxas de mortalidade, baixo desempenho reprodutivo e baixa taxa de crescimento, aliados aos sérios problemas
sanitários. GUIMARÃES FILHO et al. (1982) e CHARLES et. al (1983) concluíram que a suplementação volumosa na época seca, mais mineralização e desverminação do rebanho, melhoraram a eficiência reprodutiva e o peso de cordeiros aos 240 dias de idade.

A demanda e suprimento de forragem devem ser equacionados no balanço do planejamento anual. Podem ser alternativas de volumosos suplementares para seca: pastagem reservada + suplemento protéico/energético no cocho, silagem de milho, sorgo, milheto, capim, etc (Foto 3), feno, cana-de-açúcar corrigida, capineiras, bancos de proteína, restos de cultura, subprodutos agrícolas, palma, mandioca, entre outras.

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As misturas minerais devem permanecer continua e ininterruptamente à disposição dos animais em cochos próprios. Se compararmos o consumo de forragem e o teor de elementos essenciais ingeridos, constataremos que alguns minerais não suprirão as exigências das diferentes categorias. Nas plantas forrageiras existem variações nos teores minerais com a espécie, o estádio de maturação da planta, a época do ano, o tipo de solo e o nível de adubações.

Pastagens com alta disponibilidade de forragem e bom valor nutritivo podem ser capazes de suprir os nutrientes necessários à manutenção e gestação, em relação aos teores de proteína e energia. Como geralmente as condições de nossas pastagens não são as ideais, podem-se fornecer suplementos para ovelhas em pré e pós-parto, pois evita distúrbios metabólicos, principalmente em partos duplos.

Deve-se ressaltar a importância da reserva de alimentos volumosos na fazenda, devido aos custos. Nesse planejamento, a área colhida será de acordo número de animais (expressos em UA1) e o período de arraçoamento, visando atender demanda de forragem o ano inteiro.


7.0 “Creep feeding” e “creep grazing” na alimentação de cordeiros e cabritos


A alimentação exclusiva e diferenciada das crias, seja ela concentrada (“creep feeding”) ou em pastagens (“creep grazing”), pode ser realizada para melhorar o ganho de peso dos borregos/cabritos e diminuir o tempo de abate, aproveitando a fase de maior eficiência alimentar dos animais e resultar em carne de melhor qualidade. Nas fêmeas, pode reduzir a idade à primeira cria, melhorando o giro de capital e velocidade de
melhoramento do rebanho, desde que economicamente viável.

 

Na Figura 2, está esquematizado um modelo de “creep grazing” com uma pastagem na qual só as crias têm acesso e um cocho para colocação de suplementos concentrados. A espécie forrageira plantada no “creep grazing” pode ser outra em relação à das matrizes. Pode adaptar o “creep feeding” para o fornecimento de feno de boa qualidade.

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Para os cordeiros e cabritos, o “creep grazing” (área de pasto ou cocho com alimentos volumosos de alta qualidade exclusiva as crias) pode ser usado com baixo custo e grande eficiência, podendo ser acrescido do “creep feeding” (cocho com alimentos concentrados), principalmente quando se deseja a terminação dos animais em confinamento ou quando o produtor é especializado em venda de cordeiros a terceiros.


A ração do “creep feeding” deve possuir alta digestibilidade que não leve ao acúmulo de material fibroso indigestível no rúmen. O farelo de soja e o milho são ingredientes importantes para dieta inicial. O farelo de soja apresenta aceitabilidade elevada e alta concentração de proteína e o milho moído fermenta rapidamente no rúmen.

O consumo de alimento sólido precoce acelera o tempo necessário a desmama e aumenta o desempenho. Os cordeiros devem comer alimentos sólidos o mais rápido possível, a partir do 12º dia de vida. A formulação para “creep feeding” não precisa ser complexa. Entretanto, ela deve conter os ingredientes que os cordeiros preferem, incluindo farelo de soja, milho e melaço que age como palatabilizante favorecendo o
aumento do consumo.

Fonte: UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM PRODUÇÃO ANIMAL
PROGRAMA DE OVINO-CAPRINOCULTURA DA BAHIA

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Deficiência e excesso de cobre na alimentação dos ruminantes: consequências

 

O manejo dos ruminantes requer uma atenção muito grande em inúmeros setores, sendo o principal deles a nutrição. A alimentação de um ruminante é algo muito complexo que necessita de grandes conhecimentos sobre as funções de cada ingrediente, sua composição e o teor de cada elemento. Um coadjuvante à alimentação propriamente dita é a mineralização, utilizada com o intuito de suprir as carências que ocorram naturalmente nos grão, gramíneas e leguminosas oferecidas aos animais. Um importante elemento contido no sal mineral é o cobre, responsável por inúmeras funções no organismo desses animais, o que faz com que a sua utilização seja feita de forma racional, pois a deficiência do mesmo acarretará muitos prejuízos ao animal, bem como o seu excesso, podendo causar toxicidade, ambos podendo levar ao óbito. A adequação dos níveis de cobre deve ser feita com a pesquisa de alimentos que não possuam essa deficiência, e, ao mesmo tempo, lançar mão de sais minerais específicos para cada espécie, não sendo aconselhado o contrário.

O cobre é um elemento tanto essencial quanto tóxico ao organismo animal. A toxicidade é variável entre os ruminantes, sendo o ovino a mais sensível das espécies.

Os ovinos intoxicados por cobre podem apresentar dois quadros clínicos distintos. O primeiro caracteriza-se pela intoxicação aguda, na qual o animal apresenta uma severa gastroenterite logo após uma alta ingestão de cobre. O segundo, denominado de intoxicação crônica, é o mais comum e caracteriza-se pelo acúmulo de cobre principalmente no fígado, sem manifestações de sinais clínicos.

O acúmulo de cobre pode ocorrer em três circunstâncias: na intoxicação primária causada pela ingestão de quantidades excessivas de Cu. Na intoxicação secundária fitógena, na qual, apesar do Cu ser ingerido em quantidades normais, se produz o acúmulo do microelemento em conseqüência dos baixos níveis de molibdênio; na intoxicação secundária hepatógena, na qual o Cu, ingerido em níveis normais, se acumula no fígado em conseqüência de lesões hepáticas causadas por plantas que contém alcalóides.

A intoxicação por cobre pode ser dividida em três fases distintas: a pré-hemolítica, a hemolítica e a pós-hemolítica. Durante a fase pré-hemolítica, ocorre o acúmulo de cobre no fígado, sem aparecimento de sinais clínicos. O cobre se acumula inicialmente nos hepatócitos perivenosos e posteriormente em outras áreas do fígado. Durante o acúmulo, os hepatócitos aumentam consideravelmente seu número de lisossomos, organela na qual também se acumula o cobre. Atingindo o limiar máximo de acúmulo, ocorre morte celular difusa, promovendo a liberação expressiva de cobre e de lisozimas. O cobre livre desloca-se para a corrente circulatória, onde após entrar nas hemácias oxida a glutationa, substância responsável pela integridade destas células, culminando com a hemólise, cerca de 24 horas após. A morte pode advir das graves lesões hepáticas e renais e do grau de anemia, raramente os animais sobrevivem ao quadro clínico característico de uma crise hemolítica. Aqueles que conseguem sobreviver se recuperam lentamente, no decorrer de duas a três semanas, durante a fase pós-hemolítica.

O cobre é um micromineral essencial, mas também pode ser tóxico. Sob condições práticas, ruminantes em pastejo têm maior probabilidade de sofrerem deficiência de Cu do que excesso, porém, erros nos alimentos oferecidos pode conter uma quantidade excessiva ao animal, causando toxicidade.

O cobre é exigido para a respiração celular, formação de ossos, funcionamento cardíaco, formação do tecido conectivo (sem o Cu ocorre uma falha na maturação e ligação do colágeno com a elastina) e da mielina da medula espinhal, pigmentação de tecidos e queratinização de pêlos e lã (acromotriquia: falta de pigmentação, é a principal manifestação de deficiência e pode ser notada em pêlos e lã). Componente de várias enzimas (junto com o Fe é necessário para a síntese da hemoglobina), o Cobre é importante para a integridade do Sistema Nervoso Central (SNC), em função da atuação de enzimas que atuam na formação da mielina. Além disso está relacionado a outros dois neurotransmissores (dopamina e norepinefrina). Outras funções seriam na atividade reprodutiva, sistema imune e no metabolismo de lipídios.

O cobre exerce importantes funções no sistema nervoso central, no metabolismo ósseo, no funcionamento de vários sistemas enzimáticos, além de ser essencial para a síntese de hemoglobina. Enorme variedade de problemas e distúrbios nos animais tem sido associada a dietas deficientes em cobre. Anemia, crescimento retardado, ossos fracos, insuficiência cardíaca, diarréia e despigmentação dos pêlos e lã são alguns sintomas clínicos apresentados por animais que recebem dietas deficientes em cobre. Durante o crescimento, os bovinos apresentam maiores exigências de cobre do que os ovinos e os animais não-ruminantes. O fígado dispõe de uma reserva mobilizável de cobre. Como o leite é pobre em cobre, os bezerros em aleitamento dependem exclusivamente das reservas hepáticas obtidas por transferência da mãe, no útero. Se as vacas forem deficientes em cobre, terão bezerros com baixas reservas, o que resultará em bezerros prematuramente deficientes.

Muitas vezes, a intoxicação por cobre pode ser resultante do uso desse mineral como promotor de crescimento, principalmente para aves e suínos. O sulfato de cobre é utilizado como estimulante de crescimento, em substituição aos antibióticos, sendo excretados nas fezes. A cama de aves e o esterco de suínos, utilizados como alimento ou como adubo de pastagens, podem intoxicar os animais que deles se alimentam.

Autor: Robson Moura de Lima

Pediculose (piolhos)

As criações de caprinos que não possuem as condições higiênicas satisfatórias, geralmente apresentam-se infestadas por piolhos. Existem dois tipos de piolhos: mastigador (Malófago) e sugador (Anoplura).

Os piolhos ocorrem durante todos os meses do ano, porém, com maior intensidade na época seca. A presença dos piolhos em um rebanho pode ser facilmente detectada pelo exame dos pêlos dos animais, preferencialmente, na linha dorso lombar e na garupa. No entanto, os piolhos podem se localizar em outras regiões do animal, causando coceira e irritação da pele, inquietação e emagrecimento, podendo levar os animais à morte.

Os piolhos podem ser controlados mediante pulverização ou banho dos animais com produtos a base de piretróides (produtos de baixa toxicidade). Também pode ser utilizada uma calda a base de Melão-de-São-Caetano. Essa calda deve ser bem forte, podendo ser obtida a partir de um quilo de folhas verdes de Melão-de-São-Caetano para cada 10 litros de água. As folhas devem ser maceradas ou trituradas e misturadas à água. Após esse processo, a mistura deve ser filtrada (coada) com pano e utilizada para banhar os animais.

Quando da aplicação de produto químico para controle dos piolhos, os seguintes cuidados devem ser tomados:

  • Aplicar o produto de preferência pela manhã.
  • Misturar o produto com água, de acordo com a recomendação do fabricante.
  • Repetir o tratamento após dez dias.

Para evitar a ocorrência de piolhos nos caprinos, devem ser realizadas inspeções periódicas do rebanho, para detectar a possível ocorrência do parasita. Além disso, deve-se evitar a entrada de animais com piolhos na propriedade.

Pastagem para ovinos e caprinos 6

Prof. Dr. Danilo Gusmão de Quadros

Utilização de pastagens tropicais para a criação de caprinos e ovinos


Em geral, a utilização de pastagens naturais, principalmente a Caatinga, para criação de caprinos e ovinos, apresentam baixa capacidade de suporte (1 ovelha/ha), em contraste as artificiais, formadas de gramíneas, cujo potencial de produção pode suportar mais de 25 ovelhas/ha (SANTOS et al., 2002). A introdução de gramíneas melhorou significativamente a capacidade de suporte de caatinga raleada e rebaixada, pois apenas 7-10% dos 4000 kg MS/ha/ano da fitomassa produzida da vegetação é considerado forragem consumível, o restante é inaceitável e de baixo valor nutritivo (ARAÚJO FILHO, 1992; ARAÚJO FILHO e CARVALHO, 1997).

COOP (1982) classificou as pastagens intensificadas como aquelas de alta produção de MS/ha, boa distribuição estacional e alta taxa de lotação. Entretanto, é necessário manejo racional para alcançar bom nível de utilização da forragem produzida e de produtividade animal.

Os ovinos exercem maior seletividade pelas gramíneas, enquanto os caprinos comparativamente apresentam preferência alimentar por espécies vegetais de porte arbustivos (DEVENDRA, 2002).


Ao testarem doze capins tropicais para a criação de ovinos, BIANCHINI et al. (1999) notaram que os capins aruanã (P. maximum), hemartria (Hemarthria altissima) e coast-cross (C. dactilon) foram os mais viáveis para a criação desses animais. Nesse experimento, não ficou evidente a influência do porte, do hábito de crescimento, bem como do comprimento e da largura das folhas na aceitabilidade das plantas.

A taxa de lotação e o percentual de aproveitamento da forragem em uma pastagem influenciam diretamente o índice de contaminação por nematódeos, considerado o maior entrave da produção de pequenos ruminantes nos trópicos. Com maior número de animais/ha, ocorre a diminuição das áreas de rejeição de forragem ao redor das fezes, onde há maior concentração das larvas infectantes (GORDON, 2000).

Ao comparar o manejo de desfolha do capim-florakirk (Cynodon spp.) a 5, 10, 15 e 20 cm de altura, sob lotação contínua e carga variável de ovinos, CARNEVALLI et al. (2000) não obtiveram diferenças significativas no consumo de forragem (404 g MS/animal/dia), no ganho de peso por animal (41 g/animal/dia) e por área (3,4 kg/ha/dia). Todavia, esses autores afirmaram que a desfolha a 5 cm necessita de manejo cauteloso,
pois pode provocar degradação da pastagem.

O desempenho de cordeiros observados por MACEDO et al. (2000) foi de 106 g, em pastagens de capim coast-cross, sob lotação fixa de 20 animais/ha. Entretanto, o potencial da produção de carne de pequenos ruminantes em pastagens é maior. SOARES et al. (2001) observaram taxas de ganhos de peso diários de ovelhas lanadas mestiças superiores a 240 g no início da primavera, quando mantidas em pastagens de
capim-batatais (Paspalum notatum), demonstrando a possibilidade de elevação dos índices produtivos. GASTALDI et al. (2000) observaram acúmulo de forragem em uma pastagem de capim coast-cross, mesmo quando a mantiveram sob lotação contínua de 50 ovelhas/ha durante 90 dias, denotando altas capacidades produtivas, em áreas de boa fertilidade. Com boas condições climáticas e alta fertilidade do solo, as gramíneas tropicais apresentam alto potencial de produção (CORSI e SANTOS, 1995).

MINSON e HACKER (1995), ao avaliarem seis acessos de capim-buffel com diferentes digestibilidades e forças de cisalhamento para ovinos da raça Merino, não encontraram diferenças significativas no ganho de peso diário. Todavia, houve variação entre as estações de pastejo com média de 48,4 g/dia, considerando todos os acessos e as duas estações de pastejo. A energia para o cisalhamento foi inversamente correlacionada a digestibilidade, que, por sua vez, foi diretamente correlacionada ao desempenho dos animais.

No Estado de São Paulo, SILVA NETO (1973) utilizou pastagens de capim-pangola (D. decumbens) sob lotação contínua, com 4, 6, 8 e 10 borregos/ha, visando a produção de carne. Esse autor verificou que a maior produtividade foi alcançada na taxa de lotação mais alta. No mesmo propósito, RATTRAY (1987), ao analisar o aumento da produção de carne por hectare/ano de borregos desmamados de 280 kg, 312 kg e 346 kg, relativo às lotações de 16, 21 e 26 animais/ha, respectivamente, comentou que houve acréscimo no déficit de forragem nas estações de baixo crescimento das plantas forrageiras, com a elevação das taxas de lotação.

Ao mensurar o desempenho de caprinos da raça Cashmire em pastagens, McCALL e LAMBERT (1987) constataram variações conforme a estação do ano, podendo estacionar o crescimento ou perder peso de maio a junho, mas capazes de atingir ganhos de 70-80 g/dia e de 100-140 g/dia, no início do outono e primavera, respectivamente, nas condições australianas.

Caprinos mestiços leiteiros alimentados com 800 g/dia de feno de capim-Angola (Brachiaria mutica) e até 50% de palha de feijão, acrescido de 150 g/dia de suplemento concentrado (16% PB), ganharam cerca de 72 g/dia, demonstrando boa adaptação à dietas fibrosas (MOULIN et al., 1987).

A intensificação da produção em pastagens para a produção de caprinos e ovinos, com escolha adequada da planta forrageira, correção e adubação do solo e manejo eficiente, é importante por permitir maior produção e utilização da forragem, refletindo em maiores taxas de lotação e desempenho (ARAÚJO FILHO et al., 1999). Por outro lado, segundo NEIVA e CÂNDIDO (2003), o uso de altas lotações aumenta consideravelmente a infecção por nematódeos.

 

Fonte: UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM PRODUÇÃO ANIMAL
PROGRAMA DE OVINO-CAPRINOCULTURA DA BAHIA

Sarna

A sarna é uma parasitose causada por ácaros, que são parasitas muito pequenos, medindo menos de 1 mm.

Os caprinos, geralmente, são acometidos pela sarna auricular, conhecida como caspa do ouvido, e sarna demodécica, conhecida como bexiga, que danifica o couro do animal.

a) Caspa do ouvido

  • Realizar a limpeza do ouvido, retirando as crostas com algodão embebido em uma solução de iodo a 10%.
  • Usar sarnicida no local.
  • Usar repelentes para evitar bicheiras.

b) Bexiga

  • Não comprar animais com bexiga.
  • Controlar a superlotação nos apriscos.
  • Tratar os animais doentes com ivermectin, aplicado por via subcutânea, a uma dose de 0,2 mg por quilograma de peso vivo, em uma única dose.

Os animais doentes devem ser separados e tratados com sarnicida de uso tópico ou geral. Aqueles animais que, porventura, não melhorarem com a aplicação do remédio devem ser descartados do rebanho.

Protegendo o Rebanho com Jumentos de Guarda

A mais recente utilização dos jumentos é como animais de guarda nos rebanhos de caprinos e ovinos. Sabe-se que os jumentos são incompatíveis com cães e lobos, os jumentos quando mantidos sozinhos com os ovinos trabalham muito bem como "guarda do rebanho". Quando digo solitário, quero dizer que não se pode manter dois jumentos na guarda do rebanho porque um fará companhia ao outro e eles esquecerão a guarda do rebanho. Como testar a incompatibilidade dos jumentos com os cães? Ponha os dois em um pequeno cercado e veja o que acontece, por medida humanitária forneça uma saída para a fuga do cachorro.

Vantagens de utilizar o jumento para guardar o rebanho:
• È melhor do que colocar veneno

• Em certas condições eles fornecem cuidados 24h contra predadores e outros intrusos.
• Custam menos para manter que outros animais de guarda
• Jumentos são compatíveis com outros animais de rebanho e tem necessiades alimentares parecidas. Eles comem a campo, não requerem alimentação especial.

Os jumentos provavelmente não protegem o rebanho deliberadamente. Muitos jumentos não gostam, e são agressivos com cachorros, raposas, etc, e por isso dão uma proteção indireta ao rebanho. Jumentos tem uma audição exemplar, um bom olfato e excelente visão. Eles usam esses sensores para detectar intrusos. Fazem zoada, perseguem, mordem e dão coices para se livrar de predadores.  Alguns jumentos também podem perseguir veados, ursos e outros animais estranhos, humanos e outros intrusos da mesma maneira. Jumentos não patrulham intencionalmente, mas investigam perturbações no rebanho.

 

Eles tem mais sucesso em proteger o rebanho em locais planos e pequenos, onde o jumento possa ver tudo ou a maior parte do local de um lugar só. Além do comportamento agressivo, a presença de um animal maior perto dos pequenos pode inibir predadores. Para que um jumento tenha sucesso e seja consistente no trabalho de proteger o rebanho é preciso selecionar, treinar e ser realistico nas espectativas. Eles tem limitações fisicas, precisam ser saudáveis, razoavelmente amigáveis com humanos e fáceis de lidar.

 

Nem todos os jumentos estão aptos a ser guardiões, caso um não funcione tente outro, vale a pena, mesmo que tenha que fazer tentativas com vários animais. Jumentos tem uma vida longa, um jumento de guarda vai oferecer proteção por muitos anos.  Use apenas fêmeas ou castrados, jumentos inteiros não devem ser usados a não ser que tenha sido criado junto com o rebanho, pois caso contrário pode atacar o próprio rebanho. Pela mesma razão jumentas em cio não devem ser utilizadas.

 

Jumentos de guarda podem precisar de várias semanas para se adaptar ao rebanho. Não permita que ele ande com outros jumentos ou equinos, dessa forma ele passa a pensar que é parte do rebanho de caprinos, ovinos ou bovinos. De preferência deve ser usado um jumento nascido junto com o rebanho e a mão deve ser afastada depois do desmame para que ele cresça junto com este. Caso esse não seja o caso, antes de colocar o jumento junto com o rebanho deixe ele do outro lado da cerca onde está o rebanho por um tempo, isso dá ao jumento e ao rebanho tempo de se acostumarem um com o outro de forma segura. De uma semana a dez dias depois desse periodo de socialização leve o jumento para passear ao redor do rebanho para que eles possam se cheirar e se tocar.  Depois prenda o jumento em um cercado com o rebanho e alimente e cuide dele por cerca de uma semana. Até aí eles já devem ter aceitação um pelo outro. Deixe o jumento correr solto no cercado ou pasto e logo o rebanho vai estar indo atrás do jumento quando houver perigo. Alimente o jumento junto com o rebanho para que se sinta parte deste. Caso o rebanho seja alimentado em cochos, alimente o jumento em um cocho separado para que o rebanho coma sem problemas. Sempre alimente o jumento quando alimentar o rebanho.

Deixe todos os cachorros longe dos jumentos, não teste o jumento provocando ele. Não permita que os cachorros da fazenda fiquem familiarizados com o jumento, não use cachorros para conduzir o rebanho perto do jumento. Se o jumento for agressivo com o rebanho ou tiver medo deste (ou vice-versa), remova ele imediatamente.

 

Não se sabe o número máximo de animais que um jumento pode proteger, mas não deve ser usado para mais de 200. Jumentos não são muito úteis em áreas com vegetação cerrada, onde o rebanho pode se dispersar.


Existe uma exceção para a regra de apenas um jumento por rebanho: jumentas com filhotes mamando. Nessas ocasiões elas  se tornam muito protetora e o jumentinho nascendo com o rebanho tem maiores possibilidades de se tornar um jumento de guarda também.

 

Remova o jumento do convivio das fêmeas do rebanho prestes a parir, e só introduza os filhotes quando estes estiverem prontos para ir ao pasto.

Video Caprinocultura Leiteira

 

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Controle da Eimeriose em Caprinos Leiteiros

A eimeriose ou coccidiose caprina é uma doença infecciosa causada por protozoários coccídicos do gênero Eimeria, que acomete principalmente caprinos jovens. É uma parasitose de distribuição mundial, atingindo rebanhos submetidos aos mais diferentes sistemas de manejo, embora seja mais grave e mais freqüente em animais criados em sistemas intensivos, daí a sua importância em rebanhos leiteiros .

O controle da eimeriose dos caprinos deve ser realizado através de práticas adequadas de manejo e pela administração de quimioterápicos, que juntos, objetivam impedir ou reduzir a infecção que ocorre através da ingestão de oocistos esporulados na água e na ração contaminadas. A utilização de drogas específicas contra a eimeriose é de valor relativo quando já existem manifestações clínicas, isto porque, já houve destruição de tecidos e as drogas não são capazes de regenerá-los.

Além disso, geralmente, os coccidiostáticos atuam apenas nas fases precoces de multiplicação dos parasitos, não agindo, portanto, nas formas sexuadas que, geralmente, são as que mais danos causam aos animais. Desta forma, o tratamento preventivo, em todo o rebanho susceptível (animais jovens), iniciado logo após a exposição dos cabritos às formas infectivas, será mais eficaz do que o tratamento curativo.

O tratamento preventivo, que consiste na administração de coccidiostáticos incorporados na água, no leite ou na ração, é recomendado para rebanhos criados em regime de confinamento. A medicação preventiva deve ser iniciada no momento ou logo após a exposição dos animais aos oocistos esporulados, que geralmente ocorre nas duas primeiras semanas de vida.

Entre as drogas recomendadas para o tratamento profilático da eimeriose, as mais utilizadas são os antibióticos ionóforos, destacando-se a monensina, a salinomicina e a lasalocida. Na Embrapa Caprinos, foi realizado um experimento utilizando preventivamente a salinomicina nas doses de 1mg/Kg, em cabritos leiteiros nas fases de cria e recria, obtendo-se excelentes resultados, tanto em termos de ganho de peso, como na redução do parasitismo (Tabela 1, Figura 1). Além do tratamento profilático, as medidas sanitárias são de fundamental importância para o controle da coccidiose dos pequenos ruminantes, principalmente a higienização das instalações, impedindo que os oocistos eliminados através das fezes tornem -se infectivos. No entanto, os oocistos resistem a maioria dos desinfetantes comerciais. Na Embrapa Caprinos foi avaliado o efeito dos desinfetantes do grupo dos fenóis a 5% e 10%, iodophor a 1% e 2%, hipoclorito de sódio a 5% e 10%, formoaldeído P.A.(37%) a 5% e 10% e água clorada comercial a 12,5% e 25% na esporulação de oocistos de Eimeria spp, de caprinos naturalmente infectados com Eimeria spp. Apenas o grupo dos fenóis inibiu a esporulação dos oocistos. Os demais desinfetantes foram ineficazes em impedir a esporulação dos oocistos.

TABELA 1. Valores (média + erro padrão) referentes ao ganho de peso, número de oocistos por grama de fezes (OOPG), rendimento de carcaça e peso do corpo vazio em caprinos submetidos ao tratamento preventivo com salinomicina, nas fases de cria e recria.

image

OOPG, dados transformados para Log (OOPGx0,02 + 4,5).

Figura 1. Número médio de oocistos por grama de fezes - OOPG (+ erro padrão)1 em caprinos submetidos aos tratamentos preventivos com salinomicina, nas fases de cria e recria (dados transformados para Log(OOPGx0,02 + 4,5). T0=grupo não medicado (controle); T1 e T2= medicados nas doses de 1 e 2mg/kg, respectivamente.

Autor:Luiz da Silva Vieira

Atenção aos Cascos - Caprinos

 

A natureza dotou os caprinos de cascos que crescem continuamente... estes devendo ser aparados a cada 2 ou 3 meses, dependendo das condições de manejo, ambiente, nível de exercício e velocidade de crescimento.

A natureza dotou os caprinos de cascos que crescem continuamente. Quando em liberdade, este fato pode ser uma grande vantagem, pois o desgaste natural que os cascos sofrem em contato com terrenos duros e pedregosos.

A criação de caprinos muitas vezes obriga ao seu confinamento, não havendo hipótese de deixar os animais saírem livremente, não ocorrendo o desgaste suficiente para manter o casco em boas condições. Mesmo assim, havendo condições e havendo desgaste natural, estes devem ser aparados a cada 2 ou 3 meses, dependendo das condições de manejo, ambiente, nível de exercício e velocidade de crescimento.

Em caso de gestação adiantada, convém corrigir os cascos todos os meses.

O crescimento dos cascos é irregular e quando exagerado, dificulta a locomoção, e todas as dificuldades que exijam que o animal esteja em pé, como alimentação, cobrição, gestação, e desvio de aprumos, o que pode levar a relaxamento irreversível.

Torna-se mais prejudicial o crescimento dos cascos, pois a curvatura dos mesmos forma um depósito de detritos, umidade, fezes, matéria orgânica, que cria condições ideais para o desenvolvimento de microorganismos que podem causar inflamações e afecções podais, a peeira.

Constituição da pata dos caprinos

A pata dos caprinos é constituída por duas unhas ou dedos, daí ser chamada de bissulco. É dividida em parte externa e interna. A parte interna é constituída por 3 ossos unidos entre si por ligamentos e tendões, um aparelho elástico e de amortecimento de choques, e ainda um invólucro de carne. A parte externa forma o casco, que protege a parte interna.

O aparelho elástico e de amortecimento de choques é composto por cartilagens e pela almofadilha plantar para cada unha. As cartilagens dispõem-se de um e outro lado do pé, unindo-se entre si pela frente, ficando livres na parte de trás, prolongando-se além do osso, completando-o.

A parte de cima da cartilagem fica fora do osso.

A almofadinha plantar é uma almofada de carne, elástica e resistente, colocada sob o osso do pé e do tendão flexor e entre as cartilagens e destina-se a amortecer os choques no andamento.

O invólucro de carne compreende a carne do pé envolvendo as parte internas já mencionadas, a cutidura ou coroa, disposta à parte superior do pé, faz a transição do casco para a pele, constitui uma das partes mais importantes do pé, pois aí gera-se o tecido córneo que vai formar e renovar constantemente o casco.

O tecido folhoso segue-se à cutidura, descendo para a frente e pelo lado em torno do osso do pé e termina atrás, virando-se para baixo, introduzindo-se na almofadinha plantar, o tecido aveludado ou palma carnuda, sobre a parte inferior do osso do pé e a almofadinha plantar.

Todas estas partes internas, extremamente enervadas e irrigadas, são cobertas pelo chamado envolvedouro córneo, formando o casco.

Aparentemente formando uma só peça, o casco separa-se em três partes: Taipa, Palma e Mole.

A taipa, parede, cinta ou muralha é a parte do casco visível do apoio. A sua parede mediana chama-se entre-unhas. Representa a peça principal do casco, muito sujeita a crescimento, quando este não é acompanhado, quando este não é acompanhado do desgaste correspondente. Cobre todo o tecido folhoso e cutidura, da qual nasce. A parte de trás dobra-se, formando os talões ou mole.

A parte fronteira chama-se pinça, ponta-de-pé ou da unha, os lados, chaman-se ombros ou encontros, seguindo-se os quartos, entre os ombros e talões.

A taipa é direita, lisa, tendo maior espessura do lado de fora.

A palma é côncava na face inferior e mais para o meio e lado de dentro. A espessura da palma iguala à da taipa e ambas ligam-se entre si pela linha branca.

O mole, que corresponde ao talão do cavalo, tira o nome da macieza do corno da região, prende-se pela frente à palma e atrás com os lados da taipa.

Pela descrição apresentada, podemos confirmar a complexidade anatômica da pata dos caprinos e o cuidado que é necessário ter para que este mecanismo mantenhan-se em perfeito funcionamento, aparando os cascos quando o desgaste natural não é suficiente.

Embora a operação de corte e desbaste não seja complicada, exige muito cuidado, pois as lesões que podem surgir, por atingir vasos sanguíneos ou nervos, além de dolorosas, são difíceis de tratar.+

A operação pode ser realizada com o animal de pé ou deitado, em qualquer altura, estado de gestação, desde que não se sujeite a fêmea a choques ou quedas bruscas. O local deve ser bem iluminado, abgrigado do sol, espaçoso e limpo.

A imobilização do animal torna-se mais fácil se a operação for feita em pé, enquanto que a operação com o animal deitado requer meios de contenção mais complexos, tornando-se perigosa para as fêmeas em adiantado estado de gestação, e mais inCômoda para o tratador.

Convém separar animais eventualmente afectados pela peeira de animais sãos.

Para concluir a operação deve-se ainda proceder à limpeza e desbaste da palma, onde a matéria córnea também cresce.

Caso hajam complicações, ocorrendo sangramento, deve-se comprimir o local até a hemorragia parar. Caso não seja suficiente, deve-se aquecer uma lâmina e cauterizar o local, colocando-se em seguida um repelente ou cicatrizante.

Para concluir, referimos que em caso da preparação dos animais para exposições, deve-se proceder ao corte dos cascos cerca de 15 dias antes da mesma, de forma a que o anima tenha tempo de recuperar de qualquer ferimento que possa ocorrer.


Fonte: Revista O Berro Nº 70 - Outubro 2004 - Ana Isabel Matias Fiqueiredo Beijós.

Guia do Criador Iniciante 1

Como descubro quando devo cruzar a minha Cabra?


Existem aqueles que criam cabras por puro prazer, ou como animais de estimação (isso é especialmente verdadeiro na Europa e nos EUA), mas acredito que a maioria crie com o objetivo é obter algum ganho financeiro com isso, para tanto os caprinos devem ser cruzados regularmente para maximizar a produção. Isto é muito mais fácil se você observar algumas práticas simples de manejo básico. Uma fêmea saudável em idade reprodutiva deve ter seu ciclo em um período de tempo consistente, cruzar facilmente, carrregar a gestação sem problemas, parir sem problemas e ter um cabrito normal. Isso pode soar meio surreal, mas não é tão difícil de realizar com uma boa gestão e caprinos saudáveis.

A cabra entra em cio com frequência, quando isso acontecer elas geralmente se comportam de maneira diferente do que o normal, fazem muita zoada, abanam o rabo de vez em quando, principalmente quando você correr sua mão pela garupa, ela pode ainda montar em outros animais. A produção de leite tem uma tendência a cair e ela pode não comer como de costume. Se houver um macho nas proximidades, ela vai querer ficar o mais perto dele possível e pode não querer sair. Claro que existem exceções a essa regra.  Algumas nunca mostrarm qualquer sinal de cio. Isso é chamado de cio "silencioso" e pode ser muito frustrante.


A maioria das cabras com esse tipo de cio irá mostrar sinais de interesse, quando o bode se aproximar, mas não sempre. Se você não tiver um bode, pode utilizar um "buck rag". Este é um pano que é friccionado num bode até pegue bem o seu cheiro e é mantidos em um frasco fechado para manter o cheiro. A cabra deve cheirá-lo todos os dias duas vezes até que ela mostre interesse.


Cabritas são difíceis de serem pegas em cio. Use uma bode calmo pois um bode agressivos pode facilmente ferir suas cabritas. Mantenha registros precisos dos cruzamentos. Para facilitar esse controle é bom que a os animais tenham algum identificador (brinco, colar, etc). 

 

Quando devo cruzar a minha Cabra?

 

As cabritas podem geralmente ser cruzadas no primeiro ano apartir dos 8 meses, mas alguns criadores preferem cruzar os animais quando estes atingem um certo peso, e não por idade. Nesse caso quando uma cabrita atinge 30-35 kg ela está pronta para cruzar, mas não é recomendado que cabrita chegue aos dois anos sem ter tido filhos, mesmo que não tenha atingido o peso. Uma cabrita anglo-nubiana vazia é um animal horrivel de se ter por perto, sem falar que é uma perda de produção e que o úbere não se desenvolve tão bem quanto poderia e consequentemente a quantidade de leite cai. Geralmente cabritas que tem filhos cedo acabam produzindo mais leite durante a sua vida e crescem tanto (ou até mais) do que aquelas tiveram filhos mais tarde (ao contrario do que se ouve por ai o crescimento não atrofia por ter filho cedo).

 

Texto traduzido e adaptado de Leslie A. Applegate, The Goat Source

Dicionário de Pelagem

Recebi um e-mail e estou postando uma parte dele aqui, achei interessante pois muitos não sabem descrever a pelagem do animal quando tem que fazer um comunicado de nascimento à associação:

“Percebemos que a Academia Brasileira de Letras apresenta muitas falhas e omissões quanto ao vocabulário específico rural e enviamos, então, um "Minidicionário" com mais de 3.000 palavras para serem incluídas em próximos dicionários. A maioria, obviamente, distingue anotações realizadas nos sertões nordestinos. A língua é "viva" e admite a incorporação de palavras utilizadas pelos moradores dos imensos sertões brasileiros.”

Embora seja um texto longo, apresentamos a seguir, algumas anotações sobre as pelagens utilizadas no Brasil, tanto para bovinos, equinos, caprinos e ovinos.

Anotações sobre Pelagens

Agé - Marca que demonstra a qualidade do animal. Os agés são seis, de acordo com o ditado: "um agé é bom, dois é melhor, três é ruim, quatro é pior, cinco é brinco e seis é reis". Os quatro primeiros agés são as patas; o cinco é a estrela na testa e o seis é uma marca branca no pênis". Também Argel.

Alazã - Pelagem dos equinos, formada por um grande número de matizes, que vão de uma coloração aloirada até uma avermelhada, lembrando a canela, ou de uma coloração vermelha escura queimada, lembrando a cutícula da castanha, tendo sempre as crinas e as extremidades da mesma cor do corpo ou mais claras, nunca escuras.

Alazã - Pelos, crina e cauda de tonalidade vermelha, que pode variar de escura a amarela. A crina pode ser de tonalidade mais clara.

Alazã Amarilha - pelos de tonalidade amarela, que pode variar da clara à escura, com crina e cauda branca ou creme. Também chamada erroneamente de Palomina (nome de uma raça americana onde todos os animais registrados são portadores desta pelagem) e baia amarilha (geneticamente a pelagem alazã amarilha se relaciona com alazã e não com a baia).

Alazã Apalusa - pelagem alazã com malha despigmentada na garupa e pintas da pelagem na malha.

Alazã Apalusa Mantado - pelagem alazã com malha despigmentada na garupa atingindo o dorso, lombo, cernelha e costados com pintas da pelagem básica.

Alazã Cereja - pelos com tonalidade vermelha, lembrando a cor da cereja.

Alazã Clara - cabeça, pescoço, tronco e membros cobertos por pelos de tonalidade vermelha clara, com algumas áreas como membros, cauda e crina mais claras.

Alazã Pampa - malhas brancas sobre fundo alazão.

Alazã Persa - fundo com áreas de depigmentação, pintas de tonalidade vermelha.

Alazã Salpicada - cabeça, pescoço, tronco e membros de tonalidade vermelha, com interpolação de pelos brancos no tronco.

Alazã sobre Baia (acima de baia) - cabeça, pescoço e troncos amarelos, com crina, cauda e extremidades avermelhadas.

Alazã Tostada - pelos do corpo, crina e cauda de tonalidade vermelha escura, lembrando a cor do café torrado.

Alazã Tostada Apalusa Mantada - pelagem alazã tostada com malha branca na garupa que invade as regiões do dorso, lombo e flanco com pintas da pelagem básica.

Alazã Tostada Persa - fundo com áreas de depigmentação e manchas circunscritas da pelagem alazã tostada.

Alazão - pode variar sua tonalidade entre uma extensa gama de tons castanho-avermelhados. O mais escuro possui um tom quase arroxeado, enquanto que o mais claro é brilhante, possuindo um profundo tom ouro-avermelhado. Os alazões normalmente possuem marcas de tonalidades diversas. Podem apresentar crina, cauda e pintas castanhas ou negras, ou ainda, ter crina e cauda cor de palha dourada.

Alazão Amarilho -

Alazão chamalotado ou apatacado: Quando tem manchas mais claras e arredondadas.

Alazão Crinalvo Salpicado - pelagem composta

Alazão dourado: O típico com reflexos do ouro.

Alazão ruano: Quando tem a cauda e crina claras.

Alazão típico: O que tem a cor da brasa ou da cereja.

Alazão Tostado Crinalvo Apatacado -

Albino – Diz-se do animal sem pigmentação alguma na pele, nos pêlos, etc e que resulta da atividade de um gene pleitrópico.

Aleonada - Pelagem Simples alazã, quando é de um tom amarelo-claro, com as extremidades mais carregadas, lembrando o leão.

Alto calçado - Cavalo que mostra a cor branca alcançando os joelhos e jarretes.

Amarela - pelagem de gado.

Amarela chitada - pelagem típica de Gir.

Amarela gargantilha - pelagem típica de Gir.

Amarelo cobre - pelagem típica de Gir. Condenada.

Amarilha - Pelagem Simples baia, também chamada Pelagem Amarela, de tonalidade dourada, lembrando a gema de ovo. Obrigatoriamente a crina e cauda são mais claras, razão por que também é conhecido como Baio Ruano. Também chamado de Baio Marinho ou Palomino.

Andorina - Ver Pelagem Tordilha.

Apalusa - Qualquer pelagem que apresentar malha branca despigmentada na garupa será designada de Apalusa. Essa malha poderá se estender atingindo outras regiões do tronco (dorso, lombo, costados, cernelha, espáduas) e poderá apresentar ou não pintas da pelagem básica. O potro pode não ter a pelagem apalusa claramente evidenciada ao nascimento, mas há quatro sinais que quando observados no eqüino jovem caracterizam esta pelagem: 1 – esclerótica facilmente visível, 2 – cascos rajados ou mesclados, 3 – áreas de despigmentação em determinadas regiões da cabeça. O animal apresentará um padrão borrado de pele pigmentada e não pigmentada principalmente em volta dos olhos e focinho, 4 – despigmentação na região anal, órgãos genitais e às vezes na vulva. Essas regiões apresentarão áreas de despigmentação, lembrando um mapa irregular de pele clara e escura. Animais que não apresentarem a pelagem apalusa característica, mas apresentarem essas quatro características, poderão ter filhos de pelagem apalusa. Essa é característica de uma raça de eqüinos dos EUA, denominada Appaloosa, onde a dominância sobre a garupa, podendo estender-se a todo o exterior do animal (Leopardo).

Apalusa Mantada - Com manta. Refere-se a pelagem que apresenta uma área, sem limite, branca sólida, normalmente na garupa e outra(s) região(ões) do tronco. Esta malha poderá ou não apresentar pintas da pelagem básica. Na resenha deverá ser especificada a presença ou não de pintas e quais as regiões do corpo do animal são atingidas por essa malha. Pelagem preta com malha branca na garupa, dorso, lombo, cernelha, espádua e costados com pintas da pelagem básica.

Apalusa Nevada - Com “neve”. Pelos claros e escuros na região da garupa podendo atingir todo o corpo. As áreas de pelos brancos são semelhantes a flocos de neve.

Apatacada - com forma de patacas.

Araçá - Particularidade de pelagem em bovinos, que consiste na presença de pêlos castanhos ou escuros formando pequenas listas ou raias transversais ao comprimento do corpo do animal. Depende um gene recessivo. Nome da pelagem de bovino caracterizada por estrias verticais, com gradação em várias cores, como na raça Normanda.

Argel - Cavalo que exibe apenas um membro calçado.

Arminhado - Calçamento com malha escura (preta ou castanha), arredondada.

Arregaçada - marca clara que sai do membro e penetra na região do tronco. Mais comum em animais multicoloridos.

Arregaçado - Cavalo que mostra a cor branca ultrapassando os joelhos e jarretes, alcançando os antebraços e pernas.

Azeviche - Pelagem Simples baia, tipo preto, quando a coloração preta dá um reflexo brilhante. Alguns hipólogos consideram o preto azeviche não como "tipo", mas sim como particularidade do Preto Murzelo, ou Preto Franco.

Azulega - Pelagem que resulta da presença de pêlos escuros na Pelagem clara dos bovinos, dando-lhe uma tonalidade escura esfumaçada.

Azulega - Ver Pelagem Tordilha.

Baia - Caracterizada pela presença de pelos de tonalidade amarela (varia do claro ao bronzeado) na cabeça, pescoço e tronco, com crina, cauda e extremidades pretas.

Baia - Caracterizada pela presença de pelos de tonalidade amarela (varia do claro ao bronzeado) na cabeça, pescoço e tronco, com crina, cauda e extremidades pretas.

Baia - Pelagem Simples de equino, com crina, cauda e extremidades claras. Todas as variedades de Baio Simples podem apresentar, ou não, listras de mulo, banda crucial e zebruras, embora sejam, algumas vezes, um tanto apagadas.

Baia Cabo-Negro - Pelagem Composta Castanha, formada pela gama de pêlos claros amarelados da cor da palha de trigo até a gama bem escura do bronzeado. Divide-se em Claro ou Palha (cor da palha de trigo), Ordinária (parecida com brim cáqui), Escura (tom amarelo bem carregado), Encerado (amarelo sombrio, lembrando cera bruta), Camurça (Isabel) (amarelo claro lembrando branco encardido) e Gateado (com todas as nuances).

Baia Clara - pelos de tonalidade amarela clara, com crina, cauda e membros pretos.

Baia Clara Apatacada - formada de pelos amarelos claros, com manchas arredondadas delimitadas na superfície lembrando patacas (moedas antigas). Apatacado não é uma variedade exclusiva da pelagem baia, pois pode ocorrer nas outras pelagens.

Baia Encerada - formada de pelos amarelos escuros, lembrando a cor de cera natural.

Baia Escura - a tonalidade do amarelo é escura, quase marrom. Diferencia-se da pelagem castanha clara porque o marrom, da baia escura, é amarelado e na castanha é avermelhado.

Baia Palha - pelos amarelos bem claros, lembrando a coloração da palha do milho.

Baio - o cavalo baio não é muito comum. Um bom baio deve apresentar cauda e crina prateadas. Embora sejam atraentes, os baios, como acontece com animais de tonalidade pouco vibrante, não são muito indicados para a equitação em geral.

Baio achamalotado ou apatacado: Quando apresenta manchas redondas e mais claras do que o resto do corpo.

Baio amarelo: É como uma gema de ovo, quando estendida numa porcelana branca.

Baio branco ou claro: É uma tonalidade de creme desmaiado.

Baio cabos negros: Quando tem as extremidades dos membros, da cauda e a crina escuras.

Baio cebruno: Também escura, levando no corpo manchas mais escuras do que o baio encerado.

Baio dourado: quando tem reflexos do ouro.

Baio encerado: Quando tem a cor mais escura, parecendo-se com a cera virgem.

Baio ovo de pato: Quando tem uma cor amarelado creme. Sua crina, cauda e cascos também são cremes.

Baio ruano: é um baio com a cauda e crina claras.

Baixo calçado - Cavalo que mostra a cor branca descendo até o boleto.

Barroca - (Pronúncia: Barrôca) Pelagem rosácea ou barrosa.

Barrosa - pelagem conenada na raça Gir.

Barrosã - Raça bovina portuguesa que também entrou no Brasil.

Barroso - Nome que se dá ao bovino cuja pelagem é melada, quase alaranjada, avermelhada, imitando barro.

Bebe-em-branco - Nome que se dá ao cavalo que apresenta um dos lábios ou ambos na coloração branca, devendo isto ser esclarecido na resenha.

Bebe-em-branco - Nome que se dá ao cavalo que apresenta um dos lábios ou ambos na coloração branca, devendo isto ser esclarecido na resenha.

Bebe-em-branco - quando os lábios e região limítrofe forem claros.

Beta - Marca clara entre as narinas. Também “Ladre”.

Beta - Pinta branca que corre entre as narinas do cavalo.

Boca-de-Leite - quando as narinas e região limítrofe for clara.

Bocalvo - quando a região da boca for clara.

Bracelete - mancha clara ou escura ao redor da parte baixa da canela.

Braga - faixa ou malha despigmentada na parte baixa do animal (região abdominal).

Bragado - Cavalo que apresenta malhas brancas no terço posterior do ventre e nas partes internas das coxas.

Bragado - Cavalo que apresenta malhas brancas no terço posterior do ventre e nas partes internas das coxas.

Braiada - Expressão sertaneja para indicar um caprino com influências raciais diversas. "Braiada" deve ser corruptela de "embaralhada". Ver Disbraiada.

Branco - os cavalos brancos podem ser tordilhos muito velhos, cuja pelagem tende a embranquecer com a idade, ou albinos, caso em que possuem olhos rosados e pele sem pigmentação. Os cavalos conhecidos como brancos são, de fato, tordilhos na maioria dos casos.

Branco albino, melado ou rosado: Quando há uma despigmentação congênita, inteira ou arcial, das pestanas e da íris. Sua pelagem tem reflexos rosados. É sensível ao sol.

Branco mosqueado: O que leva pelo corpo, em forma irregular, pontos pretos do tamanho de uma mosca.

Branco porcelana: O que tem manchas pretas, as quais, por transparência, por meio dos pêlos brancos, produzem reflexos azuis da porcelana.

Cabeça de mouro - Cavalo que apresenta uma mancha escura - pêlos mais escuros ou pretos - em toda a cabeça.

Calçado - Cavalo que exibe a cor branca nos membros, bem delimitada, nas pelagens que não incluem o branco nestas partes.

Calçado alto - marca que inicia na coroa e atinge ou ultrapassa o joelho ou jarrete.

Calçado baixo - ou Baixo Calçado. marca situada entre a coroa do casco e o boleto.

Calçado em diagonal - Cavalo que exibe o calçamento em diagonal, devendo ser esclarecido apenas qual o anterior que forma a diagonal.

Calçado médio - marca que inicia na coroa e termina abaixo do joelho/jarrete.

Calçado sobre coroa - Cavalo que mostra a cor branca apenas na circunferência da coroa do casco.

Calçado sobre coroa - parte clara sobre a região da coroa do casco.

Calçamento - As marcas brancas, bem delineadas e com pele despigmentada, nos membros.

Calçamento completo - quando atinge todo o membro do animal.

Calçamento diagonal - quando a parte clara está situada em membros diagonalmente opostos.

Calçamento incompleto - quando não atinge todo o membro do animal.

Calçamento lateral - quando a parte clara está em um dos lados do membro.

Camurça - Pelagem Simples baia, pouco encardida. Também chamada Pelagem Encardia, ou Pelagem Isabel, lembrando a princesa austríaca Isabel Carla Eugênia que governou os Países Baixos de 1601 a 1604, prometendo que somente trocaria de roupa depois que terminasse o cerco de Ostende - o que aconteceu oito meses depois.

Cana-preta - Cavalo com as canelas pretas nas pelagens que não as incluem.

Cascalvo - Cavalo que apresenta somente os cascos brancos.

Cascalvo - Cavalo que apresenta somente os cascos brancos.

Casco branco - coloração anormal para cascos de animais em regime de muita insolação, mas natural em região fria (neve).

Casco marfinizado - Diz-se do casco amarelado, admissível e até comum em muitas espécies animais. Também Marfinizado.

Casco mesclado -

Casco mole - Diz-se do casco branco, considerado frágil, sendo evitado na maioria das espécies animais.

Casco negro - coloração normal de animais em ambientes rústicos.

Casco rajado - manchas claras no casco.

Casco tigrado - Diz-se do casco que apresenta listras verticais negras. Geralmente em equinos.

Castanha - Pelagem Composta, formada pelo pêlos avermelhados no corpo, com intensidades diversas, com crina, cauda e membros negros. Divide-se em Clara (vermelho meio amarelado), Ordinária (cor de castanha madura), Escura Cereja ou Zaina (aproxima-se do preto pezenho, mas com tons mais claros em certas regiões como focinho, axilas, ventre, flanco e períneo. Zaino significa "ausência de pêlos brancos", mas - nesse caso - significa castanho-escuro. Também as variedades Pinhão e Vermelho Sanguíneo.

Castanha - Presença de pelos vermelhos na cabeça, pescoço e tronco, lembrando a cor da castanha madura, com crina, cauda e extremidades pretas.

Castanha Clara - o vermelho da pelagem é de tonalidade clara com crina, cauda e membros pretos, sendo que a tonalidade preta dos membros pode não atingir toda a canela.

Castanha Escura - o vermelho da pelagem é de tonalidade escura com crina, cauda e membros pretos.

Castanha Pampa - fundo castanho com manchas avermelhadas.

Castanha Pinhão - pelagem de tonalidade vermelha bem escura, quase preta. Pode ser diferenciada da preta maltinta avaliando-se a cabeça, que na castanha pinhão tem predominância de pelos vermelhos e na preta maltinta é coberta de pelos pretos.

Castanha Zaina - pelagem castanha escura ou pinhão que não apresenta particularidades na cabeça e nos membros.

Cebruno ou barroso: Com a tonalidade mais escura do que a do baio cebruno, parecendo-se com a cor do elefante.

Celhado - animal com cílios brancos.

Celhado - Pêlos brancos que aparecem nas sombrancelhas de um cavalo.

Cereja - Pelagem Simples alazã, quando a coloração lembra a cereja madura.

Chita – Pequena mancha de margem pouco definida ou indefinida na pelagem do animal.

Chitada – Animal com pelagem com "chitas", ou chuviscos, salpicos, de coloração variada. O mesmo que “chuviscada. Pelagem própria da raça Gir e pequenos ruminantes, que consiste na presença de pequenas manchas numerosas de pêlos vermelhos, em fundo branco ou rosilho. O mesmo para chita vermelho. Diz-se vermelho chitado quando o fundo é vermelho e as manchas são de pêlos brancos. Reproduz-se parcialmente no Girolando e outras raças.

Chitada de amarelo - pelagem típica de Gir.

Chitada de vermelho - pelagem da raça Gir.

Clara - É a pelagem Simples alazã, quando a cor é loira, clara e pálida.

Colorada - Pelagem Simples alazã, quando a coloração é de um vermelho vivo, lembrando o sangue de boi. Também Pelagem Vermelha ou Pelagem Sanguínea.

Colorado pinhão: Tem a cor do pinhão.

Colorado típico: É avermellhado com o tom claro.

Com embornal - Designação que se dá ao cavalo que apresenta uma mancha clara abrangendo apenas a parte inferior da cabeça.

Composta - Pelagem de equinos formada por pêlos bicolores misturados, com crina e cauda diferentes.

Conjugada - Também chamada de Pelagem Justaposta, apresenta malhas e pintas de contorno irregular, mescladas com branco, nos equinos. Divide-se em Tobiano ou Pampa e Pintada.

Cordão - É o filete, quando encorpado, saliente. Também “Listra”.

Cordão - Fina mancha branca - mais larga que o filete - que se estende da fronte ao chanfro do cavalo, e até as narinas às vezes, podendo ser interrompido ou desviado.

Cordão - Fina mancha branca - mais larga que o filete - que se estende da fronte ao chanfro do cavalo, e até as narinas às vezes, podendo ser interrompido ou desviado.

Crinado - Cavalo que apresenta a crina branca ou desbotada. Particularidade comumente encontrada na pelagem alazã, variedade amarilho.

Crinalvo - crinas brancas em animal alazão.

Debrum - Filete mais claro que volteia os lábios de algumas raças de bovinos, como o Guzerá e o Pardo-Suíço. Ou mais escuro que volteia a orelha de animais claros, como o Nelore.

Douradilho -

Douradilho pangaré: É o que tem o focinho, axilas e ventre mais claros.

Douradilho: É um colorado desmaiado com reflexus dourados.

Embandeirado - Rabo levantado e voltado para a direita ou esquerda através de uma intervenção cirúrgica, denominanda "niquitagem", feita com o objetivo de imprimir mais elegância no animal ou por fraude, quando se quer dar a característica inata do árabe puro em cavalos mestiços ou comuns.

Encerada - Pelagem Simples baia, quando o amarelo é mais sombrio, lembrando a cera bruta.

Entrepelado: O que tem uma mescla de pelagens diferentes, formando assim um total indefinido.

Escorrida - Mancha branca na fronte do cavalo, alongada. Variação de Estrela.

Escura - Pelagem Simples baia, quando a tonalidade do amarelo é mais carregado.

Espada Romana - nome de espiga quando situada no pescoço do animal.

Espigada - direção irregular dos pelos, em forma alongada como uma espiga.

Estrela - Mancha branca na fronte do cavalo, podendo ter várias formas: em coração, em losango, em meia lua, em U. Pode ser "escorrida".

Estrela - marca de estrela na testa. Também há “Meia-Estrela” e “Estrela em triângulo”. Também “Flor”.

Estrelinha - Pequena pinta branca na fronte do cavalo.

Estrelo - Animal que tem "estrela" na testa (marca clara).

Façalvo - Malha branca sobre as faces laterais da cabeça do cavalo ou somente sobre um dos lados, esquerdo ou direito.

Faixa crucial - Cavalo que apresenta uma faixa escura cortando transversalmente a cernelha, geralmente de pelagem vermelha, alcançando as espáduas.

Faixa crucial - quando há uma malha na parte baixa do animal (região abdominal).

Filete - Estreito fio de pêlos brancos que escorre pela fronte ou chanfro do cavalo.

Filete - Mancha alongada, estreita, na fronte e chanfro do animal.

Frente aberta - Nome dado ao cordão que se alarga tomando todas a frente da cabeça do cavalo e indo até a região das narinas.

Frente-aberta - Quando o cordão alarga-se tomando boa parte da fronte e chanfro.

Gateada - Pelagem baia Simples dos equinos, com membros, crina e cauda da mesma cor, desde o matiz palha de milho até as nuances mais carregadas, apresentando quase sempre listra de mulo, banda crucial e gateaduras. Divide-se em Clara, Ordinária, Escura e Ruiva. Os gaúchos consideram a Pelagem Gateada como tipo e não como variedade baia.

Gateada - Pelagem Simples alazã, quando a tonalidade amarelo-clara desce uniformemente para os membros, geralmente acompanhada de "gateaduras" pelas canelas, antebraços e jarretes, bem como de listra de mulo e banda crucial - quase sempre apagadas. Também Pelagem Lavada ou Pelagem Sopa-de-Leite.

Gateado osco ou pardo: É mais escuro que o típico, assemelhando-se ao gato pardo.

Gateado pangaré: O que tem o focinho, as axilas e o ventre com a pelagem mais clara.

Gateado ruivo: O que tem a cauda e a crina aproximada a cor do fogo.

Gateado típico: É um baio escuro acebrunado nas quatro patas e com uma linha escura, que vai da cernelha à garupa, com aproximadamente dois dedos de largura.

Jaguanês - Gado bovino leiteiro, negro, com linha dorsal, cauda, pernas e ventre brancos.

Jaguanesa - Designação da pelagem preta com dorso e ventre branco, nos bovinos. Também raça em formação, 5/8 Pinzgauer x 3/8 Zebu. Também denominada “Jaguané”. Animal Jaguanês ou Jaguané.

Lavra - Mancha de forma irregular, com linhas retas. Bordas bem definidas.

Lavrado - Bovino, caprino ou ovino de pelagem multicolorida, com manchas longitudinais.

Listra de burro - Cavalo que apresenta uma listra estreita, mais escura que a pelagem, que se estende ao longo da linha dorsal, indo da cernelha à base da cauda.

Listra-de-burro - quando a faixa escura percorrer a espinha. Da cernelha até a base da cauda.

Lobuna -  Caracterizada pela interpolação de pelos amarelos e pretos. Essas duas tonalidades podem também estar presentes no mesmo pelo. Na cabeça há predomínio de pelos pretos.

Lobuna - esta é a tonalidade dos cavalos e asnos pré-históricos. Várias raças mantêm essa pelagem hoje em dia e ela pode ser muito atraente, especialmente se houver pontos negros. O lobuno-dourado possui um tom levemente puxado para o tom de areia, enquanto a pelagem do lobuno-azulado é uma espécie de preto lavado, empalidecido, lhe dando reflexos azulados. A maioria dos cavalos lobunos possui uma listra sobre o dorso.

Lobuna - Pelagem Composta, amarelo na base e preto na extremidade, dando uma coloração pardo-acinzentada. Sendo tosquiado, ficará baio (amarelo). Divide-se em Clara, Ordinária e Escura, de acordo com o tom pardo final. Também é chamada de Libuna ou Lobeira.

Lobuna Clara - predomínio de pelos amarelos.

Lobuna Escura - predomínio de pelos pretos.

Lobuno claro: Quando se parece com a plumagem de uma pomba.

Lobuno escuro: Quando mais escuro do que o lobuno claro.

Lunarejo - Diz-se do cavalo que tem qualquer mancha ou sinal no pêlo, de modo a ser facilmente distinguido dos outros animais do mesmo pêlo ou semelhança.

Luzeiro - Malha clara na fronte do cavalo, podendo ser também "escorrido".

Luzeiro - Malha clara na fronte do cavalo, podendo ser também "escorrido".

Luzeiro - Mancha evidente na fronte.

Malacara - Quando a mancha clara tomou conta da maior parte da fronte, chanfro e frente.

Malha - Mancha bem definida nas bordas. Geralmente arredondada.

Malhada - Diz-se da pelagem conjungada, de certas raças bovinas, como a Holandesa malhada de preto e malhada de vermelho. A expressão “preta e branca” é tecnicamente errada (Domingues, 1961, p.387).

Maltinha - Pelagem Simples baia, tipo preto, dando impressão de desbotado, com laivos ruços, lembrando o pez negro. Também conhecida como Pelagem Macaco ou Pelagem Pezenha.

Manalvo - Cavalo que exibe somente os membros anteriores calçados.

Manalvo - mesmo tipo de calçamento nos dois membros anteriores.

Médio calçado - Cavalo que mostra a cor branca abrangendo qualquer parte da canela.

Meísta - Animal ou raça caprina cuja pelagem é dividida ao meio, explicando o nome.

Mil-Flores - Ver Pelagem Rosilha Alazã.

Moura - Pelagem Composta, formada pela mistura de pêlos brancos sobre um fundo escuro, fazendo lembrar a cor mais ou menos acentuada "ardósia", caracterizado pela cabeça e extremidades negras. Divide-se em Claro (cor cinzenta clara), Ordinário (a cor acinzentada é intermediária entre o claro e escuro) e Escuro (menor presença de pêlos brancos na mistura).

Moura - Pelagem na qual o corpo é branco, ou quase, e a cabeça é escura (mouro claro). Ou com outras partes também escuras no corpo (mouro escuro).

Moura clara - pelagem típica de Gir. Predominância de branco com orelhas e cabeça total ou parcialmente pretas.

Moura de vermelho - pelagem típica de Gir. Também rosilha clara.

Moura escura - pelagem típica de Gir. Predominânica da cor escura com cabeça e orelhas pretas.

Mouro claro: É um gris azulado.

Mouro negro: Se parece com o tordilho negro, com tonalidade azulada.

Murzelo - Pelagem Simples baia, tipo preto, com laivos arroxeados, como a amora madura. Também chamada de Pelagem Franca.

Negro - Apesar de ser atraente, muitas pessoas sentem-se predispostas contra ele por causa de sua fama de ser indigno de confiança. Outro motivo para a prevenção, possivelmente, reside no fato de os cavalos negros terem sido sempre usados nos funerais, antes do aparecimento do carro funerário motorizado.

Ordinária - Pelagem Simples alazã, quando a cor é de canela.

Ordinária - Pelagem Simples baia, quando o amarelo é o intermediário entre o Palha e o Escuro.

Oveira - Malhas de despigmentação em fundo de qualquer pelagem. Essas malhas apresentam contorno irregular e não são bem delimitadas como na pelagem pampa, mas se infiltram com a pelagem de fundo. As áreas brancas incluem grande parte (ou a totalidade) da cabeça, podem atingir as faces laterais do pescoço, costados, ventre e flancos, porém nunca cruzam a linha dorsal. Na maioria dos cavalos, a área pigmentada é mais extensa que a branca, e a cauda normalmente é de uma só cor.

Oveiro - os cavalos oveiros podem ser do tipo piebald quando possuem pelo branco coberto por manchas negras grandes e irregulares; skewbald, se as manchas forem castanhas, escuras ou avermelhadas, sobre um fundo também branco; e add-coloured, caso as manchas de duas ou mais tonalidades estão presentes sobre o fundo branco. Os animais oveiros são muito procurados pelos circos.

Oveiro azulego: É um mouro claro com manchas brancas.

Oveiro bragado: Quando em qualquer pelagem portam manchas isoladas no baixo ventre.

Oveiro chita: É overo com manchas brancas salpicadas num fundo rosilho.

Oveiro chita: É overo com manchas brancas salpicadas num fundo rosilho.

Oveiro de índio: Qualquer pelagem com manchas de tamanho médio.

Palha - Pelagem Simples baia, quando se parece com a cor da palha do trigo. Também Pelagem Clara.

Palomino - Denominação do cavalo com Pelagem Baia Amarilla.

Palomino - Denominação do cavalo com Pelagem Baia Amarilla.

Palomino ou baio branco - os palominos têm uma coloração dourado-clara, não apresentam marcas em seu pelo e suas crinas e caudas são abundantes e soltas, quase brancas. A tonalidade varia de acordo com as estações do ano. A pelagem se torna mais clara, quase branca, durante o inverno, voltando a aparecer o tom dourado com o renascimento da pelagem de verão.

Palpação, apalpação – Ato de verificar lesões no animal com a mão.

Pampa - Conjugação de malhas brancas despigmentadas, bem delimitadas, em qualquer outra pelagem. A designação pampa precede o nome da pelagem de fundo, se a proporção de malhas brancas for maior, ou deve vir depois do nome da pelagem de fundo, se as malhas brancas estiverem em menor proporção.

Pampa - Ver Pelagem Tobiana.

Pampa de Alazã - pelagem alazã sobre fundo branco.

Pampa de Castanha - pelagem castanha sobre fundo branco.

Pampa de Preto - pelagem preta sobre fundo branco.

Pampa de Tordilha - pelagem tordilha sobre fundo branco despigmentado (róseo).

Pampiana - Pelagem ou raça bovina formada pelo cruzamento entre fêmeas Tabapuã (3/8) com touros Hereford e Polled Hereford (5/8), no Rio Grande do Sul. Também denominada Santa Clara, Braford. Pelagem avermelhada, manchada de branco.

Pangaré - Cavalo que apresenta a parte inferior do ventre, face interna das coxas e outras partes do corpo, esbranquiçadas.

Pangaré: Quando descolorido em algumas regiões do corpo, sobretudo nas partes inferiores, destacando-se nas axilias, focinho e ventre, seu descolorido se assemelha a cana da Índia.

Patacado - Nome de animal com pelagem "patacada", ou com patacas: pequenas manchas coloridas. Também Tartarugado.

Pedalvo - Cavalo que exibe somente os membros posteriores calçados.

Pedalvo - mesmo tipo de calçamento nos dois membros posteriores.

Pedrês - Ver Pelagem Tordilha.

Pelo de Rato - Caracterizada pela presença de pelos cinza na cabeça, pescoço e tronco, lembrando a cor do rato de esgoto, com crina, cauda e extremidades pretas. Esta pelagem não é encontrada nos eqüinos (cavalos e éguas), só ocorre nos asininos (jumentos) e muares (burros e mulas), bovinos e pequenos ruminantes.

Persa - Pelagem de pelos brancos, com deficiência de pigmentação na pele e pequenas malhas circunscritas de outra pelagem distribuídas por todo o corpo do animal. Apesar de ser classificada como tipo diferente da pelagem apalusa, publicações recentes revelam que geneticamente essa pelagem é uma variedade da apalusa. Nas raças de pôneis, quando a malha com pintas atinge todo o corpo do animal, a pelagem é denominada Persa.

Pinhão - Pelagem Composta Castanha, quando se parece com o matiz particular do pinhão (freqüente nos muares).

Pintada - Pelagem Conjugada, formada por pequenas malhas ou pintas escuras (pretas, avermelhadas, alazãs ou castanhas), justapostas no fundo predominante branco, dando a impressão de que foram artificialmente pintadas. O cavalo persa, muito apreciado como animal de circo, caracteriza-se por este tipo de pelagem, formando pintas escuras, pequenas, porém bem destacadas, justapostas no fundo branco, baio, tordilho, alazão e castanho-claro. Divide-se em Pintado de Castanho, Pintado de Vermelho, Pintado de Alazão, Pintado de Preto (como o Persa e o Appalloosa).

Pintado - os cavalos pintados spotted podem possuir manchas de qualquer tonalidade e dispostas da maneira mais variada possível. Como são raros, seu preço é muito alto. Leopardo-pintado é o termo dado ao animal que apresenta manchas negras e bem definidas, uniformemente espalhadas sobre um fundo branco.

Pitoco - Rabo cortado, sendo a designação de suro mais empregado para aves.

Pombo - Também chamada Pelagem Leite. É a pelagem Simples branca, quando a coloração é fosca, sem brilho.

Pombo - Ver Pelagem Tordilha.

Porcelana - É a pelagem Simples branca, quando a pele é escura, dando um reflexo azulado, que faz lembrar a porcelana - em equinos.

Preta Apalusa Nevada - pelagem preta com pelos brancos na região do tronco. Esses pelos são esparsos e imitam flocos de neve.

Preta Azeviche - pelos pretos de tonalidade forte, com reflexos azulados.

Preta Maltinta - é a pelagem preta com reflexos avermelhados nas regiões do flanco e axilas, mas com a cabeça de tonalidade preta.

Preta Pampa - malhas brancas sobre fundo preto.

Preta Persa - fundo branco com manchas circunscritas de tonalidade preta espalhadas pelo corpo.

Preta - Pelagem Simples baia, em equinos, formada por pêlos pretos, que vão de um preto desbotado até um preto de intenso brilho. Divide-se em Maltinho (Pezenho ou Macaco), Ordinário, Murzelo (Franco) e Azeviche.

Preto azeviche: Preto vivo com reflexos brilhantres.

Preto Maltinto Crinalvo - preto maltinto com crina alva.

Preto típico: Tem a tonalidade semelhante ao carvão.

Quatralvo - Cavalo que exibe todos os membros são calçados.

Quatralvo - quatro membros com o mesmo calçamento.

Queimada - Pelagem Simples alazã, quando lembra o café torrado, bastante carregado.

Rabicano: Quando nas caudas escuras tem pelos brancos na sua base.

Rabicão - Cavalo que apresenta fios brancos na cauda interpolados com outros mais escuros.

Rabicão - Cavalo que apresenta fios brancos na cauda interpolados com outros mais escuros.

Rabicão armilho -

Rafê - É o nome para a linha que "solda" as duas metades de algo. No caso dos bovinos, o rafê está presente na soldadura da bolsa escrotal e também no "cordão" claro que une as duas nádegas.

Rafê - É o nome para a linha que "solda" as duas metades de algo. No caso dos bovinos, o rafê está presente na soldadura da bolsa escrotal e também no "cordão" claro que une as duas nádegas.

Rafé - Linha central do períneo; região entre os testículos ou úbere e o reto. O mesmo que rego.

Rafé - Linha central do períneo; região entre os testículos ou úbere e o reto. O mesmo que rego.

Raiano - Gado bovino cuja pelagem mostras raias coloridas.

Raiano - Gado bovino cuja pelagem mostras raias coloridas.

Rato - Pelagem Composta Castanha, formada por pêlos de uma cor cinza-pardacenta, semelhante ao rato, no corpo, e extremidades escuras. Divide-se em Clara (cinza-pardacenta-clara), Ordinária (cinza-pardacenta mais acentuada) e Escura (cinza-pardacenta bem carregada).

Rodopio - Direção dos pelos, imitando um rodopio.

Rosilha - Caracterizada pela interpolação de pelos brancos nas diversas pelagens. Esses pelos brancos são menos evidenciados na cabeça. Os potros já nascem rosilho, mas raramente podem apresentar ao nascimento pelagens uniformes e a interpolação de pelos brancos acontecerá mais tarde. As variedades mais comumente encontradas se caracterizam pela ação do gene do rosilho em outra pelagem qualquer. Pode ainda ser classificada como clara (predominância de pelos brancos no pescoço e tronco) ou escuras (predominância de pelos da pelagem de origem).

Rosilha - Pelagem Composta, formada pela mistura de pêlos brancos, num fundo de pêlos amarelados ou alazões, vermelhos ou castanho-escuros, que dão ao conjunto matizes róseos. Rosilho branco, ou rosado, propriamente dito, é uma pelagem rosilha, muito clara, que não se enquadra nos dois subtipos de rosilho citados, por apresentar fundo branco (claro) com interpolação de pêlos avermelhados ou amarelados, mostrando, via de regra, despigmentação das aberturas naturais (melado) e oferecendo variedades, consoante a maior ou menor intensidade da mescla de pêlos vermelhos e amarelos. Divide-se em Alazão e Castanho ou Ruão.

Rosilha Alazã - pelagem alazã com interpolação de pelos brancos no pescoço e tronco.

Rosilha Alazã - Pelagem Composta que se divide em Clara (predominância de pêlos brancos sobre o fundo alazão desbotado, dando impressão rosada), Ordinária (francamente rósea), Escura (predominância de pêlos alazões ou avermelhados), Mil-Flores (os pêlos brancos formam tufos sobre o fundo alazão, dando a impressão de flores brancas) e Flores-de-Pessegueiro (os pêlos alazões são mais claros, interpolados com pêlos brancos, lembrando a flor de pessegueiro. É contrária à Pelagem Mil Flores).

Rosilha Baia - pelagem baia com interpolação de pelos brancos no pescoço e tronco.

Rosilha Castanha - pelagem castanha com interpolação de pelos brancos no pescoço e tronco.

Rosilha Castanha - Também chamada de Pelagem Rosilha Ruã. Pelagem Composta que se divide em Clara (com os pêlos brancos predominando sobre o fundo castanho claro, prateado); Ordinária (quando o branco e os matizes avermelhados do fundo castanho equilibram-se), Escura (quando os pêlos brancos são em menor quantidade que os matizes castanhos do fundo) e Vinhosa (os pêlos brancos estão sobre um fundo castanho-vermelho, lembrando um vinho tinto).

Rosilha clara - pelagem típica de Gir.

Rosilha Preta - pelagem preta com interpolação de pelos brancos no pescoço e tronco.

Rosilho - é o termo usado para denominar os animais com duas ou mais pelagens misturadas, que podem possuir diversas tonalidades dependendo da proporção dos vários pelos que as compõem. O rosilho avermelhado é constituído por pelo vermelho, amarelo e branco; o rosilho-azulado, por pêlo negro, amarelo e branco; o rosilho-alazão, por pelo castanho, amarelo e branco.

Rosilho abaiado: Quando tem pelos amarelados entre o vermelho e o branco.

Rosilho claro ou prateado: Quando predominam os pelos brancos sobre os vermelhos.

Rosilho colorado: Quando predominam os pelos vermelhos sobre os brancos.

Rosilho gateado: É um gateado com pelos brancos.

Rosilho mouro: É uma mescla entre pelos vermelhos, brancos e pretos.

Rosilho overo: Quando dentro da pelagem rosilha tem manchas brancas.

Rosilho tostado: Quando tem pelos tostados em lugar dos vermelhos.

Ruã - Ver Pelagem Rosilha.

Ruão - Interpolação de pelos vermelhos, pretos e brancos. Pelagem encontrada nos asininos e muares. Os pelos pretos podem estar presentes apenas nas regiões de crina e cauda.

Sabina - Ver Pelagem Tordilha.

Salpicada -

Seta - nome da espiga quando situada nas espáduas ou costelas.

Simples - É a pelagem formada por pêlos e crinas da mesma coloração.

Suja - É a pelagem Simples, branca encardida, levemente amarelada, em equinos.

Suro - Nome que se dá ao equino de rabo cortado, embora seja mais comum seu uso para aves.

Tartaruga - manchas pequenas ou médias no corpo do animal, de forma arredondada, com bordas relativamente bem definidas. (ver também Chita)

Tartarugado - diz-se do animal com tartarugas na pelagem.

Tobiana - Também chamada de Pampa. Pelagem Conjugada, constituída pela mistura de branco com outros tipos de pelagens, formando malhas extensas, irregulares ou não, mas bem destacadas. Se a cor branca predomina, a palavra "pampa" deve anteceder às cores; e vice-versa, se for o contrário. Assim, por exemplo: pampa-preto, se a predominância for o branco sobre o preto, preto-pampa, no caso contrário. Divide-se em Pampa-Preto, Pampa-Vermelho, Pampa Castanho-Escuro, Pampa Baio, Pampa Rosilho-Castanho, Preto-Pampa, Vermelho-Pampa, Tordilho Negro-Pampa, Castanho-Escuro Pampa.

Tobiano baio: É um baio nas mesmas condições dos demais tobianos.

Tobiano cebruno -

Tobiano colorado: É um colorado nas mesmas condições do tobiano negro.

Tobiano gateado: É um gateado nas mesmas condições dos demais.

Tobiano negro: É um preto com manchas brancas grandes divididas com o preto.

Tordilha - Interpolação de pelos brancos em todo o corpo do animal. O gene responsável pela pelagem tordilha é epistático, ou seja, sempre que estiver presente no genótipo, vai se manifestar no fenótipo. Portanto, todo produto tordilho é fruto de um acasalamento em que pelo menos um dos pais é tordilho. O animal tordilho tem clareamento progressivo. O potro pode nascer com a interpolação de pelos brancos característica do tordilho e clarear lentamente, com o avançar da idade. Porém, a maioria nasce com uma pelagem firme e os pelos brancos vão aparecendo à medida que envelhecem. Esse clareamento é observado a partir das extremidades, principalmente na região da cabeça (contorno dos olhos, narinas e orelhas), podendo iniciar também a partir da crina, cauda e membros. Durante sua vida, o animal tordilho pode apresentar diversas alterações na tonalidade da pelagem.

Tordilha - Pelagem Composta (formada por pêlos de duas ou mais cores, misturados pelo corpo, crineira, cola, membros, ou tendo as extremidades escuras) sendo mistura de pêlos brancos no fundo, com mescla de pêlos pretos, cinzentos, etc. com menor ou maior intensidade pelo corpo. Divide-se em Claro ou Pombo (grande predominância de pêlos brancos com mínimo de outras cores); Negro (forte predominância e pêlos negros, com exceção para a cabeça), Escuro (predominância de pêlos escuros sobre os brancos); Safranado (Sujo ou Açafranado) (quando há mistura de pêlos amarelos ou avermelhados, dando um aspecto cinza-amarelado de sujeira ou de açafrão); Azulego ou Cordão (com reflexos azulados como a flor do cardo. Pode ser claro, escuro ou "Andorino", lembrando o dorso de uma andorinha); Salpicado ou Pedrês (quando há salpicos de pêlos pretos sobre o fundo de pêlos brancos); Sabino ou Vinagre (com mescla de pêlos avermelhados sobre os brancos, dando aspecto de ferrugem) e Rodado (quando os pêlos pretos aglomeram-se, formando manchas pequenas, arredondadas e mais escuras que o todo).

Tordilha Apalusa Mantada - pelagem tordilha com malha despigmentada na garupa que invade a região do dorso e lombo com pintas escuras na malha.

Tordilha Cardã - pelagem tordilha que apresenta reflexos avermelhados ou amarelados. Comum naqueles animais que nasceram castanho, alazões ou baios.

Tordilha Clara - predomínio de pelos brancos na pelagem tordilha.

Tordilha Escura -tordilha com predomínio de pelos pretos.

Tordilha Negra - tordilho que apresenta pelagem preta com poucos pelos brancos.

Tordilha Pedrês - quando os pelos vermelhos ou pretos formam pequenos tufos no fundo branco.

Tordilha Ruça - quando não mais se observar no tordilho os pelos da pelagem de origem. O animal terá o corpo recoberto por pelos brancos e sua pele será excessivamente pigmentada nas extremidades, em virtude da migração do pigmento melânico que se acumulou dentro das células.

Tordilho - pode possuir círculos de pelo negro pelo corpo, especialmente na parte traseira, dando-lhe o aspecto de um antigo cavalinho de balanço. Os tordilhos negros têm grande quantidade de pelo negro espalhado pelo corpo, geralmente escurecendo sua pelagem. Há tordilhos claros, nos quais o pelo branco predomina sobre o negro, produzindo um efeito quase totalmente branco.

Tordilho chamalotado ou apacatado: Quando com manchas arredondadas mais claras.

Tordilho claro: Quando tem predominância de pelos brancos.

Tordilho negro: Predomina os pelos pretos. Com a idade vai se tornando claro.

Tordilho Pedrês -

Tostada - Pelagem Simples alazã, quando é da cor do café torrado ou da madeira mogno.

Toveira - Variedade da oveira. Sua caracterização pode ser feita observando as malhas que são irregulares e grande parte da cabeça apresenta malha despigmentada, como na oveira, porém, as marcas do tronco ultrapassam a linha dorsal e na maioria dos animais, a área despigmentada é maior que a pigmentada.

Trialvo - Cavalo que exibe três membros calçados (baixo, médios ou altos); devendo ser citado na resenha da seguinte forma: "trialvo anterior esquerdo" - estando nisto explícito que o único membro não calçado é o anterior direito.

Trialvo - Cavalo que exibe três membros calçados (baixo, médios ou altos); devendo ser citado na resenha da seguinte forma: "trialvo anterior esquerdo" - estando nisto explícito que o único membro não calçado é o anterior direito.

Trialvo - três membros com o mesmo calçamento.

Trunfa - Tufo de pêlos longos no topo da cabeça (marrafa) de caprinos e ovinos.

Vermelha chitada - pelagem da raça Gir.

Vermelha gargantilha - pelagem da raça Gir.

Vinhosa - Ver Pelagem Rosilha Castanha.

Zaina - Pelagem indicando ausência de pêlos brancos.

Zaino - é uma tonalidade rica e brilhante de castanho, aproximando-se da cor do mogno polido. Os cavalos zainos podem ter uma única tonalidade em todo o corpo ou podem ter crina, cauda e patas negras, quando são, então, propriamente descritos como zainos com pontos negros. Os cavalos dessa pelagem são tidos como muito espertos e são geralmente fortes e bem dispostos.

Zaino claro - Da cor da castanha.

Zaino claro - Da cor da castanha.

Zaino negro - Como a castanha mais escura.

Zaino negro - Como a castanha mais escura.

Zaino negro - varia de tonalidade desde o zaino até quase o negro e, se houver alguma dúvida quanto à sua pelagem, a melhor maneira de desfazê-la é através do exame de pelos curtos e finos encontrados no focinho. O zaino negro é tido como o cavalo ideal para shows, passeios e caçadas.

Zebruras - estrias escuras e transversais nos membros. Mais comuns nos joelhos e jarretes.

Zebruras - Estrias que cortam transversalmente os joelhos e jarretes dos cavalos.