segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Vírus ameaça milhões de ovinos e caprinos na África

[04/11/2010]

Um vírus mortal que invadiu a Tanzânia no começo desse ano poderá se expandir nos países do sul da África e ameaçar mais de 50 milhões de ovinos e caprinos em 15 países, informou a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) na terça-feira (02). O vírus chamado de Peste dos Pequenos Ruminantes (PPR) é considerado como a "doença viral mais destrutiva que afeta rebanhos de pequenos ruminantes, tal como a peste bovina que devastou a pecuária no passado", disse a FAO. A PPR pode causar taxas de mortalidade de até 100% dos animais, mas não afeta humanos. O vírus pode se espalhar em pastagens compartilhadas e mercados de animais vivos.

O vírus já está presente no Oriente Médio, Ásia e partes central, oriental e ocidental da África, mas o sul do continente africano tem sido relativamente poupado. A FAO pediu que a Tanzânia inicie um programa de vacinação de emergência e disse que Malawi, Moçambique e Zâmbia deverão "imediatamente começar vigilância e começar medidas pró-ativas de inspeção".

"Se a doença se espalhar da Tanzânia para todas as 15 nações da Comunidade de Desenvolvimento do Sul Africano poderá potencialmente devastar o sustento e a segurança alimentar de milhões", disse a FAO.

A PPR declarou-se na Tanzânia no início de 2010, ameaçando uma população local de mais de 13,5 milhões de caprinos e de 3,5 milhões de ovinos. Para estancar a propagação da doença, a FAO recomendou a vacinação dos pequenos ruminantes tendo por base os pontos de controle e as rotas habitualmente seguidas pelos pastores.

Juan Lubroth, veterinário chefe da FAO, recordou que "os ovinos e os caprinos são essenciais para a segurança alimentar e o rendimento das comunidades pastorícias" "A presença da doença afeta diretamente o patrimônio dos lares. Também os serviços veterinários dos países da região devem rever os seus planos de prevenção, reforçar o controle das fronteiras e melhorar a vigilância", conclui Lubroth.

A reportagem é da Agence France-Presse (AFP) e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

SEGICAPRI

Amigos,

Ontem a ABCC (graças as contribuições dos amigos criadores e das vendas dos módulos do futuro portal) pagou a empresa que está desenvolvendo o SIGECAPRI (Sistema de gerenciamento do registro de caprinos) as parcelas do meses de novembro e dezembro ficando em dias com suas obrigações.

Já foram feito aporte de R$ 15.000,00, do total de R$50.000,00, custo dessa maravilhosa ferramenta, que vai proporcionar ao criador comodidade,agilidade e credibilidade aos documentos dos caprinos.

Em Janeiro de 2011, próximo mês, já vamos estar podendo acessar o portal www.abccaprinos.com.br, que vai estar em teste, disponibilizando muitas informações de nossa ABCC, de tudo que está acontecendo com nossa caprinocultura e informações de nossos sócios criadores.

Ontem em reunião na sede da ABCC fomos informados que o sistema de gerenciamento já está 40% desenvolvido.

Gostaria de agradecer aos que contribuíram e pedir aos que podem contribuir que não deixe de fazer, com o SEGICAPRI todos nós vamos ganhar.

Para os criadores e empresas que querem dar visibilidade aos seus produtos, não deixarem de colocar um modulo no portal www.abccaprinos.com.br o retorno será garantido.

Maiores informações com Amélia no abccapri...@hotmail.com  

Conta para doação.

ABCC
Ag.1835-X
C/C:400.254-7

Muito obrigado.
Tomaz Radel

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Carta do Zé Agricultor para Luis da Cidade

 

A carta a seguir não é sobre caprinos, mas é interessante do ponto de vista de todo agricultor e pecuarista  - adaptada por Barbosa Melo - foi escrita por Luciano Pizzatto que é engenheiro florestal, especialista em direito sócio ambiental e empresário, diretor de Parques Nacionais e Reservas do IBDF/IBAMA 88/89, deputado desde 1989, detentor do 1º Prêmio Nacional de Ecologia.

Prezado Luis, quanto tempo.

    Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava.

    Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo... hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite. De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né Luis?

    Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade. To vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente.

Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.

    Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né  Luis?

    Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né.) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô, bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?

    Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encompridar uma cama, só comprando outra né Luis? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca.

Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levou ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo.

Depois que o Juca saiu, eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.

Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande né?

Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.

Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.

Fui ao escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no IBAMA da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo ai eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do
Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.

Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos.

Eu vou morar ai com vocês, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no sitio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês e só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça.

Até mais Luis.

Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas me aguarde até eu vender o sítio.

(Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desigual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

CUIDADOS ESSENCIAIS PARA A CRIAÇÃO

 

Preparação da propriedade
Da granja, chácara, sítio ou fazenda
a) O local deve ser convenientemente cercado, com cercas de telas, varas em faxina, ou com 9 fios de arame, podendo-se admitir piquetes com o sistema de cercas eletrificadas.
b) possuir água de boa qualidade, pois os animais apreciam água limpa e desprezam aguadas não apropriadas.
c) possuir eletrificação rural para permitir iluminação das instalações de repouso, acondicionamentos de equipamentos elétricos para o tratamento, conservação e maturação dos seus produtos.
d) propiciar condição de alimentação. Manter boas pastagens nativas, confeccionar silos, obter forragens e realizar a ensilagem e fenação, através de bancos de leguminosas e bosques de forrageiras e adoção de rações concentradas.
e) treinar um pessoal tecnicamente, habilitando-o ao trato e ao manejo dos caprinos, um bom trabalho exige habilidades técnicas-práticas de criação desses animais.
f) obter equipamentos apropria dos e construir instalações adequadas à cria ção animal.
g) no local de criação: eliminar as er vas tóxicas daninhas, cobras, insetos, animais predadores e parasitas em geral.


Preparação do pessoal
Do proprietário, capataz, técnico ou simplesmente tratador
a) instruir-se quanto às principais doenças que afetam os caprinos e ovinos; suas formas de tratamento, combate e prevenção.
b) informar-se sobre os parâmetros ideais de criação, baseando-se em índices característicos à evolução de rebanho caprino nas atuais condições de cria ção.
c) filiar-se à Associa ção de Criadores, aos órgãos de produção e pesquisas, assinar revistas, publicações e principais informativos técnicos.
d) adotar uma política receptiva aos visitantes, em geral, e visitar ou tros criatórios.
e) divulgar o seu cria tório, propagar a positividade da atividade para a região.


Preparação da atuação
Controle, Coordenação e Administração da Criação.
a) adotar formas de registro, contro le e acompanhamento das ocorrências diárias que mereçam anotações.
b) marcar o animal, dando-lhe um número para identificação, através de brincos numerados, medalhas, trancelim, coleira numerada ou qualquer outra forma, desde que identifique cada animal, junto à sua ficha de controle.
c) instaurar, através de ficha individual, uma escrituração zootécnica que possa acompanhar a vida do animal, rea lizando o seu controle sanitário, genético, leiteiro e produtivo.
d) realizar uma constante mineralização suplementar à alimentação básica e adotar planos de vermifugação e vacinações.
e) formar uma farmácia básica ao trato curativo e prevenção das principais doenças que atacam os animais.
f) descartar animais improdutivos, fora do padrão desejado e que foram desclassificados pela seleção.
g) substituir periodicamente os reprodutores utilizados, para uma renovação no sangue genitor do rebanho.
h) substituir cabras velhas pelas melhores marrãs da criação, filhas das melhores cabras.
i) comunicar as coberturas e nascimentos, procurando obter o registro dos produtos da criação.
j) higienizar periodicamente a propriedade, os equipamentos, os animais e suas instalações.
l) treinar e/ou orientar os tratadores, ordenhadores, laticinistas e práticos veterinários, quanto às modernas formas de manutenção, manejo e trato dos animais.
m) adquirir medicamentos, equipamentos, utensílios e apetrechos que favoreçam o bom trato, a melhoria da lida com os animais e suas instalações.
n) procurar estar sempre atualizado, com espírito inovador e receptivo a mudanças quanto à adoção de novas técnicas e aceitação de novas orientações.
o) instaurar, eficientemente, um plano de controle da atividade, determinando seus objetivos e metas, e acompanhando passo a passo as estratégias adotadas até sua finalização.
p) coordenar, administrar e avaliar resultados, através da adoção de normas de controles. Faça e refaça, periodicamente, suas contas, procurando desenvolver-se dentro de um senso prático, profissional e produtivo.
q) administrar sua criação como se administra um negócio, ela não deve se constituir num mero hobby ou esporte. Deve lhe proporcionar, sobretudo, renda e prazer.
r) comercializar seus produtos e subprodutos com critérios de honestidade, responsabilidade e profissionalismo. “O bom criador preocupa-se com seus animais e com os resultados de sua cria­ção”.
s) aconselhamos ao criador iniciante dar preferência aos animais mestiços por serem mais resistentes, menos exigentes que os animais puros e já estarem adaptados às condições extensivas de criação ou manejo não profissionalizado.


Principais cuidados do criador
De todas as áreas de atuação
Estar atento, sempre, aos seguintes campos de atividade:
a) NUTRIÇÃO - Alimentação adequada.
b) INSTALAÇÕES - Ambiente e equipamentos compatíveis.
c) MANEJO - Trato especializado.
d) GENÉTICA - Origem racial produtiva.
e) SANIDADE - Controle médico- veterinário.
f) COMERCIALIZAÇÃO - Esquema de venda dos produtos obtidos que assegure um retorno do capital investido. Existem 5 bons motivos para a criação de cabras: o leite, a carne, a pele, o pelo e o esterco - todos de fácil comercialização, devidos às suas utilidades no favorecimento da vida humana.

09/09/2010 - Revista O Berro nº 135 - Antão José Araújo de Brito

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Cabra diferente de vaca, finalmente

- 19/11/2010

Para vender derivados de leite de cabra no mercado, os produtores precisavam seguir as mesmas regras das vacas de leite e adquirir maquinário para uma produção muito acima da realidade. Isso impedia o crescimento da atividade em Minas. Segundo os criadores, este mercado só não é maior por causa de um problema ligado à legislação. Para a presidente da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos de Minas Gerais (Caprileite), Aurora Gouveia, esse era o maior obstáculo para o crescimento da atividade, levando muitos criadores para a ilegalidade. Os números da produção de leite não são oficiais, mas estima-se que chegue a oito milhões de litros por ano, oferta que, segundo associações de criadores, não é suficiente para suprir a demanda. Além do queijo, fazem biscoito, doce de leite e cocada à base de leite de cabra. Além disso, os cosméticos também fazem sucesso: tem sabonete, hidratante, xampu e condicionador.Além do leite, derivados como queijo e iogurte já caíram no gosto do consumidor.

Fonte: O Berro

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

COLOSTRO DIMINUI MORTALIDADE DE CABRITOS E BORREGOS

 

COLOSTRO DIMINUI MORTALIDADE DE CABRITOS E BORREGOS

O colostro é a secreção que se acumula na glândula mamária nas últimas semanas de prenhez. De cor branco-ama­relada, rico em proteínas, imunoglobulinas ou anticorpos, minerais e vitami­nas, possui efeitos nutritivo, antitóxico e laxativo. Apresenta gordura que é bem absorvida pelas crias, sendo importante fonte de energia atuando na regulação da temperatura corporal e na adaptação às condições ambientais.


Depois de terem sido formados em um ambiente estéril como o útero, capri­nos e ovinos recém-nascidos deparam-se com fatores adversos do ambiente e microrganismos causadores de doenças. Desta forma, além dos cuidados com o manejo sanitário, como o corte e a cura do umbigo, bem como a proteção das crias em local seco e higiênico, os recém-nascidos necessitam ingerir o colostro logo após o nascimento para o seu desenvolvimento saudável.


Ao nascimento, caprinos e ovinos não têm anticorpos circulantes no sangue, consequentemente, a aquisição da imunidade depende da disponibilidade do colostro, da quantidade de anticorpos presentes e da absorção intestinal. A ingestão do produto proporciona uma proteção imunológica passiva por transferência de anticorpos e vitaminas da mãe à cria nas primeiras semanas de vida, com o objetivo de favorecer uma de­fesa adequada contra as enfermidades. O amadurecimento dos órgãos da cria, responsáveis pela produção das células de defesa do organismo e anticorpos, leva pelo menos quatro meses para ocorrer. Este é o tempo em que os animais permanecem em contato com microrganismos do ambiente.


Uma pesquisa realizada em proprie­dades que adotavam sistema de criação intensiva, que apresentava perdas de crias de caprinos e ovinos, revelou aumento na taxa de mortalidade entre os animais que não mamaram o colostro. Animais que não têm acesso ao colostro vêm a óbito dentro de poucos dias após o nascimento por razões de infecções, energia não disponível adequa­damente e falta de termorregulação, levando à diminuição da temperatura corporal (hipotermia). Há uma correlação negativa entre a quantidade de imunoglobulinas (colostro ingerido) e a mortali­dade em neonatos, e uma correlação positiva entre o conteúdo de imunoglobulinas no sangue de cabritos com 48 horas de vida e seus ganhos de peso ao desmame.


De maneira geral, é necessário que o recém-nascido faça ingestão do colos­tro para obter proteção contra enfermidades, atuando na melhoria do ganho de peso e no desenvolvimento do metabolismo. Cordeiros privados de colostro são neutropênicos, ou seja, apresentam baixo número de células neutrófilas no sangue. Os poucos neutrófilos existentes no organismo são, em termos relativos, ineficientes para realizar o processo de destruição dos microrganismos denominados fagocitose. Com a ingestão contínua dos anticorpos e sua absorção protege-se contra as enfermidades em geral, especialmente as entéricas. De­ve-se, entretanto, também levar em consideração outras medidas específicas, como a limpeza e higiene das instalações e o manejo adequado das crias.


Há três grandes causas pelas quais a transferência adequada de colostro pode fracassar. Primeiro, o produto pode ser insuficiente ou de má qualidade. Se­gundo, pode haver colostro em quantidade suficiente, mas a ingestão pelo ­re­cém-nascido é inadequada. Por fim, a ter­ceira razão de fracasso é a falta de absorção pelo intestino, apesar da ingestão ser adequada e o colostro ser um alimento de boa qualidade.


As principais causas observadas na mortalidade em cordeiros, desde o primeiro dia até o sexto mês de vida, são: infecções respiratórias; desordens digestivas, como diarréia; inflamação de umbi­go e da articulação e diminuição da tem­peratura corporal. Assegurar a ingestão do colostro e sua absorção pela cria é fundamental para a diminuição da mortalidade em um sistema de ­produção de caprinos e ovinos.


Atualmente, a única contra-indicação para o consumo de colostro natural, e que também está relacionado com o consumo de leite, diz respeito à transmissão de doenças infectocontagiosas às crias. Entre elas, podem ser citadas a Artrite-Encefalite Caprina a Vírus, a Mi­coplasmose, a Clamidiose, a Toxoplasmose, entre outras.


Considerar a importância da administração do colostro para as crias de caprinos e ovinos, nas primeiras horas de vida, torna-se essencial para a sobrevivência dos recém-nascidos. Esta fonte de alimento é de suma importância na prevenção contra os fatores adversos do ambiente, assim como, contra os microrganismos nele existentes.


Francisco Selmo Fernandes Alves e Raymundo Rizaldo Pinheiro são pesquisadores da Embrapa Caprinos e Ovinos.

10/02/2009 - Revista O Berro nº 119 - FranFrancisco Selmo Fernandes Alves e Raymundo Rizaldo Pinheiro

domingo, 5 de dezembro de 2010

Curiosidade

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Alguns criadores achavam as orelhas compridas da mambrina um grande problema e acabavam cortando uma das orelhas para que o animal pudesse se alimentar mais facilmente.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Mambrina

 

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A Levant ou Mambrina possui orelhas grandes e pendentes, e barba. É uma variedade do bode Angora, que também tem orelhas pendentes, embora não sejam tão longas. Esses dois tipos de caprinos já eram conhecidos nos tempos antigos, mas as pessoas não separavam essas espécies das espécies comuns. O mambrina ou sirio, é mais dinfundido que o Angora, porque nós encontramos caprinos com orelhas compridas no egito, e no east indies, assim como na siria. eles dão bastante leite e de qualidade, os nativos preferem o leite desses animais ao leite de vaca ou búfalo.

domingo, 28 de novembro de 2010

Curiosidade

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A raça é chamada de Mambrina porque é encontrada no Monte Mambrina na Síria.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Curva de crescimento em caprinos, da raça Mambrina, criados na caatinga

CARNEIRO, Paulo Luiz Souza; MALHADO, Carlos Henrique Mendes; AFFONSO, Paulo Roberto Antunes de Mello; PEREIRA, Derval Gomes; SUZART, José Carlos Caruso; RIBEIRO JÚNIOR,Milton; ROCHA, José Lindenberg

RESUMO
Objetivou-se, neste estudo, analisar modelos não lineares para descrever o crescimento em caprinos da raça Mambrina. Foram utilizados dados de 18 pesagens (mensais) de 45 animais do nascimento aos 540 dias de idade. Os
modelos não lineares utilizados foram: Brody, Von Bertalanffy, Richards, Logístico e Gompertz. Os modelos Logísticos Bertalanffy e Gompertz foram os que melhor se ajustaram aos dados, com pequena superioridade desse último.


O sexo não influenciou significativamente os parâmetros da curva. Os animais da raça Mambrina são de baixo peso à maturidade, principalmente as fêmeas, o que pode indicar, além do déficit nutricional, a adaptação desses animais às condições adversas da região. Para as condições especificas de criação, devem ser abatidas, no máximo, em 240 dias, visto que, a partir dessa idade, o crescimento é muito lento.

A correlação estimada entre os parâmetros A e k foi moderada e negativa (-0,68), indicando que os animais mais precoces possuem menores probabilidades de atingir pesos elevados à idade adulta.

INTRODUÇÃO
A região Nordeste possui 9,3 milhões de caprinos, o que corresponde a, aproximadamente, 93% do efetivo de rebanhos do Brasil (IBGE, 2006). A
importância econômico-social doscaprinos criados na nessa região reside
principalmente na produção de leite e de carne, para alimentação das populações de média e baixa renda (SILVA & ARAÚJO, 2000). Esses pequenos
ruminantes, em época de seca, passam a funcionar como a poupança do sertanejo, graças à sua fantástica adaptação às condições de extrema limitação de alimentos (ARRUDA & SUGAI, 1994).


A raça Mambrina foi introduzida no Brasil com o propósito de originar rebanhos de múltipla aptidão, além de se caracterizar por elevada rusticidade, aclimatou-se, sobretudo, às regiões agrestes, quentes e secas, como o Nordeste e Centro do Brasil, onde têm prosperado. Entretanto, são raras informações sobre o crescimento desses animais no país, principalmente, na caatinga. Curvas de crescimento podem ser utilizadas para descrever o desenvolvimento do animal ao longo do tempo e auxiliam no estabelecimento de programas alimentares e na definição da idade ótima de abate (OLIVEIRA et al., 2000). De acordo com Malhado et al. (2009), os modelos mais utilizados para descrever o crescimento dos animais são as funções Brody, Von Bertalanffy, Richards, Logistica e Gompertz. Vários estudos já foram realizados com ovinos no Brasil (MALHADO et al., 2009; MALHADO et al., 2008a; CARNEIRO et al., 2007; SARMENTO et al., 2006; LÔBO et al., 2006; GUEDES et al., 2004; MACMANUS et al., 2003), entretanto, o número de publicações com caprinos utilizando curvas de crescimento é muito reduzido (OLIVEIRA et al., 2009; MALHADO et al., 2008b; FREITAS, 2005).

De acordo com Freitas (2005), entre as várias aplicações das curvas de
crescimento na produção animal, destacam-se: resumir, em três ou quatro
parâmetros, as características de crescimento da população, pois alguns parâmetros dos modelos não lineares utilizados possuem interpretação biológica; avaliar o perfil de resposta de tratamento ao longo do tempo; estudar interações de respostas das subpopulações ou tratamentos com o tempo e identificar, em uma população, os animais mais pesados e os mais jovens. Kaps et al. (2000) e Arango & Van Vleck (2002) ressaltaram que é necessário considerar características de crescimento e maturidade derivadas do estudo de curvas de crescimento, como informação adicional em programas de melhoramento genético.

Dessa forma, tornou-se objetivo deste estudo analisar modelos não lineares para
descrever o desenvolvimento e calcular a taxa de crescimento absoluto em caprinos da raça Mambrina criados na caatinga.

MATERIAL E MÉTODOS
O rebanho avaliado foi formado por 45 caprinos da raça Mambrina e criados na
caatinga, na estação experimental de Caraíba localizada na pertencente a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), suplementados com mistura mineral e palma (Opundia fícus indica) no período mais seco do ano. Essa estação está inserida em uma das regiões mais áridas da Bahia, no município de Uauá, com pluviosidade média de 400 a 500 ml anuais.

Foram ajustados os modelos Brody, Von Bertalanffy, Richards, Logístico e
Gompertz (Tabela 1) para estimar o crescimento do animal e os parâmetros da
curva. Y é o peso corporal à idade t; A, o peso assintótico (este parâmetro é
interpretado como peso à idade adulta); B, uma constante de integração, relacionada aos pesos iniciais do animal. O valor de B é estabelecido pelos valores iniciais de Y e t; k é interpretado como taxa de maturação, que deve ser entendida como a mudança de peso em relação ao peso à maturidade, ou seja, como indicador da velocidade com que o animal se aproxima do seu tamanho adulto; e m é o parâmetro que dá forma à curva e, consequentemente, determina em que proporção do valor assintótico (A) ocorre o ponto de inflexão da curva.


No caso dos modelos não-lineares, não é possível resolver o sistema de equações formado diretamente, como ocorre no caso linear, uma vez que a
resolução do sistema é dependente dos próprios parâmetros a serem estimados.


Dessa forma, usa-se um processo iterativo para obtenção das estimativas dos parâmetros, o qual começa com valores iniciais, atribuídos aos próprios parâmetros a serem estimados. Calculase, então, a soma de quadrado do erro e,
a cada passo, obtém-se um conjunto de estimativas atualizadas até o procedimento convergir para um vetor final de estimativas, para alcançar a soma mínima de quadrados do erro (SARMENTO et al. 2006). Os parâmetros dos modelos foram estimados pelo método de Gauss Newton, modificado por meio do procedimento NLIN do SAS (2001). O critério de convergência adotado foi 10-8.


Os critérios utilizados para selecionar o modelo que melhor descreveu a curva de crescimento foram: 1) quadrado médio do resíduo (QMR) – calculado dividindo-se a soma de quadrados do resíduo, pelo número de observações, que
é o estimador de máxima verossimilhança da variância residual, para que se pudesse comparar o QMR dos diferentes modelos, pelo fato de possuírem números diferentes de parâmetros a serem estimados; 2) coeficiente de determinação (R2) – calculado como o quadrado da correlação entre os pesos observados e estimados, por meio de uma análise de regressão linear, considerou o peso predito pelo modelo como variável dependente e o peso observado do animal como variável independente; 3) o percentual de convergência (C%) – considerou a existência ou não de convergência; 4) análise gráfica dos modelos com o peso médio observado; 5) desvio médio absoluto dos resíduos (DMA), estatística proposta por Sarmento et al. (2006) para avaliar a qualidade de ajuste, calculado como:

Em que Yi é o valor observado, Yi o valor estimado e n o tamanho da amostra. Quanto menor o valor do DMA, melhor o ajuste.


Depois de selecionado o modelo, calculou-se a taxa de crescimento absoluta (TCA), obtida a partir da primeira derivada do modelo ajustado, em relação ao tempo ( ¶Y / ¶t ). A TCA é, na realidade, o ganho de peso obtido por unidade de tempo. Como, nesse caso o tempo está em dia, representa o ganho de peso médio diário, estimado ao longo da trajetória de crescimento, ou seja, a taxa média de crescimento dos animais dentro da população.


Na etapa seguinte, foi avaliada a influência do sexo (macho e fêmea) sobre os parâmetros da curva do modelo selecionado, mediante o procedimento GLM do software SAS (2001). As correlações de Pearson entre os parâmetros foram estimadas pelo procedimento CORR do software SAS (2001).

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Silva & Araújo (2000) ao avaliarem características produtivas de caprinos mestiços submetidos às condições climáticas do Semiárido Nordestino, em
pasto nativo, no período seco, e suplementados com milho e farelo de soja, observaram que as médias de peso das crias ao nascer, aos 28, 56 e 84 dias
de idade, foram respectivamente 2,26; 4,02; 6,93; e 10,97 kg, para ½ Pardo Alpina + ½ Moxotó, 2,46; 4,32; 7,85 kg; e 12,18 kg, para ¾ Pardo Alpina + Moxotó, e 2,46; 4,30; 7,48; e 11,86 kg, para ½ Anglo Nubiana + ¼Pardo Alpina
+ ¼ Moxotó. Os animais da raça Mambrina deste estudo nasceram mais pesados. Entretanto, o peso aos 84 dias, de todos os grupos genéticos analisados por Silva & Araújo (2000), foram ligeiramente superiores ao peso aos 90 dias, o que pode ser devido não somente às diferenças genéticas, mas, também, à suplementação com concentrado (Tabela 2).


Araújo Filho et al. (2002), ao avaliarem o desempenho de ovinos da raça Morada Nova em áreas de caatinga raleada em diferentes taxas de lotação, observaram médias de pesos ao nascimento e ao desmame (112 dias após nascimento) de 2,3; 2,3; 2,2 e 8,5; 10,8; 11,2 para as taxas de lotação de 0,4; 0,6 e 0,8 ha/cab, respectivamente.


Quando comparados a ovinos da raça Morada Nova criados na caatinga, os
caprinos da raça Mambrina, do atual estudo, apresentaram desempenho
bastante semelhante.


O desempenho dos caprinos da raça Mambrina na caatinga é inferior quando
comparado a ovinos cruzados em pastagem natural com suplementação mineral, conforme os relatos de Carneiro et al. (2007), em que as médias de peso aos 90 dias de produtos cruzados Dorper x Morada Nova, Dorper x Rabo Largo e Dorper x Santa Inês foram, respectivamente, 13,51; 14,51 e 17,8 Kg.


As estimativas dos parâmetros para cada modelo e os critérios utilizados para avaliar os modelos que melhor se ajustaram às curvas de crescimento são
apresentados na Tabela 3.


O parâmetro A apresenta uma estimativa do peso assintótico, que é interpretado como o peso adulto. Esse peso não é o máximo que o animal atinge, e sim o peso médio à maturidade, livre das variações sazonais (BROWN et al., 1976).

Existem controvérsias sobre o peso adulto ótimo, o qual depende da espécie, raça, seleção praticada previamente, do sistema de manejo e das condições climáticas.


Quando se comparam as estimativas dos pesos (A), obtidas pelos cinco modelos,
pode-se verificar que o maior valor foi o do Richards (34,5), seguido pelos
modelos Bertalanffy (32,9), Brody (32,2), Gompertz (31,4) e Logístico (30,6).

Outro parâmetro importante é o k, que representa a taxa de maturidade do animal, e indica a velocidade de crescimento para atingir o peso assintótico.

Animais com altos valores de k são mais precoces, em comparação com aqueles de valores menores.

Devido à pequena variação, no peso ao nascimento, observada no estudo, os
valores de k representaram bem a velocidade com que os animais cresceram. Segundo Oliveira et al. (2000) para pesos iniciais similares, os valores de k representam, de forma adequada, as variações na velocidade relativa com que os animais crescem.

Na estimativa do parâmetro k, pôde-se perceber que a estimativa do modelo
Richards (0,210) foi superior à dos modelos Logístico (0,014), Gompertz (0,012), Bertalanffy (0,010) e Brody (0,007).


Com base no coeficiente de determinação (R2) (Tabela 3), observase que todos os modelos tiveram bons ajustes, com valores entre 96,5 e 98,2%.

Ao analisar o quadrado médio do resíduo (QMR), pôde-se constatar maior resíduo para os modelos Brody e Richards, em relação aos três outros
modelos.


O percentual de convergência dos modelos Gompertz, Logístico e Von Bertalanffy foram semelhantes (100%) e superiores aos modelos Brody e Richards (87,5%). Souza & Bianchini Sobrinho (1994) mostraram que, quanto
maior o número de convergências  individuais em relação ao total de animais, melhor é o modelo.

Dificuldades de convergência com o modelo Richards foram relatadas por
Braccini Neto et al. (1996) e Sarmento et al. (2006), e evidenciaram que, apesar
da maior flexibilidade, por não fixar o ponto de inflexão, esse modelo apresenta maiores dificuldades no processo iterativo em seu ajustamento.


De acordo com o coeficiente de determinação, quadrado médio do resíduo, percentual de convergência e desvio médio absoluto os modelos Gompertz, Bertalanffy e Logístico apresentaram bons ajustes, contudo, o modelo Logístico apresentou pequena superioridade em relação aos outros dois (Figura 2).


Na literatura foram poucos os trabalhos encontrados sobre estudos da curva de
crescimento de caprinos. Entretanto, Freitas (2005), ao comparar vários modelos não-lineares, concluiu que os modelos Brody, Logístico e Von Bertalanffy foram adequados para ajustar dados de crescimento de caprinos da raça Moxotó.


O valor assintótico dos machos (34,99±16,96 kg) foi 31% superior ao das fêmeas (26,72 ± 9,56kg). Apesar da diferença no peso, a maturidade (A) nos
dois sexos não é estatisticamente significativa (p=0,06), provavelmente, devido à alta variabilidade do parâmetro A nos machos. Na estimativa do parâmetro k pôde-se perceber que a estimativa dos machos (0,013±0,010) foi inferior à das fêmeas (0,015±0,008), contudo, a diferença também não foi significativa (p=0,07).

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Figura 1. Estimativa do peso em função da idade, obtidos pelos modelos Von Bertalanffy, Gompertez e Logístico (A), Richards e Brody (B) em caprinos da raça Mambrina criados na caatinga

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Figura 2. Estimativa do peso em função da idade, obtidos pelo modelo Logístico em caprinos machos (M) e fêmeas (F) da raça Mambrina criados na caatinga

As taxas de crescimentos absolutos (TCA) foram obtidas pela primeira derivada do modelo Logístico em função do tempo (Figura 3). As TCAs foram crescentes até atingirem os máximos, aproximadamente 146 (88 dias) e 127 (72 dias)gramas por dia, para os machos e fêmeas, respectivamente. Nessa fase, a taxa de crescimento foi elevada e positiva, e chegou ao máximo no ponto de inflexão
da curva. O ponto de inflexão, ou seja, o ponto em que a função muda de
crescente para decrescente, foi de 100 e 83 dias de idade, para machos e fêmeas, respectivamente, com pesos de 15,1 e 9,9 kg, respectivamente.

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A partir do ponto de inflexão, a taxa de crescimento começa a diminuir em virtude de uma série de fatores que inibem progressivamente o crescimento, embora o animal não deixe de crescer (CRAPLET, 1966).


As maiores TCAs foram verificadas no período pré-desmame, época em que o
cabrito é dependente, principalmente, da produção de leite da matriz. A partir do
ponto de inflexão, a TCA teve uma acentuada queda, com ganhos no final do período muito pequenos, mais ainda após os 240 dias de idade. Nessa idade,
machos e fêmeas atingem 88 e 92% do peso adulto. Essa informação é importante para auxiliar os produtores em programas alimentares, reprodutivos e na definição da idade ao abate com melhor custo-benefício.


Sarmento et al (2006) frisaram que o decréscimo da TCA pode ser resultado de manejo inadequado para acompanhar a maior demanda de nutriente, à medida
que o animal cresce. Os resultados do atual estudo podem ser explicados pelo
déficit nutricional dos animais da raça Mambrina, principalmente após o desmame, e podem indicar adaptação desses caprinos ao Semiárido.

A correlação estimada entre os parâmetros A e k foi significativa (P<0,05) e igual a -0,68, corroborando os resultados de McManus et al. (2003) e Sarmento et al. (2006) com ovinos.


McManus et al. (2003) salientam que a relação biológica mais importante para
uma curva está entre os parâmetros A e k. A correlação negativa existente entre
esses parâmetros indica que, os animais que apresentam maiores taxas de crescimento têm menor probabilidade de atingir maiores pesos à maturidade,
do que aqueles que crescem mais lentamente no início da vida.


Neste estudo, constatou-se que o modelo logístico apresentou melhor ajuste na descrição da curva de crescimento. Observou-se acentuado decréscimo da taxa de crescimento absoluto na fase pós-desmama, e estratégias nutricionais devem ser implantadas, com o objetivo de amenizar o pequeno ganho de peso nessa fase. Os animais da raça Mambrina são de baixo peso à maturidade, principalmente as fêmeas, o que pode indicar, além do déficit nutricional, a adaptação desses animais às condições adversas da região. Para as condições especificas de criação, os animais devem ser abatidos com aproximadamente 240 dias de idade, visto que, a partir dessa idade, o crescimento é muito lento.

(Texto Completo www.rbspa.ufba.br/index.php/rbspa/article/download/1241/863)

Rev. Bras. Saúde Prod. An., v.10, n.3, p 536-545 jul/set, 2009 http://www.rbspa.ufba.br
ISSN 1519 9940

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Dengue, perigo também entre os caprinos

Mesmo não fazendo parte do grupo predisposto à infecção, os caprinos correm o risco de colaborar involuntariamente para a proliferação da doença.

 

Se a dengue não ameaça meu plantel, então por quê devo me preocupar? Como qualquer órgão oficial de controle sanitário, é importante que todos estejam envolvidos na tentativa de erradicação desta doença. Por isso, devemos incluir neste grupo também os apaixonados por caprinos. Como se não bastasse o bom senso de auxílio social que devemos prestar, lembremo-nos que em qualquer propriedade, quer seja um grande capril, fazenda, e até uma simples chácara com um único animal é necessário que sempre tenha água limpa disponível para os animais.

 

Atenção! Água limpa e parada em cochos, piquete ou baia são um ótimo local para proliferação dos mosquitos transmissores da dengue. É bom lembrar que não existe apenas um transmissor, o Aedes aegypti (responsável pela disseminação no Brasil); existe ainda um outro agente, o Aedes albopictus. As várias maneiras de controle do mosquito transmissor são freqüentemente lembradas nos meios de comunicação – evitar deixar água parada ou colocar cloro em piscinas. Mas as medidas efetivas são de difícil realização onde mantemos os animais, pois nenhum produto pode nem deve ser colocado na água, sob o risco de modificar o sabor e comprometer sua ingestão pelos animais. Então, o que fazer?

 

Talvez a única maneira de colaborarmos com a não proliferação do mosquito da dengue seja manejar corretamente recipientes como baldes, ou mesmo os cochos onde se coloca a água para os animais – além, é claro, de realizar uma limpeza freqüente. Assim, a retirada de toda a água desses cochos, o ato de esfregar com uma escova dura para então encher novamente de água limpa ao menos duas vezes por semana, é fundamental. Lembre-se que os ovos destes insetos podem permanecer cerca de seis meses em local seco sem eclodir. Mas ao primeiro contato com água surgem novos insetos.

 

Muita gente não entende como os mosquitos podem “nascer” da água, mas o que é preciso entender é que os insetos passam por um ciclo reprodutivo, em que as fêmeas depositam seus ovos na água limpa e parada. Após um certo período ocorre a eclosão das chamadas larvas, estas sim residentes da água. Por fim, transformam-se em insetos adultos. No caso do Aedes aegypti apenas as fêmeas adultas sugam o sangue, ou seja, quando picam um ser humano podem inocular este vírus e fazer com que a vítima desenvolva a doença. Talvez o maior problema no controle ou mesmo no desenvolvimento de uma vacina eficaz seja a existência de mais de um subtipo de vírus causador da dengue (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4).

 

Pode parecer que este manejo de limpeza freqüente seja uma prática penosa e às vezes cara, principalmente em grandes fazendas, locais em que seria necessário manter um funcionário para lavar todos os cochos de água (inclusive os locados em pastos). Mas lembre-se que este custo inicial é inferior à possibilidade de ter uma ou mais pessoas internadas e infectadas pela dengue.

 

Fique atento aos sintomas da dengue

A dengue clássica é usualmente benigna. Inicia-se com febre alta, podendo apresentar cefaléia (dor de cabeça), prostação, mialgia (dor muscular), dor retro-orbitária (ao redor dos olhos), náusea, vômito, dor abdominal e exantema máculo-papular (manchas na pele). Em alguns casos, no final do período febril, ocorrem sangramentos – mas eles são raros na dengue clássica.

(Texto adaptado. Autor: Abel Vargas)

domingo, 21 de novembro de 2010

CRIAÇÃO DE CABRAS: TÉCNICA DE MANEJO, SANIDADE E ALIMENTAÇÃO – Parte 3

Maria das Graças C. M. e Silva
Professora do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras- UFLA

Alimentação
Ao iniciar uma criação de cabras, o produtor deverá fazer um planejamento de sua propriedade, levando em consideração alguns aspectos. Entre eles, a área disponível para formação de forrageiras, se essa área se adapta ao plantio, se existe água para irrigação, qual a produção por hectare de massa verde dessa forrageira, época de colheita, digestibilidade e nutrientes que compõe a forrageira. E ainda o número de animal que está criando por categoria animal, descartes e nascimentos do ano.


Sabe-se que 50 a 60% dos custos de produção de um criatório se deve ao fornecimento do concentrado, portanto, necessita de capineiras para diminuir o custo. Para a alimentação dos caprinos deve-se dar, de preferência, as variedades de plantas mais adaptáveis à região, desde que sejam bem aceitas pelos animais e tenham bom valor nutritivo.


Os caprinos dão preferência às leguminosas do que às gramíneas. É preferível fornecer forragens antes da floração, por possuir maior quantidade de nutrientes para a mantença e produção dos animais.

Alimentos para cabras:
Leguminosas: guandu, algaroba, soja perene, mucuna preta, alfafa, amendoim forrageiro, feijão de porco, etc.
Gramíneas: capim pangola, jaraguá, colonião, gordura, pangolão,setária, cameron, estrela africana, napier e outros.
Hortículas: folhas de nabo, beterraba e cenoura.
Raízes e Tubérculos: mandioca, batata doce, beterraba.
Raízes e Tubérculos: mandioca, batata doce, beterraba.
Cereais: milho, sorgo, trigo, etc.
Outras folhas: erva cidreira, anis, bananeira, pitangueira, goiabeira, confrei, etc.


A cabra consome diariamente o equivalente a 10% do seu peso vivo em forragem verde, silagens e fenos. 3% do peso vivo em ração concentrada, 1 kg/animal para fêmea com produção de até 2 l/leite/dia.

Pasto verde deve ser oferecido aos animais picado de 4 a 5 cm, pois o pasto muito picado, vai reduzir o teor de gordura do leite e se for grande vai ter disperdício do alimento.

Diariamente, no início das atividades, deve-se limpar os cochos, retirando-se os alimentos que sobraram do dia anterior, a fim de se evitar sua fermentação e provocar diarréias no animal.


Fenos e silagens também são fornecidos aos animais. A mistura mineral deve estar sempre à disposição. Sua falta compromete o crescimento do animal, desempenho produtivo e a reprodução. A cabra adulta bebe aproximadamente 5 l/água/dia. Se o alimento for muito seco (excesso de concentrado ou feno), a quantidade de água ingerida pode chegar a 10 l/dia/animal. Cabra com produção de 2 l/leite/dia, deve receber de 200 a 300 g de concentrado a mais, para cada litro de leite produzido.

Ordenha
Para cabras leiteiras são recomendadas duas ordenhas diárias, sempre no mesmo horário, para que os animais se condicionem no ato de liberação do leite.

O local de ordenha deve ser limpo, com facilidade de água de boa qualidade, tranquilo e sem barulhos. A ordenha pode ser manual ou mecânica, no entanto, os cuidados de higiene devem ser os mesmos.

Cuidados antes da ordenha: O ordenhador deve lavar bem as mãos; o lavagem do úbere em água corrente; o secagem do úbere com papel toalha. Análise do primeiro jato de leite em caneca telada ou de fundo escuro para diagnóstico de mastites clínicas.


Linha de ordenha
1ª ordenha: fêmeas jovens que nunca sofreram mastites
2ª ordenha : fêmeas adultas que nunca sofreram mastite
3ª ordenha : fêmeas que já sofreram mastite e estão curadas
4ª ordenha : fêmeas doentes, iniciando pelos casos menos graves

Apósa ordenha, mergulhar os tetos em solução glicerina iodada.

Medidas profiláticas gerais: Limpeza diária do cabril e higienização dos utensílios; retirada mensal do esterco acumulado sob o cabril; isolamento dos animais doentes; desinfecção periódica do cabril.
Pasteurização: Quando lenta, o leite passa no pasteurizador à 65ºC durante 30 minutos, depois é resfriado a 5ºC e levado ao freezer para ser congelado e conservado.

Sanidade
O primeiro aspecto de importância da saúde do rebanho diz respeito às zoonoses, ou seja, as doenças comuns ao homem e ao animal e que se transmitem naturalmente entre eles. O segundo aspecto é o da produção, pois é necessário saúde para que o animal expresse o seu potencial genético e responda aos cuidados zootécnicos. Neste caso, tem especial importância, nas cabras, as doenças parasitárias.

Ectoparasitos: Acarretam perdas econômicas na exploração, devido a mortalidade em decorrência de altas infestações. Os ectoparasitos irritam os animais, levando à queda da produtividade e tornando-os predisponíveis a infecções secundárias. Além disso, os efeitos causados sobre suas peles, depreciam o seu valor comercial. Para evitar que os animais do rebanho sejam atacados por ectoparasitos (carrapatos, berne, sarna, bicheira, etc.) devem ser tomadas medidas que auxiliem no controle e erradicação.


1. Fazer frequentemente inspeção dos animais.
2. Fazer controle das moscas nas instalações através do uso de adequada higienização, e se necesssário, usar repelentes, lavar e desinfetar vasilhames de ordenha, e plataforma de ordenha diariamente.
3. Na prevenção de miíases (bicheiras) tratar adequadamente as feridas, retirando as larvas, limpando o local e aplicando repelentes.
4. Pode-se fazer uso de pulverização ou banhos de Ectoparasiticida. A pulverização requer cuidados para que o tratador não se intoxique, e ela deve ser realizada em dias ensolarados.


Endoparasitos: Constitui as doenças provocadas pelo Helmintos e Protozoários. As doenças pelos helmintos, são também conhecidas como verminose e pode ser classificada em vermes gastrointestinais e pulmonares. Esses parasitos ocasionam lesões na mucosa do intestino e pulmões.

Na prática o que se observa é um atraso no crescimento, diarréia, pêlos arrepiados, perda de peso, aumento do volume abdomen, prostração e, às vezes, até a morte. Os vermes pulmonares são responsáveis por tosse e pneumonia. As doenças provocadas pelos protozoários que mais afetam os caprinos são a Eimeriose e Toxoplasmose.

A Eimeriose afeta principalmente os animais jovens, ocasionando diarréia, falta de apetite, anemia e retarda o desenvolvimento. A Toxoplasmose pode atacar o animal e ao homem, provocando esterilidade, abortos, nascimento de crias fracas. A transmissão se realiza de duas formas: por ingestão de carne ou leite de animais contaminados. Existem ainda as doenças provocadas por bactérias, que afetam os caprinos podendo até mesmo resultar em morte.


A Linfadenite Caseosa caracteriza por necrose principalmente dos gânglios linfáticos, e é conhecida como "Mal do Caroço". A doença é de grande importância devido os prejuízos que ocasiona. A infeção ocorre através da pele, umbigo, feridas de castração, com o agente causador da doença. A prevenção pode ser feita através de vacinas. Os animais afetados devem ser isolados, quando próximo do período de abertura do abcesso, sendo o material colhido e posteriormente queimado.

A Leptospirose em caprinos é causadora de abortos e mortalidade de animais jovens. A presença de ratos nos capris, ou junto dos alimentos e água utilizados pelos animais, representa uma chance maior de contaminação, pois os ratos podem infectar a água e rações através da urina e contaminar assim os animais.


A Micoplasmose é uma doença que se transmite por contato direto de animais doentes com sadios e pelo leite ingerido pelo cabrito. Até mesmo através da mão do ordenhador. Ela ocasiona morte aos animais jovens e diminui a vida produtiva de animais adultos. Animais acometidos dessa enfermidade devem ser eliminados dos capris.

Mamite é a inflamação na glândula mamária. Ela altera o tecido glandular e o leite. No manejo diário é necessário o controle da mamite. Para isto adota-se a linha de ordenha (já descrita anteriormente). É altamente contagiosa e transmitida de um animal para outro através das mãos dos ordenhadores, toalhas coletivas ou teteiras das ordenhadeiras mecânicas, quando a higiene não é observada. O diagnóstico pode ser feito através do teste de CMT (Califórnia Mastites Teste), pelo menos uma vez por mês, que permite detectar facilmente no leite a presença de leucócitos (glóbulos brancos de sangue) em número anormalmente elevado, o que indica um fenômeno inflamatório ao nível de mama.


Artrite Encefalite Caprina (C.A.E): Traz sérios prejuízos ao criatório. O sintoma externo é o aumento das articulações dos joelhos. O meio de transmissão é o colostro.

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O Calendário Profilático poderá ser alterado de acordo com a região.

Limpar cochos e bebedouros diariamente. Raspar estrados e varrer solário diariamente. Fazer desinfecção mensalmente. Ao adquirir novos animais, exigir os exames de:
o Artrite Encefalite Caprina (CAE)
o Brucelose
o Tuberculose
o Toxoplasmose
o Exame Clínico


Não adquirir animais com mamite ou que tenham sido curados. É importante que, ao adquirir animais para o rebanho, seja de um criador tradicional e idôneo. Com isto elimina-se os comerciantes inescrupulosos. A avaliação dos animais deve ser feita por um técnico especializado.

Um aparelho portátil para diagnosticar a prenhez em ovelhas e cabras é uma das novidades que a Embrapa, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento, acaba de colocar à disposição dos produtores rurais. O equipamento utiliza o ultra-som, é eletrônico (funciona com seis pilhas comuns) e semelhante ao Detector de prenhez para bovinos e equinos, também desenvolvido pela Embrapa, que já vendeu cerca de três mil unidades em todo o Brasil.


O Detector de prenhez para pequenos ruminantes por ultra-som foi desenvolvido em São Carlos, interior de São Paulo, pela Embrapa Instrumentação Agropecuária, atendendo demanda da Associação Paulista dos Criadores de Caprinos (Capripaulo). Ele foi feito em parceria com a Embrapa Caprinos - de Sobral (Ceará) - onde foram realizados os testes em ovelhas da raça Santa Inês. Em São Paulo, outros testes conseguiram detectar a prenhez positiva em cabras, 23 dias após a cobertura.


O diagnóstico de prenhez em pequenos animais tem grande importância econômica e prática, ao possibilitar uma nova cobertura ou inseminação na mesma estação reprodutiva para as fêmeas que não responderam positivamente à primeira fertilização. Além disso, permite o fornecimento de uma alimentação adequada às fêmeas prenhes.

A Embrapa repassou a tecnologia para a empresa Microem Produtos Eletrônicos Ltda., de Ribeirão Preto (SP), que já produz o Detector de prenhez para bovinos e equinos por ultra-som e o Medidor de espessura de toucinho por ultra-som para para suínos vivos. suínos vivos.

sábado, 20 de novembro de 2010

CRIAÇÃO DE CABRAS: TÉCNICA DE MANEJO, SANIDADE E ALIMENTAÇÃO – Parte 2

Maria das Graças C. M. e Silva
Professora do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras- UFLA

Formação e reprodução do rebanho

O criador que vai criar caprinos e, portanto, já tem a finalidade da exploração definida e instalações concluídas, passa a se preocupar com a formação do rebanho. Para isso é necessário que, ao adquirir os animais, o criador procure por criações já existentes e que sejam idôneas, e estar certo de ter feito uma boa compra. É de suma importância a escolha de reprodutores e matrizes. As fêmeas podem ser puras ou até SRD (Sem Raça Definida), mas os machos sempre devem ser puros. Para formar o rebanho o criador deverá observar e perseguir os seguintes índices zootécnicos.

Adquirir fêmeas que tenham uma prolificidade de 3 cabritos por ano, admitindo-se que 80% das fêmeas reprodutoras possam parir duas vezes por ano. Nascimento para ambos os sexos de 50%.:

  • Ter um (1) reprodutor macho para 40 fêmeas (matrizes), em monta livre.
  • A gestação ter uma duração média de 150 dias (5 meses).
  • A vida reprodutiva dos machos deverá ser de 8 anos.
  • A vida reprodutiva das fêmeas será ser de 6 anos. o As fêmeas deverão ser cobertas em médias aos 10 a 12 meses de idade.
  • O descarte dos cabritos será aos 5 meses, com peso vivo estimado em 18 kg.
  • A lotação por hectare será de 8 cabras com 2 cabritos cada.
  • Lactação de 210 a 240 dias no Brasil são consideradas boas, somentes através da seleção e do melhoramento genético o produtor poderá aumentar a produção dos animais.


Em geral as cabras mostram cio já aos 5 ou aos 7 meses, portanto, recomenda-se separar os animais de sexos diferentes a partir do 3º ou 4º mês de vida. No cabrito, a cópula com ejaculação de espermatozóides vivos inicia com 4 e 6 meses de idade.

Sob boas condições, porém, a reprodução das fêmeas nesta idade deve ser evitada, pois os caprinos com esta idade não estão completamente desenvolvidos para suportarem uma boa gestação com partos normais.

Em geral, o peso de cobertura para fêmeas é de 30 kg ou deverá ser 70% do peso total quando o animal for adulto. Por exemplo: uma cabra leiteira adulta pesa em média 50 kg, então seu peso na primeira cobertura será de 35 kg (50 x 70% = 35 kg), ou de 10 a 12 meses de idade. Nos machos a idade ideal para reprodução é após 10 meses de idade em monta controlada.


Estação de monta: A duração do período de cio é de cerca de 35 horas com variação de 26 a 42 horas. Nas cabras a duração média do ciclo estral é de 20,6 dias, ou seja a cabra apresenta cio de 21 em 21 dias, aproximadamente, podendo ter uma variação normal de 18 a 22 dias. No entanto, raças mais apuradas apresentam uma inatividade reprodutiva nas regiões onde a luminosidade do dia é crescente (setembro a dezembro) cai a produção, retornando a atividade sexual, nos períodos de queda da luminosidade (janeiro a abril).

Sinais característicos do cio: genitais externos avermelhados, micções frequentes, montam umas nas outras e se deixam montar, abanam a cauda, olhar depressivo e grande inquietação. A fêmea no cio deve ser levada ao reprodutor, 2 vezes com intervalo de 10 a 14 horas entre uma monta e outra.


A ovulação ocorre poucas horas após o fim do período em que a fêmea aceita passivamente a cobertura. A taxa de ovulação aumenta em cabras até cerca de 4 a 5 anos de idade, dependendo da natureza precoce da raça e, então, diminui com o avançar da idade.

Critérios para escolha de macho e fêmeas reprodutores: É importante a escolha do reprodutor, seja macho ou fêmea, para o sucesso da criação.

  • Escolha do reprodutor: O animal representa 50% da genética do criatório. Obter informação confiável quanto a produção das filhas desse reprodutor (produção média). Os reprodutores são substituídos a cada dois anos para evitar consanguinidade. Rufião: é usado para facilitar a detecção do cio, ficando junto com as cabras adultas e fêmeas jovens aptas à reprodução, recebendo o mesmo manejo alimentar dessas categorias.
  • Escolha de matrizes e manejo da reprodução e crias:
    1) Adquirir matrizes iniciais para implantação do criatório.
    2) Substituição das fêmeas no rebanho (descarte de 20 a 25% das fêmeas anualmente).
    3) Selecionar as melhores fêmeas através de:
  • Maior produção de leite
  • Maior número de filhotes ao parto o Alta fertilidade o Resistência a doenças
  • Facilidade de manejo o Característica racial


Uma boa cabra leiteira deve ter um aspecto geral feminino com ossatura forte e pêlos finos, cabeça delicada, longa e fina, porém com narinas largas. O animal deve apresentar bons aprumos principalmente nos membros posteriores, costelas arqueadas com boa abertura de tórax e abdomen.


Essas são características diretamente relacionadas com a capacidade do animal de ingerir grande quantidade de volumoso, transformando-os em leite. Com relação ao sistema mamário, relacionar as fêmeas com melhor conformação do úbere.

Os animais devem ter pernas com bons aprumos, unhas largas, profundas e bem formadas, peito largo que aumenta a capacidade respiratória e circulatória o que reflete na maior produção de leite. Se o objetivo é ampliar o plantel: recomenda-se o descanso de 45 a 60 dias depois do parto, assim a cabra proporcionará 3 parições em 2 anos. No entanto, se o objetivo é leite, aconselha-se um intervalo maior. Em qualquer das opções, deve-se secar a cabra 60 dias antes do parto.

A duração do parto é de 1 a 4 horas. É importante que o animal no dia provável do parto, seja levado para local tranquilo, limpo e arejado. Não há necessidade de ajudar a fêmea durante o parto, só se houver algum problema com o filhote.

Cuidados com o recém-nascido

O filhote deverá ter maiores cuidados nos primeiros 30 dias de vida. Cortar o umbigo logo após o nascimento, 2 cm do ventre e ser emergido em tintura de iodo a 10%. O filhote deve beber colostro nas primeiras 3 horas após o nascimento. Atenção: Filhos de mães portadoras do vírus da Artrite Encefalite Caprina (CAE), não devem receber colostro da mãe.

Ficha de controle zootécnico
1. Identificação. Poderá ser feito através de brincos, medalhas, tatuagem. É importante também pesar o filhote após o nascimento.
2. Alojamento. Logo após o nascimento, separar o filho da mãe e colocá-lo em uma creche limpa, seca e arejado. Em locais de temperatura muito baixa, utilizar lâmpada de aquecimento.
3. Aleitamento. Utilizam-se mamadeiras individuais ou coletivas.

ESQUEMA DE ALEITAMENTO

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A partir do 6º dia de vida, o filhote já pode receber alimento sólido para ajudar no desenvolvimento. É permitido ingerir volumosos de boa qualidade como, por exemplo, feno de alfafa ou rami, ração concentrada com 24% de proteína bruta, sal mineral e água à vontade de boa qualidade. Recomendação: não fornecer aos filhotes, produtos à base de soja antes dos 30 dias de vida.


4. Desmame. Normalmente ocorre aos 90 dias de idade, quando o filhote estiver consumindo 300 g/concentrado/dia.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

CRIAÇÃO DE CABRAS: TÉCNICA DE MANEJO, SANIDADE E ALIMENTAÇÃO – Parte 1

Maria das Graças C. M. e Silva
Professora do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras- UFLA

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Desde os tempos coloniais, o Nordeste vem sendo o grande difusor da criação de cabras no Brasil. Entretanto, só a partir da década de 70 é que a atividade recebeu maior incentivo, estabelecendo assim opção econômica para os pequenos e médios proprietários das outras regiões, além da grande classe rural nordestina.

Nesta evolução, com animais de maior valor zootécnico, a caprinocultura tornou-se ao mesmo tempo uma atividade agradável, rentável e com alto valor social, contribuindo com leite e carne na alimentação familiar.

A exploração de caprinos deve abranger algumas técnicas de manejo, sanidade e alimentação e para isto contar com uma assistência técnica capacitada, para que o planejamento e a própria condução do programa sejam bem executados.

Objetivos e viabilidade econômica

É importante definir o tipo de exploração como: produção de leite, queijos finos, carne, pêlos (mohair), pele, venda de matrizes e reprodutores ou uma produção integrada. Os cabritos apresentam peso ideal de abate entre 4 a 6 meses de idade e o preço de matrizes e reprodutores variam de acordo com as faixas etárias e as raças (leite ou corte). Seja qual for a finalidade da exploração, a localização do criatório deve ser nas proximidades de um bom centro consumidor.

Fatores climáticos

O maior inimigo da cabra é a umidade. Quanto mais baixa for a umidade do ar, melhor será o ambiente para o criatório. O vento também causa transtornos para os caprinos.


Instalações

O cabril deve ser construído em terrenos mais altos, ensolarados, com baixa umidade e que tenham facilidade de abastecer volumosos (caso de confinamento) e água potável à vontade. Para se conseguir estes níveis de conforto, é importante construir o abrigo cuidando-se para que a orientação seja de Leste para Oeste (nascente - poente) e fechado ao Sul para evitar as correntes de ventos mais frios.

O galpão de abrigo é feito normalmente de madeira com piso ripado medindo 0,05 m de largura e elevado com divisões. O espaçamento no ripado é de 1,50 cm para adultos e 1,00 cm para cabritinhos entre sarafos, isto para evitar que enfiem as patas entre os espaços das ripas e se machuquem. O pé direito deve medir em torno de 2,50 m de altura acima do ripado e do ripado ao solo deve ser de aproximadamente 1,00 m, de modo a permitir o trânsito de pessoas por ocasião da retirada dos dejetos.

Desde os tempos coloniais, o Nordeste vem sendo o grande difusor da criação de cabras no Brasil. Entretanto, só a partir da década de 70 é que a atividade recebeu maior incentivo, estabelecendo assim opção econômica para os pequenos e médios proprietários das outras regiões, além da grande classe rural nordestina.

Nesta evolução, com animais de maior valor zootécnico, a caprinocultura tornou-se ao mesmo tempo uma atividade agradável, rentável e com alto valor social, contribuindo com leite e carne na alimentação familiar. A exploração de caprinos deve abranger algumas técnicas de manejo, sanidade e alimentação e para isto contar com uma assistência técnica capacitada, para que o planejamento e a própria condução do programa sejam bem executados. 

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Deve-se prever também a área externa para exercício e cobrição.Uma cabra adulta necessita cerca 2 m² de espaço físico. Os cochos devem ter 15 cm de largura, 30 cm de profundidade e 40 cm de altura do piso à borda do cocho. Devem ser colocados também cochos para sal mineral no cabril. Os bebedouros devem estar abastecidos constantemente com água fresca e limpa. As cercas externas podem ser de telas com 1,5m de altura.


Os piquetes devem ser construídos com cercas de 11 a 12 fios de arame liso. A área de pastagens e capineiras devem ser dimensionadas com base em um consumo diário médio de 10 kg de forragem/cabra adulta/dia. Um hectare de pastagem de boa qualidade é suficiente para  7 cabras leiteiras ou 10 cabras de corte ou de aptidão mista.

O cabril deve permitir a acomodação das seguintes categorias animais:
Berçário - do nascimento até 90 dias de idade
Recria - desmame à idade de reprodução
Novilhas e Cabras - no início de gestação
Cabras secas, em lactação e reprodutores, que deverão ficar separados ao máximo das fêmeas lactantes (no mínimo 8 metros de distância).

Sistema de criação
A cabra sendo um animal andarilho, necessita de exercícios diários e do sol. Assim sendo, nas regiões úmidas o único sistema viável de criação é o intensivo. Entretanto, pode-se fazer uma variação para o semiextensivo nos períodos de estiagem e declínio da umidade. Em criações onde não dispõe de áreas para o pastejo, é importante que seja incluída no projeto uma área para exercício dos animais (solário), durante no minimo 1 hora/dia. A dimensão de um solário depende muito do rodízio de animais no cabril ficando à base de 5 m²/cabeça. Assim sendo, as cabras leiteiras são confinadas em baias individuais ou coletivas suspensas.


O sistema de criação semi-extensiva ou extensiva é indicado para as médias e grandes propriedades, desde que disponham de boas áreas de pastoreio rotativo, com abrigos para o agrupamento e repouso dos animais à tardinha. O sistema ultra-extensivo é realizado no sertão, onde os animais vivem em completa liberdade, e, andam as vezes até 10 km por dia para procurar alimento. Este sistema de criação é típico para a produção de peles, já que é no sertão de clima seco uma condição que favorece o desenvolvimento de cabras com peles de boa textura, elasticidade e resistência.


Escolha da raça
Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, recomenda-se para a exploração leiteira qualquer uma das raças especializadas existentes no país, como Saanen, Toggenburg ou a Parda Alpina. Para a exploração mista ou de corte, as raças Anglo-Nubiana, Mambrina, Canindé, Moxotó, Marota, Repartida.

Raça Saanen: Originária da Suiça, apresenta pelagem curta, totalmente branca, sem qualquer mancha de outra cor. Os cascos brancos ou amarelados. A pele pode apresentar pintas escuras em diversos pontos como úbere, focinho, parte interna das orelhas, etc. São animais compridos, altos, esguios, orelhas curtas e eretas, sendo considerados os mais altos e de maior aptidão leiteira dentre as raças tipicamente leiteiras, contribuindo para formação e melhoramento de outras raças. Produzem 4 litros de leite diários com 5 a 6% de gordura. As fêmeas apresentam peso vivo médio de 50 kg e os machos de 75 kg.

Raça Toggenburg: Originária da Suiça, são também leiteiras, apresentando pelagem com pêlos longos, de cor castanho claro para o chocolate escuro, variando de tonalidades mais claras para tonalidades mais escuras com 2 listras brancas na cabeça que vão desde as orelhas, descem pelos olhos e vão até as laterais da boca. As patas e a inserção da cauda também são brancas. Tanto as cabras como os bodes reprodutores têm um peso médio variando de 45 a 60 kg.

Raça Parda Alpina: São animais leiteiros, originária da parte meridional dos Alpes Suiços. De porte médio como as Toggenburg, apresentam pelos curtos, pelagem de cor castanha parda com listra preta na região da nuca e linha dorso-lombar e pêlos pretos nas extremidades dos membros da face. Estes animais produzem 3 litros/leite/dia, numa lactação de 7 meses. O peso vivo médio das fêmeas varia de 50 a 60 kg e nos machos de 80 a 100 kg.


Raça La Mancha: Originária da Espanha, formada nos Estados Unidos é de aptidão leiteira. Possuem pelagem de muitas cores, sendo chamadas de multicoloridas. Têm boa produção de leite com alto teor de gordura.

Entre as raças de aptidão mista (carne, leite e pele) citamse as seguintes:


Anglo-Nubiana, formada na Inglaterra, são animais de porte alto, compridos e pesados. As cabras apresentam perfil convexo ou acarneirado, orelhas grandes e pendulares, são muito rústicas, tendo revelado excelentes resultados no Brasil. A pelagem é variável, indo da castanha, preta, branca, creme até amarela e cinza, ou suas combinações. Estes animais por serem de aptidão mista, apresentam rendimento médio leiteiro inferior as raças leiteiras especializadas e período mais curto de lactação. Porém, o seu leite apresenta mais alto teor de gordura.

A Raça Mambrina conhecida como cabra Síria, Indiana ou Zebu, apresenta pelagem cinzenta, vermelha, amarela, branca ou malhada, havendo animais pretos ou com manchas coloridas sobre fundo claro. As cabras são boas leiteiras e produtoras de carne e pele. Produz de 2 a 4 kg de leite/dia com 4% de gordura, com longo período de lactação. É rústica, própria para climas quentes.


A raça Canindé é nativa do Nordeste. É no Estado do Piauí que apresenta maior número destes animais, em duas formas étnicas denominadas "Canindé". Uma conhecida pela tradição sertaneja, de pelagem preta e barriga branca, e a outra de pelagem castanha, avermelhada, com uma listra preta no dorso e a barriga preta. De porte médio, atinge 50 a 60 cm de altura, e pesa em média 27 a 35 kg.


A raça Moxotó além de produzir carne, é também ótima produtora de pele. É conhecida pelos sertanejos como cabra do "lombo preto". A
pelagem é de cor baia ou mais clara, com uma listra negra que se estende do bordo superior do pescoço à base da causa, seguindo a linha
dorsal. Os membros abaixo dos joelhos e jarretes são de uma coloração escura, o mesmo ocorrendo com ventre, mucosa, unhas e úbere. A
altura tanto nos machos como nas fêmeas, varia entre 50 a 70 cm e o peso médio é de 34 kg.

A raça Marota é também conhecida como "Curaçá". A finalidade principal de exploração é a produção de pele, entretanto, como leiteira,
tem seu significado. Estes animais têm peso mínimo de 36 kg, a pelagem é branca, podendo aparecer pequenas pintas escuras nas orelhas. A pele e mucosa são claras e úbere apresenta um desenvolvimento razoável com tetas amarelo-claras.

A raça Repartida ou "Surrão", tem esses nomes devido à mistura de pêlos pretos e claros, distribuídos de forma irregular em seu corpo, dando a impressão de um animal sujo. O objetivo principal desta raça é a produção de pele. Estes animais têm pelagem preta na parte anterior
do corpo e baia na posterior. Seu peso mínimo é de 36 kg.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Nova Diretoria ABCC

Diretoria ABCC 2011/2013

Recife, 04 de novembro de 2010.

PRESIDÊNCIA
Presidente: Tomaz Quintas Radel - BA.
1° Vice      - Carlos Alberto Ribeiro Roma – PE
2° Vice      - Gidalte Almeida Magalhães- PE
3° Vice      - Fábio Braga - MA
4° Vice      - André Fortes – RJ


SECRETARIA
1° Secretário – Arlindo Ivo – PE
2° Secretário – Alcides Bezerra-PE


TESOURARIA
1° Tesoureiro – Cristiano Rego Barros - PE
2º  Tesoureiro – Sergio Almeida – CE


CONSELHO
Conselho Fiscal
1.    Aurora Gouveia - MG
2.    Francisco Leitão – CE
3.    Oscar Adelino de Lima - PB

Conselho Fiscal Suplente
1.    Paulo Zabulon - PI
2.    Luiz Gonzaga Targino de Moura - PB
3.    Saulo Monteiro de Castro - SE

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Boas práticas na caprinocultura leiteira

Boas práticas na caprinocultura leiteira

O programa Dia de Campo na TV mostrou os cuidados que os produtores devem ter para oferecer leite de qualidade às indústrias e aos consumidores. A pesquisadora da Embrapa Caprinos, Lea Chapaval, e o diretor do Centro de Capacitação em Bases Tecnológicas para o Semi-Árido, Gilvan Soares Brito, falaram sobre as Boas Práticas na Produção de leite de cabra – um conjunto de medidas tomadas durante a produção que evitam a contaminação do produto e garante a segurança do consumidor.

Produtos feitos a partir de leite de cabra.
Crédito: Embrapa Caprinos.

A pesquisadora Lea Chapaval ressalta que existem vários fatores que alteram a qualidade do leite e comprometem a segurança e o rendimento dos produtos lácteos, como o estado sanitário do rebanho, a higiene do ordenhador, a higiene e as condições das instalações e dos equipamentos utilizados durante a ordenha, os aspectos sanitários do local de ordenha e as condições de transporte e armazenamento. “Práticas realizadas dentro da propriedade podem assegurar que o leite de cabra seja produzido por animais saudáveis sob condições aceitáveis e em equilíbrio com o meio ambiente”, completa.



Lea Chapaval salienta que o papel dos produtores de leite de cabra é assegurar que boas práticas agropecuárias, higiênicas e animais sejam empregadas na propriedade. “O foco deve ser a prevenção dos problemas, incluindo as doenças, antes que eles ocorram”, diz. Assim, as Boas Práticas Agropecuárias (BPAs) poderão contribuir para assegurar que o leite de cabra e seus derivados estejam livres de contaminantes, sendo seguros e apropriados para consumo. Contudo, além do produtor; fornecedores de insumos, transportadores, fabricantes de produtos lácteos e alimentos, os distribuidores e os comerciantes devem fazer parte de um sistema de gerenciamento integrado que garanta a segurança e qualidade alimentar.



terça-feira, 9 de novembro de 2010

Como Fazer Queijo de Cabra

  • 2 litros de leite de cabra
  • 20 gotas de coalho líquido
  • sal q.b.

De preferência fazer os queijos mal o leite seja retirado da cabra, pois o leite sai à temperatura ideal para a sua confecção. Caso contrário aquecer ligeiramente o leite de forma que fique apenas morno. Filtre o leite para retirar alguma impureza e junte-lhe de seguida as 20 gotas de coalho líquido (a quantidade de gotas varia consoante a marca do coalho, ter em atenção que demasiado coalho prejudica o sabor do queijo) e deixe repousar durante 20-30 minutos.

Após o tempo de pausa e com a ajuda duma colher de pau verta para um coador grande e deixe escorrer um pouco o soro. Ponha 6 forminhas de queijo em 6 pratos e com uma colher vá retirando o leite coalhado e coloque dentro de cada forma até enchê-la. Coloque sal por cima de cada um dos queijos. Pelos orifícios das formas vai saindo soro, assim que tiver muito soro no prato, escorra-o e vire os queijos com cuidado para outro prato e volte a colocar sal, agora do outro lado. Repita esta operação as vezes que achar necessárias. Por fim leve ao frigorífico e no dia seguinte desenforme e sirva. Esta receita dá para 6 queijos, mas poderá variar consoante o tamanho das formas.

É também habitual nos Açores servirem os queijos frescos com massa de malagueta por cima. Actualmente é uma entrada quase obrigatória dos restaurantes locais.

domingo, 31 de outubro de 2010

Ectima contagioso ou boqueira

É uma doença contagiosa causada por vírus, que ocorre com mais freqüência nos animais jovens podendo, entretanto, atingir também os adultos.

Inicialmente, aparecem pequenos pontos avermelhados nos lábios. Posteriormente, há formação de pústulas que se rompem, secam e se transformam em crostas, semelhantes a verrugas.

Além dos lábios, pode haver formação de pústulas na gengiva, narinas, úbere e em outras partes do corpo. Os lábios ficam engrossados, sensíveis e os cabritos têm dificuldade de se alimentar, vindo a emagrecer rapidamente.

Para evitar que os animais atingidos por essa doença venham a contaminar o rebanho, os seguintes cuidados devem ser tomados:

  • Isolamento dos animais doentes.
  • Retirada das crostas com cuidado.
  • Uso de glicerina iodada:
  • Iodo a 10% - 1 parte
  • Glicerina - 1 parte
  • Uso de pomadas cicatrizantes.

Linfadenite caseosa ou mal-do-caroço

É uma doença contagiosa, causada por uma bactéria que se localiza nos linfonodos ou landras, produzindo abscessos ou caroços. Os caroços podem aparecer em vários locais e sua presença causa desvalorização da pele e também da carne.

É importante evitar que os abscessos se rompam naturalmente. Portanto, quando o caroço estiver mole, ou maduro, o criador deve fazer o seguinte:

  • Cortar os pêlos e desinfectar a pele, no local do caroço, com solução de iodo a 10%.
  • Abrir o abscesso para a retirada do pus.
  • Aplicar a tintura de iodo a 10% dentro do caroço.
  • Aplicar o mata-bicheiras para evitar varejeiras.
  • Queimar o pus retirado e limpar os instrumentos utilizados.
  • Isolar os animais doentes.

Além do corte do caroço, deve-se examinar os animais no momento da compra, tendo o cuidado para não adquirir aqueles que apresentem tal problema. Quando animais do rebanho apresentarem caroço por duas ou três vezes seguidas, devem ser descartados.

sábado, 30 de outubro de 2010

Verminose

A verminose é uma doença causada por helmintos ou vermes que vivem, principalmente, no abomaso (coalho) e intestinos dos animais, podendo atacar todo o rebanho. Quando acometidos pelos vermes, os caprinos se tornam fracos, magros, com pêlos arrepiados, apresentando diarréia, edema submandibular (papada) e anemia.

A verminose é a doença que mais mata caprinos, sobretudo, os animais mais jovens. Os seus principais prejuízos são:

  • Diminuição dos índices de parição.
  • Diminuição do crescimento dos animais.
  • Diminuição da produção de leite.
  • Aumento do número de mortes no rebanho.

Recomenda-se vermifugar periodicamente todos os caprinos da propriedade, a fim de evitar que animais não medicados venham a contaminar os pastos com os ovos dos vermes presentes nas suas fezes. Pesquisas realizadas sobre o controle da verminose no Estado do Piauí ressaltam a necessidade de se realizar cinco vermifugações por ano, sendo três no período seco e duas no período chuvoso. Na época seca há poucas condições de sobrevivência das larvas dos vermes nas pastagens. A vermifugação, nesse período, reduz a infecção no animal e evita que o mesmo fique com uma carga muito grande de vermes na época das chuvas.

Verificar na embalagem do produto, a quantidade de dias que o produtor deve esperar para utilizar o leite e a carne dos animais vermifugados (carência), se o produto é indicado para o rebanho caprino e qual a quantidade que deve ser aplicada em cada animal. É importante observar, no momento da compra do vermífugo, a validade ao produto.

A dose do vermífugo depende do peso de cada animal. Se o criador estimar o peso do animal de modo empírico (no olho), ele deve ter o cuidado de calcular a dose do produto para um peso superior ao estimado, já que uma dose abaixo das necessidades do animal, além de não controlar os vermes, causa também a resistência destes ao produto.

Os produtos utilizados no controle da verminose dos caprinos são anti-helmínticos com vários princípios ativos (Tabela 17). Recomenda-se mudar o princípio ativo a cada ano, a fim de evitar que os vermes adquiram resistência. O criador poderá optar por produtos que apresentem preços menores ou por produtos que sejam encontrados mais facilmente nos locais de venda.

Tabela 17. Principais anti-helmínticos utilizados no controle da verminose dos caprinos.

A melhor maneira de aplicar vermífugos nos caprinos é por via oral, porque é mais prático e evita o uso de injeções, que podem ajudar a espalhar o "mal-do-caroço" ou outras doenças (Figura 19). Além disso, o vermífugo administrado por via injetável pode provocar intoxicação e matar o animal, se a dose aplicada for maior do que a recomendada.

Figura 19. Forma de aplicação de vermífugo por via oral.

No sistema modelo conduzido na comunidade Boi Manso, a implementação do programa de vermifugação estratégica, com vermifugações nos meses de janeiro, abril, junho, agosto e outubro resultou em redução significativa da carga parasitária nos caprinos, estimada pelo número de ovos por grama de fezes (OPG), obtido antes e após o início das vermifugações (Figura 20).

Figura 20. Representação do ciclo de vida dos principais vermes dos caprinos.

Dentre as medidas que auxiliam no controle da verminose, destacou-se:

  • Limpeza das instalações diariamente (Figura 21)
  • Desinfecção das instalações uma vez por mês, utilizando produtos como: formol comercial a 5%, cal virgem a 40%, Iodophor a 1% e hipoclorito de sódio a 2%.
  • Remoção e manutenção das fezes acumuladas em locais distantes.
  • Vermifugação do rebanho ao trocar de área.
  • Rotação de pastagens.
  • Controle da superlotação nas pastagens.
  • Incorporação ao rebanho de animais adquiridos em outros locais, somente após a sua vermifugação.


Figura 21. Higiene das instalações.

Bahia implanta projeto piloto para sanidade de caprinos e ovinos

Publicada: 05/10/2010 – Tribuna da Bahia

As estratégias para a implantação do Projeto Piloto de Sanidade dos Caprinos e Ovinos no Estado da Bahia serão apontadas em uma reunião técnica a partir de hoje, na Faeb.

Com isso, a Seagri e a Adab consolidam a Câmara Setorial de Caprinos e Ovinos do Estado, que tem como objetivo principal o desenvolvimento sustentável de todos os elos da cadeia produtiva, inserindo o segmento da defesa agropecuária entre as prioridades do setor.

A Bahia ocupa o 1º lugar no ranking nacional na produção de caprinos e o segundo rebanho de ovinos, totalizando mais de quatro milhões de cabeças.

“Trata-se de uma reunião de extrema importância para a atividade no estado, na medida em que deve estabelecer ações  de defesa fundamentais para o desenvolvimento do setor”, explica o secretário da Agricultura, Eduardo Salles, ressaltando que o evento tem a chancela do Ministério da Agricultura.

Estudos realizados avaliam propostas concretas de melhorias para a atividade e já podem contar com o Laboratório de Sanidade Animal e Vegetal da Adab/EBDA para a realização de exames contra enfermidades como Brucelose Ovina, parasitoses gastrointestinais e Artrite Encefalite Caprina, entre outras.

A expectativa é de que, com a união de esforços, novos negócios sejam prospectados no estado. “Já temos uma sinalização de exportação de animais vivos para o mercado venezuelano. Agora, com a implantação do projeto piloto de sanidade, esperamos alcançar novos mercados”, afirma o coordenador do Programa, Antonio Maia.

Pastagem para ovinos e caprinos 10

Prof. Dr. Danilo Gusmão de Quadros

10. Associação de diferentes espécies animais em pastejo


A associação de diferentes espécies animais em pastejo múltiplo é uma prática bem antiga. Entretanto, aspectos como a interação social, a utilização das plantas forrageiras, a distribuição de excrementos na pastagem, os impactos sobre o solo, a sanidade e a produtividade devem ser considerados (CARVALHO e RODRIGUES, 1997).


Os objetivos do pastejo múltiplo, simultâneo ou sucessivo, de diferentes espécies de herbívoros, são: controle biológico de plantas indesejáveis ou tóxicas para uma classe de herbívoros, mas que produzem forragem para outra; aproveitamento de áreas topograficamente inacessíveis; manipulação biológica da vegetação em uma estação, visando favorecer o desenvolvimento de plantas forrageiras na estação seguinte; oferta
de forragem de alto valor nutritivo aos animais em produção, sem prejuízo da eficiência de utilização da pastagem; estabilização natural da vegetação manipulada através de distribuição mais uniforme da pressão de pastejo sobre todos os componentes da vegetação (ARAÚJO FILHO, 1985). Outro objetivo da associação de herbívoros em pastejo é a redução da população de nematódeos (GASTALDI, 1999; AMARANTE, 2001).


O pastejo seletivo pelo animal, somado às áreas de rejeição às dejeções, resulta em mosaico na pastagem, com áreas em que as plantas são submetidas à intensidade de desfolhação diferentes (COOPER et al., 2000). A utilização mais intensiva dos recursos pode ser possível considerando as diferenças anatômicas, fisiológicas, comportamentais e epidemiológicas das espécies envolvidas, utilizando a forragem produzida de maneira complementar (CARVALHO e RODRIGUES, 1997).

O tamanho do animal é uma característica importante na definição da eficiência de consumo e utilização dos alimentos, pois resulta em limitações quantitativas e qualitativas ao atendimento das exigências nutricionais (VAN SOEST, 1994; CARVALHO e RODRIGUES, 1997). BHATTACHARYA (1980) encontrou diferenças marcantes nos padrões morfo-anatômicos do rúmen, retículo, omaso e abomaso dos caprinos e dos ovinos. Esses últimos apresentaram maior proporção de rúmen e menores volumes de omaso e abomaso, considerando que o volume, peso e formato dos compartimentos gástricos variam com a ingestão de alimentos, natureza da dieta e comportamento de consumo alimentar.


A preferência alimentar de bovinos e ovinos lanados é por gramíneas, dos ovinos deslanados por plantas herbáceas e dos caprinos por arbustos (SILVA SOBRINHO, 2001). Essas diferenças na habilidade seletiva caracterizam a evolução das espécies em diversos meios. Devido à grande seletividade no pastejo, os caprinos ingerem preferencialmente as partes mais novas e tenras das plantas e, conseqüentemente, mais nutritivas (MALACHEK e LEINWEBER, 1972). Esse hábito reveste-se de grande importância na sua fisiologia digestiva, minimizando os efeitos negativos da baixa qualidade das forrageiras durante o período seco do ano (LEEK, 1983).

Comparando-se o aparato bucal de ovinos e caprinos, observou-se que a largura do maxilar, em relação ao tamanho do animal, é largo e chato nos ovinos. Nos caprinos é estreito e pontudo (CARVALHO e RODRIGUES, 1997). Os ovinos utilizam os lábios, dentes e língua conjuntamente para a apreensão da forragem, conferindo habilidades seletivas em razão da mobilidade dos lábios superiores, como a realização do pastejo
baixo (SILVA SOBRINHO, 2001).


A escolha das plantas de maneira similar, indica a possibilidade de competição por alimento entre caprinos e ovinos deslanados. A superposição das espécies vegetais escolhidas variou de 43,5 a 66,3%, apesar disso, por si só, não evidenciar uma competição (SQUIRES, 1982). Entretanto, trabalho desenvolvido na região de Inhamuns, Ceará, avaliando a composição botânica da dieta de ovinos e caprinos pastejando associadamente, ARAÚJO FILHO et al. (1996) comprovaram que 71% das espécies botânicas foram consumidas por ambas espécies animais. Na dieta dos ovinos houve uma participação maior de gramíneas e ervas, em relação aos caprinos. A participação de
gramíneas na dieta de ovinos deslanados, mantidos em áreas de caatinga raleada, chegou a 60% nas “águas”, diminuindo para 25% na seca, provavelmente porque muitas gramíneas são anuais, e as perenes apresentam pouco crescimento nessa época, levando o animal a alimentar-se no estrato arbustivo-arbóreo. Esse comportamento repetiu-se quando a taxa de lotação passou de 1,25 cab/ha/ano para 2,5 cab/ha/ano
(PIMENTEL et al., 1992).


Em pastagens exclusivas de gramíneas, possivelmente a superposição das dietas seja maior, devido a monocultura. A preferência alimentar sobre as forragens varia de acordo com a espécie animal, a estação do ano e intensidade de pastejo (ARAÚJO FILHO, 1985).


Os diferentes hábitos de pastejo dos ovinos e caprinos, em pastagens exclusivas de gramíneas, podem interferir no grau de contaminação por nematódeos. Do ponto de vista parasitário, há ocorrência de infecção cruzada das principais espécies parasitos entre a espécie caprina e ovina, o que não traria benefícios diretos, nesse aspecto. Por outro lado, entre bovinos ou equinos e ovinos houve benefícios do pastejo associado,
simultâneo ou sucessivo, para o controle de nematodioses, haja vista a pequena ocorrência de infecção cruzada (GASTALDI, 1999).


Segundo LAMBERT e GUERIN (1989), o pastejo misto permite o controle de endoparasitas em bovinos, ovinos e caprinos através da redução na contaminação da pastagem. Esta prática é baseada na especificidade parasitária dos nematódeos, ou seja, larvas infectantes de ovinos, que forem ingeridas por outra bovinos, serão destruídas, pois não encontrarão ambiente adequado para o seu desenvolvimento no novo hospedeiro.
SANTIAGO et al. (1976) não verificaram ocorrência de infecções cruzadas por espécies dos gêneros Haemonchus, Oesophagostomum, Nematodirus e Bunostomum, sendo que apenas algumas espécies dos gêneros Cooperia e o Trichostrongylus axei apresentaram infecções cruzadas, fato também demonstrado por ARUNDEL e HAMILTON (1975).


Entretanto, com relação ao Trichostrongylus axei, Ross (1970), citado por ARUNDEL e HAMILTON (1975), verificou que cepas adaptadas aos bovinos proporcionaram uma significativa proteção em cordeiros quando desafiados por cepas adaptadas aos ovinos. Segundo GRENET e BILLANT (1995), a quantidade de larvas de Ostertagia e Cooperia presentes na pastagem reduziram à metade em função do pastejo
misto. SOUTHCOTT e BARGER (1975) encontraram redução nas infecções de Haemonchus contortus e Trichostrongylus colubriformis em pastagens de ovinos submetidas ao pastejo prévio com bovinos por 6, 12 e 24 semanas.

Em um dos trabalhos revisados por GASTALDI (1999), a carga parasitária de cordeiros foi reduzida devida a presença de novilhos com mais de 1 ano de idade pastejando concomitantemente, o que resultou em maior ganho de peso. O uso de animais de menor idade proporcionou infecções cruzadas de endoparasitas, não sendo eficaz na descontaminação das pastagens.


Medida fundamental para se prevenir as infecções clínicas por nematódeos gastrintestinais é evitar a exposição dos animais às pastagens contaminadas, sobretudo durante o final da época de pastejo nesta área. Isto pode ser conseguido com a utilização estratégica de anti-helmínticos e com o controle do pastejo.


O pastejo misto ou alternado com bovinos e ovinos proporciona uma remoção mútua das larvas infectantes (L3) pela falta de especificidade entre parasitas e hospedeiros sobre a pastagem, diminuindo, desta forma, a contaminação em ambos hospedeiros e das pastagens. O pastejo misto ou alternado por animais de mesma espécie, mas de diferentes idades, pode produzir efeitos semelhantes, a imunidade dos
animais mais velhos reduzem a contaminação das pastagens que serão oferecidas aos animais mais jovens.


Teoricamente, o sistema de pastejo rotacionado auxilia no controle das nematodioses gastrintestinais pela quebra do ciclo infeccioso entre as pastagens e o hospedeiro durante o período em que estas são descansadas (PARKINS e HOLMES, 1989). Contudo, a longa sobrevivência de larvas L3 e a alta taxa de acúmulo de MS, com acelerada redução da qualidade, levam a inferência que o maior tempo de descanso da
pastagem pode atenuar, porém não resolve o problema.

11. Considerações finais


As pastagens constituem-se na base do sistema produtivo sustentável e econômico de ovinos e caprinos, desde que manejada racionalmente, considerando os aspectos da escolha das plantas forrageiras, incremento da fertilidade do solo, ajuste da pressão de pastejo e controle parasitário, alcançando boas produções por animal e por área, aumentando a rentabilidade do empreendimento.

Fonte: UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM PRODUÇÃO ANIMAL
PROGRAMA DE OVINO-CAPRINOCULTURA DA BAHIA