quinta-feira, 14 de julho de 2011

Mambrina No Brasil

 

1898 – A Raça Mambrina foi introduzida no Brasil  por meio da empresa Hagenbeck. poucos animais ficaram registrados em fotografias, exibindo longos pêlos e coloração negra, ainda em poder da familia Lutterbach. Eram animais da variedade Siria Montanhese. Teria o pioneiro josé José Júlio Lutterbach alguma intenção de seleção? Talvez sim, mas com o passar do tempo – a Mambrina desapareceu do Rio de Janeiro. A revista brasileira de Caprinos & Ovinos mantém algumas fotografias dos primeiros animais introduzidos no Brasil, cedidas pela familia Lutterbach.

1910 -  Escreve G. Corlett (1971): "Sobre os animais entrados antes de 1925, não pudemos encontrar dados fieis mas sabemos que desde 1910, mais ou menos, o Brasil começou a importar caprinos, tendo figurado nestas primeiras importações as raças Toggenburg, Saanen, Acamurçada, Valaisiana ou Schwartzals, provenientes da Suiça e da França, as raças de Múrcia e Malta vindas da Espanha e as Angorá, Nubiana e Mambrina, do Oriente. As escassas verbas do ministério permitem acreditar que, no máximo, todos os animais entrados antes de 1925 não somem o total da tabela.”

1932 – Um fato memorável foi a importação da década de 1930, pelo então governador Landulfo Alves, uma das maiores inteligências no setor agricola baiano. Ele entendia de ecologia. Trouxe os bovinos Schwyz e Guzerá, o caprino mambrina e o ovino Bergamancio – afirma Emerson Figueiredo Simões. Buscava assim a genética de outras fontes: a mamber (Siria Montanhesa), Sudanesa (Africa) e Somalis (Africa) que geralmente provaram ser decepcionantes como raças puras, naqueles dias, mas com alguns resultados interessantes na progênie de cruzamentos. A Anglo-Nubiana (então conhecida no Brasil simplesmente como Nubiana) e a Siria Montanhesa (ou Mambrina, embora pudesse ser a raça Damasco) realmente acrescentaram tamanho e peso na carcaça da progênie cruzada com Crioula.

1940 – Na Bahia já havia muito Mambrina em 1940 e ali se tornou um patrimônio genético do estado. De fato, o Mambrina é hoje uma riqueza da Bahia, com dezenas de criadores entusiasmados e centenas de exploradores. Afinal, o Mambrina garante grande porte, boa aptidão leiteira nas fêmeas, muita rusticidade e fácil manejo. O Mambrina garante tudo que é preciso numa moderna criação de caprinos de dupla aptidão.

1948 – Depois de vários ataques, ficou decidido em reunião entre a Secretaria de Agricultura da Bahia, representantes do Comércio de Couros e Peles, e diversos técnicos estaduais e federais, que não mais deveriam ser estimuladas criação de qualquer raça de ovinos lanados e caprinos peludos, pois isso estava sendo um desastre para a industria baiana de couros e peles. Mesmo sendo apontado como maléfico por ser peludo, o Mambrina reagiu, segregando individuos visivelmente deslanados, como prova da inteligência do criador brasileiro. O Angorá caminhou para a quase extinção, a Toggenburg restringiu-se à produç]ao de leite. Foram aconselhadas, nessa ocasião, as criações de raças como Marota, Moxotó e Repartida.

 

Fonte:A Cabra e a Ovelha no Brasil, por Rinaldo dos Santos

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