segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Mambrina

 

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Image ID: 1130021

Capra Canis; Capra, Geiss; Caper Hispanicæ; Capra Mambrina, Caper Mambrinæ. ([1655])

Fonte: NYPL Digital Gallery

terça-feira, 13 de setembro de 2011

DESCOMPLICANDO O USO DA CONSANGUINIDADE

A consanguinidade é um método de seleção, que tem como finalidade fixar caractetisticas desejáveis no plantel, sendo definida como sendo o grau de parentesco entre animais que têm ancestrais em comum.

Todavia, muito se comenta quanto aos riscos da prática subjetiva da consanguinidade, sem embasamento zootécnico. De fato, os resultados tanto poderão ser positivos, com base na fixação de caracteres desejáveis, de acôrdo com o programa seletivo, como também resultados negativos, com base na exteriorização de defeitos.

Geralmente, os defeitos manifestam-se em estado de homozigose recessiva. Como a consanguinidade favorece o emparelhamento de genes semelhantes, o resultado tambem poderá ser o emparelhamento dos genes recessivos.

O quanto um filhote é consanguíneo é determinado pela medida do Índice de consaguinidade (I.C.), o qual pode ser calculado através da seguinte formula:

. ........................ (NP + NM)
I.C. = soma de (½) (np+nm) x (½)

NP - numero de gerações paternas, entre o pai do animal até o ancestral comum

NM – numero de gerações maternas, entre a mãe do animal até o ancestral comum que serviu de referência para o calculo do NP

O Índice de Consanguinidade (I.C.) amentará no caso de ser identificado na genealogia mais de um ancestral em comum. Neste caso, os cálculos do NP e NM devem ser feitos em separado para cada ancestral em comum, e o I.C. será o somatório.

Os acasalamentos consanguineos frequentemente praticados estão relacionados na tabela abaixo:

TIPO DE ACASALAMENTO

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Como pode ser notado pela análise da tabela anterior, o Índice de Consanguinidade geralmente será metade do grau de parentesco, exceto nos casos de haver no pedigree mais de um ancestral em comum.
Vejamos como exemplo o parentesco entre pai e filha que é de 50%, porque a filha recebe 50% da bagagem genética do pai e 50% da bagagem genética da mãe. Porém, o I.C. será de 25%. Este mesmo exemplo é ilustrado na árvore genealógica abaixo e aplicando a fórmula de cálculo do I.C.
                D
        B
                C
A
                E
          C
                 F

NP = 1  
NM = 0 
             (1 + 0)
I.C. =   ½             X   ( ½ )
I.C. = ¼ = 25%

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Os riscos da consanguinidade não podem ser 100% evitados, mas podem ser minimizados, através de um programa de acasalamento zootecnicamente analisado. O mérito genético dos ancestrais deve ser considerado como um todo – morfologia, andamento, docilidade, treinabilidade, fertilidade.

Em paralelo, o grau de parentesco dos animais envolvidos no processo reprodutivo também deve ser avaliado, tendo como objetivo evitar a prática de consanguidade estreita.

Em casos de plantéis consanguineos, o método de seleção deve ser o oposto, ou seja, com base na heterose, pelo menos em uma ou duas gerações sucessivas.

Infelizmente, devido ao mal uso da consanguinidade, um numero significativo de selecionadores não alcançam resultados satisfatórios no melhoramento das proles anuais.

Autor: Lúcio Sérgio de Andrade

Fonte: Equicenter Publicações

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Cuidados com o rebanho de caprinos e ovinos na estação de chuva

 

Na região Nordeste, onde está concentrado o maior rebanho caprino e metade do rebanho ovino do País, a vegetação da caatinga é constituída de espécies que perdem suas folhas no início da estação seca. Quando começa a chover, há uma rebrota intensa das árvores e arbustos o que aumenta a oferta de alimentos para os animais.

A pesquisadora Nilzemary Lima da Silva explica que no período das chuvas, além de alimentos com maior valor nutritivo, os rebanhos dispõem de maior quantidade de forragem. "Os animais selecionam suas dietas na caatinga. Se forem dadas condições de livre escolha, os ovinos preferem gramíneas e outras herbáceas, enquanto os caprinos consomem maior quantidade de folhas de árvores e arbustos", afirma.

Durante o período das chuvas os produtores precisam ficar atentos aos cuidados específicos que devem ser adotados com o rebanho para evitar prejuízos. Pesquisadores da Embrapa Caprinos e Ovinos, em Sobral, no Ceará, alertam para o manejo sanitário e alimentar nesta época do ano. De acordo com o pesquisador Fernando Alvarenga Reis, é no período chuvoso que as condições de calor e umidade favorecem a proliferação de doenças no rebanho, o que tende a se agravar na medida em que aumenta o número de animais por área. "As doenças vão atingir os animais em pasto ou confinamento que não possuam condições ideais de instalação", afirma Reis.

O mais fatal e oneroso problema continua sendo a verminose. Os principais sintomas são diminuição do apetite, perda de peso, pêlos arrepiados, os animais aparentam aspecto de cansados e ficam constantemente deitados e isolados em função da forte anemia. Sintomas parecidos também ocorrem com a coccidiose ou eimeriose, causada por protozoários.

Outros problemas comuns em condições de umidade são a podridão dos cascos, causado por bactérias, e ceratoconjuntivite (lacrimejamento e opacidade dos olhos). "Existem também as clostridioses e as pasteurelose para as quais são recomendadas vacinações específicas de acordo com um calendário e orientações dos laboratórios que produzem estas vacinas", explica o pesquisador.

Ele afirma que o controle de verminose é feito com o monitoramento por exames de fezes e cor da mucosa ocular. Deve-se vermifugar os animais assim que aparecerem os primeiros sintomas e adotar o rodízio de pastos respeitando o período mínimo de desocupação e descontaminação.

"Usar rebanho bovino para pastejar a área dá bons resultados porque bovinos e ovinos não partilham os mesmos parasitas", explica. Para a podridão dos cascos existem vacinas, mas sua eficácia é relativa. Casos têm sido relatados que ora funcionam, ora não e parecem surtir melhor efeito a partir da terceira e quarta aplicação. A ceratoconjuntivite deve ser prevenida com a adoção de cuidados higiênicos. "É importante existir na propriedade um local para isolamento dos animais acometidos por qualquer tipo de doença", afirma Reis.

Os pesquisadores recomendam uma reserva de alimento de forma a que o rebanho possa receber um bom acompanhamento nutritivo no período de estiagem. E nesse caso, o ideal é que o produtor aproveite o período de chuvar para preparar o alimento para o rebanho. "Deve-se armazenar alimentos de boa qualidade por meio dos processos de fenação e ensilagem, com isso o produtor poderá fazer a suplementação alimentar a fim de evitar a perda de peso dos animais. Outra vantagem é a possibilidade de produzir no período de entresafra estabilizando a disponibilidade de produtos de ovinos e caprinos para o mercado", explica Nilzemary.

Outra opção é a formação de um banco de proteínas, que deve ser constituído de leguminosas como a Leucena, Gliricídia e Jurema Preta. "Estamos falando de forrageiras para as condições do semi-árido nordestino. Para outras regiões são outras plantas para as quais há manejos diferenciados e condições específicas de produção, mas que também podem ser armazenadas em forma de fenação e ensilagem".

A forrageira para feno deve ter alto teor de proteína (leguminosas), agradável ao paladar; deve ser cortada antes da floração e de acordo com o intervalo de corte apropriado. Após o corte, a forragem deve ser espalhada em camada fina, para secagem uniforme. No caso de leguminosas, a secagem deverá ser feito à sombra, para se reduzir a queda das folhas. A forragem deve ser revirada periodicamente, para facilitar a secagem. Observar o ponto de feno e acondicionar em fardos, em sacos ou medas.

Para se conseguir uma silagem de boa qualidade, deve-se atentar para o valor nutritivo da forrageira e rendimento de quilograma de massa verde por hectare. Entre as gramíneas, destacam-se o milho, o sorgo e o capim-elefante. A forrageira deve ser cortada sempre antes da floração e de acordo com o intervalo de corte apropriado. No caso de milho ou sorgo, efetua-se o corte quando os grãos estiverem de leitosos a farináceos. O transporte da forragem para o local do silo é uma operação onerosa. Assim, deve-se escolher o local do silo em função da localização da área de produção da forragem e do estábulo. O material deve ser triturado e desintegrado, a fim de permitir uma melhor compactação e uma maior exposição para a fermentação. A compactação é a fase mais importante no processo da ensilagem. A vedação deve ser completa, a fim de proteger a silagem contra a penetração de água e de ar.

Fonte: Nordeste Rural

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Mambrina

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Desenhos do Natural History, No. LXVI

O Bode Sírio

Em uma edição passada (ccccxciii) foi inserida um histórico dos caprinos: não seria desinteressante para o leitor ver uma ilustração da variedade síria desse animal. É particularmente incrivel por suas grandes orelhas pendentes, que não raramente passam de 30 centímetros. O pêlo é longo, fino e de aparência brilhante. Este sempre foi um artigo considerável de comércio e manufatura. Os chifres, pelo contrário, são curtos, geralmente não mais do que sete centímetros em comprimento. A quantidade e excelência do leite dessa espécie de caprinos é particularmente notável. Uma referência parece ser feita a eles em Prov. xxviii.27: ”E tu deverá ter leite de cabra suficiente para sua comida, para a comida da sua casa e a manutenção das suas moças”.

Dr. Clarke relata no seu “Eastern Travels” um momento singular da docilidade e destreza do caprino. “Na estrada que percorriamos (ele estava entre Jerusalem e Belém) encontramos um àrabe com um bode, que ele levava pelo campo por exibição. Ele havia ensinado esse animal, enquanto ele acompanhava seus movimentos com cantigas, para subir em pequenos blocos cilindricos de madeira colocados um sobre o outro, e de uma forma que lembra dados em um tabuleiro de backgammon. Dessa maneira o bode pisava primeiro em cima de um cilindro, depois em cima de dois e depois três, quatro, cinco e seis, até que estivesse balanceado sobre todos eles, elevado vários pés do chão e com suas quatro patas juntas em um único ponto, sem fazer desabar a estrutura abaixo. Essa prática é bem antiga. Nada pode demonstrar de forma mais marcante a tenacidade que esse quadrupede possue nas patas para lidar com superficies rochosas, e a circunstância de sua capacidade de se manter assim posicionado pode tornar sua aparência menos surpreendente, como é algumas vezes visto nos alpes, e em todos os países montanhosos, com quase nenhum local para colocar suas patas, nas laterais e nas beiradas dos maiores dos precipícios. O diametro do cilindro no qual suas patas ficavam até que o árabe terminasse sua cantiga era de apenas duas polegadas, e o comprimento de cada cilindro era de seis polegadas”.

Fonte: The Church of England magazine, Volume 23

Por Church Pastoral-aid Society, London